quinta-feira, 29 de novembro de 2007

Briga dura

Não me lembro de times lutando com tanto empenho por uma vaga na Série B. Aliás, a briga está tão disputada que ainda restam duas.

Na verdade, acho que deveriam promover o Fortaleza à Série A de 2008 e rebaixar cinco times, pois a ruindade é tão grande que os três que ainda não se safaram têm motivos de sobra para deixarem a elite. Vamos a eles:

- Paraná Clube: basta falar que, das quatro vitórias do América-RN no campeonato, duas foram sobre o Paraná. Isso mesmo, ele conseguiu perder duas vezes para o pior time da história dos pontos corridos.

- Goiás: teve a maior chance dos três de escapar do rebaixamento, mas o experiente Paulo Baier perdeu o pênalti contra o Corinthians. Tudo bem que o Felipe é muito bom, e que errar é humano, mas certos atos não comportam erros. E aquele lance, no final do jogo no Serra Dourada, era um desses.

- Corinthians: sua incapacidade para vencer adversários perfeitamente vencíveis, ainda mais em casa e contando com o apoio - surpreendente, até - da torcida o credita como um excelente rebaixável. Se levarmos em conta ainda toda a pilantragem dos últimos anos, o Timão cabe como uma luva na Série B.

Só o Goiás joga em casa na última rodada contra o desinteressado Internacional, mas que vive agora o seu melhor momento no campeonato. O Corinthians enfrente o Grêmio em Porto Alegre, ainda com chances de Libertadores, mas que conscientemente sabe que não ficará com a vaga. E o Paraná vai a São Januário enfrentar um Vasco que decide sua participação na Sul-Americana, coisa que na verdade não significa tanto assim.

Há um movimento sulista, envolvendo tricolores e colorados, para rebaixar o Corinthians - afinal, o futuro do alvi-negro depende exclusivamente dos resutados dos gaúchos. Mas a vontade da torcida, nesses casos, dificilmente entra no gramado.

Portanto, meu palpite para domingo não poderia ser outro: os três perderão seus jogos, sendo rebaixados Paraná Clube e Goiás.
O Corinthians, mais uma vez, escapará aos 45 do 2o.

segunda-feira, 26 de novembro de 2007

Solidariedade

Mais uma vez reservo espaço para lembrar e homenagear os mortos da tragédia da Fonte Nova.

Enquanto dirigentes, políticos e aproveitadores discutem a Copa 2014, nossos torcedores MORREM em estádios que estão, literalmente, caindo aos pedaços.

Para ver mais imagens do acidente e enviar mensagens de solidariedade aos torcedores tricolores, acessem o blog: http://www.baheaminhaporra.com/. Uma idéia genial, que teve de deixar de lado sua alegria e irreverência por causa do descaso e da incompetência.

domingo, 25 de novembro de 2007

A Bahia sobe e cai


O Vitória já havia conquistado o acesso à Série A. Hoje, foi a vez do Bahia dar o primeiro passo no mesmo caminho, garantindo a volta à Série B de 2008. O trio elétrico já estava pronto para percorrer as ruas de Salvador, animando milhares de torcedores noite adentro. Pois tanto tricolores como rubro-negros tinham motivos para comemorar.

Tinham.

Pois a queda da arquibancada da Fonte Nova, causando a morte de oito pessoas, cancelou a festa.

No Nordeste, festa e tragédia andam lado a lado.

sábado, 24 de novembro de 2007

Desnecessária soberba

Lamentável a foto acima.

Não só pelo novo visual do Leandro, que mais parece um peso-pena de luta livre mexicana, mas principalmente pela atitude do São Paulo.

Mostrando mais uma vez que o nariz dos dirigentes tricolores está acima das glórias do time, aqueles insistem em continuar com a fútil polêmica sobre o penta. Já disse aqui que o São Paulo tem todo o direito de comemorar a conquista e que até se pode discutir, entre os torcedores, se ele tem ou não o direito de ficar em definitivo com a "Taça das Bolinhas".

Mas em hipótese nenhuma o clube pode se considerar o único Penta-campeão Brasileiro. Pois se houvesse conquistado a Copa União de 1987 - que aliás foi um dos principais responsáveis pela criação e organização - estaria hoje comemorando o hexa.

O que nos deixa uma certeza: os dirigentes são-paulinos até podem ser os melhores de sua espécie, mas ainda são dirigentes de futebol, devendo ser classificados com adjetivos nada nobres.

Dirigentes que, ao invés de se comportarem como executivos mais parecem vizinhos de periferia, que preferem disputar quem organiza o melhor "pagodão com churras" do fim de semana a se unirem e exigirem da Prefeitura saneamento básico e ruas asfaltadas para o bairro.

A roda de samba até fica animada, mas o esgoto continua a céu aberto.

quinta-feira, 22 de novembro de 2007

O Afonso volta?

terça-feira, 20 de novembro de 2007

De fora












Dunga está com medo de a torcida paulista vaiar a Seleção devido a ausência de Rogério Ceni. Inclusive elogiou o goleiro tricolor pela postura em suas entrevistas, pedindo apoio a Júlio César.

O que Dunga esquece (ou não sabe) é que a idolatria são-paulina por RC é inversamente proporcional à rejeição de corintianos e palmeirenses. Mesmo que alguns desses últimos até queiram vê-lo na Seleção, dificilmente externalizariam essa vontade por meio de vaias. Portanto, dificilmente teremos vaias amanhã por esse motivo, pois dois terços fazem mais barulho que um.

As vaias podem vir, e virão, se a Seleção mostrar o futebol chato e medíocre que vem apresentando, desde a troca de técnico, em setembro de 2006.

E também porque, coincidentemente, corintianos e palmeirenses se juntam a são-paulinos no fato de terem em seus times os três melhores goleiros brasileiros da atualidade.

Nenhum deles na Seleção.

segunda-feira, 19 de novembro de 2007

VAMOS FEANOS

O esporte universitário brasileiro não significa absolutamente nada - a não ser para aqueles que dele fazem, ou fizeram parte.

Para quem vê de fora (e até esses já são poucos), ele tem a imagem de apenas um passatempo, uma brincadeira de jovens estudantes para preencher algumas horas dos fins de semana, além de ser um excelente pretexto de se reunirem em feriados, em alguma cidade do interior, para consumir litros de drogas lícitas e outras tantas medidas de ilícitas. Só que para quem está inserido de verdade no meio, seja nas Diretorias das Associações Atléticas Acadêmicas (também conhecidas como "AAA´s") ou como atleta, a história é um pouco diferente.

Minha paixão pelo esporte, e até a minha formação como pessoa, deve muito ao esporte universitário. A experiência de ter sido "cartola" e atleta universitário só pode ser compreendida por aqueles que partilharam dessa experiência, na minha época ou em outras, na minha faculdade ou nas demais. É até difícil explicar como aquele "passatempo" se torna não só parte indissociável da sua vida como sua prioridade. Tudo pode esperar, menos a sua AAA e os assuntos relacionados a ela.

Às vezes você é visto como um narcisista sem motivo, que se utiliza de uma mera associação estudantil para aparecer, ganhar alguma forma de poder ou simplesmente fazer sucesso com a mulherada. Na maioria dos casos, entretanto, a imagem predominante é de um cara que não gosta de estudar e que se apóia na ausência de mensalidade para bancar seu hobby. Mesmo que as duas descrições possam ter seu fundo de verdade, o que realmente move um "dirigente esportivo universitário" é o amor que ele tem por aquilo que representa. Amor incondicional, irrestrito, e que justamente por essa intensidade é capaz de te deixar constantemente entre a mais profunda tristeza e a mais completa alegria.

Amor que, misturado com o amadorismo do negócio, o importante momento vivido pelo universitário e a efemeridade dessa etapa torna ainda mais especial essa relação. Mas é melhor deixar essa poesia barata de lado, pois quem não passou por isso deve estar achando que eu sou um babaca. E quem passou, já entendeu o recado.

Tudo isso para, além de relembrar e deixar registrado neste blog a minha passagem pelo esporte universitário, fazer uma homenagem. Neste último feriado, na cidade de Taubaté, a Associação Atlética Acadêmica Visconde Cairu foi, após 16 tentativas, campeã das Economíadas Paulista. Eu não estava lá, nem sou mais tão próximo dela como já fui no passado, mas esse fato não poderia ficar sem registro. Imagino a emoção vivida pelos lá presentes, tanto pela atual e futura gestão como por aqueles que insistem em brigar contra o tempo e não penduram a camisa, a chuteira e o colchonete.

De qualquer forma, fica aqui a homenagem à minha AAAVC, aos "cartolas" e atletas que participaram dessa conquista e a todos aqueles que, de 1998 a 2004, compartilharam comigo momentos que estão entre os melhores da minha vida.

ps: e só pra não esquecer...

quarta-feira, 14 de novembro de 2007

Quem paga o pato

Já era de se suspeitar que Rebeca Gusmão misturava substâncias estranhas com o Sucrilhos. Mas as acusações - fundamentadas - de fraude no exame anti-doping vão além do perdoável. Com ambas as contravenções devidamente comprovadas, não vejo nada mais justo à atleta do que o banimento definitivo do esporte. A máxima de que "o Brasil precisa de ídolos" não se aplica a casos como esse. Mais do ídolos, o Brasil precisa de exemplos.

Só que Rebeca não fez tudo isso sozinha, e o pedido de afastamento da médica da CBDA é um bom indício. Ou será que o Coaracy Nunes, mesmo depois de qause 20 anos de ditadura à frente da entidade, não acumulou experiência suficiente para desconfiar que há algo de anormal quando uma atleta ganha 20kg de massa muscular em menos de quatro anos?

Outros culpados devem também ter suas punições, mas dificilmente peixe grande cai na rede.

segunda-feira, 12 de novembro de 2007

Bem-vindos

Marina, minha namorada, queria de qualquer jeito ir ao jogo do Brasil contra o Uruguai. Confesso que não me empolguei muito, afinal pagar R$ 80 por um ingresso de arquibancada para ver o time do Dunga não me empolgava, mas consenti. Não pude ir comprar ingressos no sábado, então ela se incumbiu da árdua tarefa. Quando me ligou, após algumas horas de fila, triste, dizendo que os ingressos haviam acabado, não tive nenhuma surpresa. Ela havia sido pessoalmente apresentada ao maravilhoso mundo ludopédico.

Jogo da Seleção desperta esse curioso interesse em pessoas que não ligam, ou ligam muito pouco para futebol. Nas tais filas de sábado não estavam torcedores organizados, fanáticos e afins, mas "civis" à procura de um programa diferente em família. Essas pessoas ignorantes do mundo da bola sentiram na pele o que nós, apaixonados por futebol, já nos acostumamos. Pois é, Marina e demais, é isso o que nos aguarda sempre que saímos de casa rumo a um estádio de futebol: filas que não andam, milhares de ingressos que somem em poucas hora, falta de organização e informação.

Eu desisti de me irritar com essas coisas, principalmente com os "cambostas". Eu pago, mensalmente, para ter direito a uma bilheteria exclusiva com carga reservada de ingressos, só para não ter que chegar perto dessa corja. E o que é mais contraditório - e revoltante - é saber que existem pessoas dentro do meu próprio clube de futebol que contribuem para esse mercado negro de ingressos. Afinal, cambista não invade bilheteria, muitos nem mesmo pegam fila. Mas sempre têm ingresso na mão. Eles não são a razão do problema, mas a consequência da total falta de competência e zêlo dos responsáveis pelo futebol com o mesmo.

O jeito é fechar os olhos e ignorar tudo isso - do mesmo modo que ignoro qualquer aproximação de cambistas em dias de jogos - , pelo menos enquanto a nossa vontade de ir a um jogo de futebol continuar maior do que a revolta com o descaso para com nós, torcedores.

Pelo menos para parte dos paulistanos ainda resta uma saída, que deixo aqui como sugestão. Comprar um ingresso de geral amarela, vestir a camisa celeste e ir ao Morumbi torcer para Diego Lugano. Serve tanto para protestar como para matar a saudade.

Rapidinhas do Brasileirão

- A vantagem do São Paulo sobre o vice-líder, Santos, chegou a impressionantes 17 pontos. Mais pela fragilidade dos adversários do que qualidade do Tricolor, que não é nenhuma máquina. Basta notar que os dois times mais próximos do vice-campeonato em nenhum momento brigaram diretamente pelo título ao longo do campeonato.

- Tirando o campeão e o lanterna, também é impressionante o equilíbrio do Brasileirão. A vantagem entre o 5o e o 16o colocados (coincidentemente, Palmeiras e Corinthians) é de 12 pontos, após 36 rodadas. A diferença entre essas posições já é maior na maioria dos campeonatos europeus, que ainda não chegaram a 15 rodadas disputadas.

- Esse equilíbrio fez com que ninguém se arriscasse mais a cravar os classificados para a Libertadores - mesmo que dificilmente Santos e Flamengo fiquem de fora.

- O Vasco, que terminou o 1o turno na disputa direta pelo título, ainda não está matematicamente livre do rebaixamento.

- O Náutico, que está mais perto ainda dessa zona, tem o segundo melhor ataque do campeonato.

- O Corinthians vai se salvar com 44 pontos. A incompetência do Goiás é inacreditável.

- Afonso não estará na próxima convocação da Seleção por ter se machucado ontem. Se o critério de Dunga foi a artilharia do jogador no "prestigiado" Campeonato Holandês, porque não sar uma chance também para o Josiel?

- Os craques do campeonato são Felipe e a torcida do Flamengo.

quarta-feira, 7 de novembro de 2007

Gigante hipocrisia

Rebeca tem braço de homem.

Rebeca tem cara de homem.

Rebeca tem voz de homem.

Mas Rebeca é uma menina de apenas 23 anos.E agora está suspensa preventivamente pela FINA por níveis excessivos de testosterona em seu organismo, aparentemente de origem exógena. O caso ainda não está julgado em definitivo, mas uma pesada condenação é provável.

Enquanto Rebeca faturava medalhas nos Jogos Pan-Americanos, ninguém falava nada. Aí inclusos COB, CBDA, Rede Globo, torcida. Foi preciso que a atleta tivesse uma convulsão após uma prova para que o óbvio ululante saísse da gaveta. Daí não houve hipocrisia que resistisse.

A próxima barreira a ser superada é a da ingenuidade, de acreditar que ainda existem resultados expressivos nesses tipos de esporte sem doping.

segunda-feira, 5 de novembro de 2007

Barrichello em duas rodas

Alexandre Barros se aposentou. A partir de 2008 o Brasil não terá mais nenhum representante na MotoGP. Com ele, provavelmente se vai a chance de voltarmos a sediar uma etapa do calendário internacional, distante desde 2004, por divergências entre os organizadores e a Prefeitura do Rio de Janeiro - principalmente causada por descaso e falta de apoio desta última.

Não que vá fazer muita diferença para o cotidiano dos amantes do esporte, mas é curioso que um atleta que tenha representado o País por 21 anos, na maior categoria de sua modalidade, tenha tido tão pouco reconhecimento e tenha um ocaso tão discreto. Se Alexandre tivesse sido um campeão na MotoGP seria ídolo nacional, assim como são todos os esportistas tupiniquins que se destacam em alguma modalidade esportiva, não importa qual seja ela. Mas corridas de moto não estão listadas entre nossas diversões favoritas, e Barros nunca ganhou nada, portanto essa despedida acaba não tendo grande impacto.

A trajetória de Alexandre tem suas semelhanças com a de Rubens. Ambos têm longas carreiras em modalidades de ponta, o que por si só já os confere (ou pelo menos, deveria) grande qualidade. Não existem muitos loucos por aí dispostos a largar na mão de qualquer barbeiro máquinas avaliadas em milhões de dólares. Assim como Barrichelo tem o respeito de seus pares, aposto que Barros goza do mesmo prestígio. Para efeitos nacionais, porém, o segundo acabou não tendo a mesma projeção do primeiro. Consequentemente, não teve também a mesma pressão. É de se pensar o que é melhor.

Aparentemente, os dois passaram longe de se tornarem vitoriosos. Só que a verdade é bem diferente, se levarmos em conta que durante todas suas vidas, tanto Alexandre quanto Rubens não deixaram de fazer, nem por um dia sequer, o que mais amam. No melhor lugar possível para tal. E sendo extremamente bem pagos.

Aposto que eles não ligam (muito) para as críticas. Eu não ligaria.

sábado, 3 de novembro de 2007

Eu já sabia

Assuntos não resolvidos voltam à tona quando uma oportunidade aparece, não importando quanto tempo ele tenha ficado adormecido. A tal "Taça das Bolinhas", entregue pela CBF ao Campeão Brasileiro entre 1975 e 1992, estava praticamente esquecida em algum cofre da Caixa Econômica Federal desde então, até que alguém lembrou que ela deveria ser entregue ao primeiro clube que conquistasse a competição por cinco vezes.

E foi aí que começou a confusão, pois um assunto não resolvido - a taça, colocada no ostracismo - e um mal resolvido - a posição da CBF sobre os campeonatos nacionais de 1987 - se fundiram em um só. Ninguém contesta que o Flamengo foi o Campeão Brasileiro de 1987 de fato; mas de direito, o título não pode ser negado ao Sport. As duas afirmações são abortos da briga entre CBF e grandes clubes de futebol naquele ano, na qual não vou me aprofundar.

Pois bem, o São Paulo conquistou nesta semana seu 5o título nacional e a CBF, para provar sua autoridade sobre o futebol nacional - por mais que ela não dê a mínima para ele - anunciou que entregaria a taça ao Tricolor paulista, pois reconhece nele o primeiro clube penta-campeão Brasileiro.

Culpados não faltam nessa história.

Primeiro, claro, a CBF, que por incompetência e descaso simplesmente enterrou o assunto sem resolvê-lo de forma definitiva. Como disse, temos essa discussão agora por mera questão de oportunidade, pois se o Palmeiras tivesse vencido o Vasco em 1997 ela teria surgido dez anos mais cedo. E aqui cabe uma primeira pergunta: se a "Taça das Bolinhas" foi entregue entre os anos de 75 e 92, e o São Paulo venceu dois campeonatos fora desse período, tem ele direito legítimo sobre ela? Aliás, teria também o Palmeiras, visto que seus primeiros dois títulos vieram com o Bi-campeonato de 1972/73?

Em segundo lugar, mas sobre ela é redundante falar, vem a desorganização do nosso futebol. A Copa União e o Campeonato Brasileiro de 1987 nasceram de um racha e foram iniciados sem terem seus formatos finais decididos. Só no final dos torneios, quando já se tinham os quatro times que teoricamente disputariam o quadrangular final, que Flamengo e Internacional simplesmente se recusaram a disputá-lo. O Sport não tem culpa disso, dando a ele, legalmente, o direito de ser reconhecido como o campeão daquele ano - até porque o Campeonato Brasileiro de 87 foi organizado pela CBF, enquanto a Copa União pelos dissidentes formadores do Clube dos 13.

Em último lugar - nem tanto 'culpados', mas responsáveis pelo clima desagradável que páira no ar - temos os próprios Flamengo e São Paulo. Tudo bem que ninguém discute que o Flamengo venceu cinco Campeonatos Brasileiros, mas isso não lhe outorga o direito de reivindicar a taça junto ao São Paulo. Isso ele já teria de ter feito junto à CBF anos atrás, e fazê-lo agora junto a um semelhante é, no mínimo, indelicado.

Tão indelicado quanto o São Paulo se auto-proclamar o único penta-campeão Brasileiro. Até porque Tricolores e Rubro-negros foram aliados próximos na criação do Clube dos 13, e ao negar isso o time paulista vai contra sua própria história e princípios. Os dirigentes são-paulinos, mesmo estando longe da excelência, ainda são tomados como referência no futebol brasileiro, mas uma atitude como essa acaba por rebaixá-los alguns degraus.

O que me leva à segunda pergunta da noite: o que deve fazer o São Paulo? Independente da resposta sobre a primeira pergunta aqui exposta, é fato que o time venceu, com méritos, cinco Campeonatos Brasileiros podendo até, como já disseram alguns, ser o primeiro penta-campeão "sem asteriscos" da história. E se a CBF o reconhece como o primeiro absoluto, não é sua culpa. Não conheço nenhum caso de algum time no mundo que tenha recusado um troféu referente a uma conquista sua.

Deveria o São Paulo recusar o prêmio? Acho que não, mas esse ponto é discutível. O que não se pode conceber é uma atitude tão mesquinha por parte do São Paulo, e tão amadora por parte do Flamengo, causando uma briga entre dois grandes clubes por assunto tão supérfluo. Mas isso já é fato consumado, e podemos esperar problemas extra-campo em futuros confrontos entre as equipes - já que esse tipo de polêmica é larga e irresponsavelmente explorado por dirigentes.

Para finalizar, e até adiantando tema que devo explorar até o fim do ano, temos uma grande conclusão sobre o imbróglio. O sistema de pontos corridos é imprescindível para a organização do futebol brasileiro, pois sua consolidação impedirá outras situações como essa no futuro. Só estamos discutindo isso hoje por erros cometidos duas décadas atrás, e acabar com os pontos corridos - como vem sendo discutido nas últimas semanas - será um retrocesso maior ainda.

quinta-feira, 1 de novembro de 2007

Parabéns

Melhor do que ser Pentacampeão Brasileiro, só mesmo se isso acontecer no dia do seu aniversário.

Desculpem pela personalíssima postagem, mas certas coisas não podem passar em branco.

Parabéns Tricolor - 77/86/91/06/07.

Parabéns para mim - 31/10/1978.