domingo, 24 de agosto de 2008

A décima quinta

A última medalha em Pequim não foi a esperada, mas nem por isso sem valor.

É fácil falar agora, depois do jogo, mas de alguma forma era sensível que a seleção masculina da vôlei não estava com aquele "sangue nos olhos" de outros tempos. Mesmo assim, foi até a final - por um caminho relativamente tranquilo, é verdade - e acabou com uma medalha de prata.

A seleção de vôlei mais vitoriosa de todos os tempos pode ter encerrado seu ciclo sem um título.

O que não muda o que ela representa.

sábado, 23 de agosto de 2008

A décima quarta

Enfim, o ouro no vôlei feminino. Foi quase sem graça, tamanha a superioridade da equipe ao longo dos Jogos Olímpicos; quase, pois uma medalha de ouro olímpica sempre tem graça.

O que não teve graça foi a demonstração de revanchismo da Mari e da Fabi, que num momento como esse mandaram um 'cala boca' aos críticos, como se estes fossem os culpados pelas derrotas sofridas nos últimos anos.

Assim como serão merecidas as homenagens pela inédita conquista, também foram justas as críticas após a eliminação em Atenas. Afinal, não se perde cinco match-points seguidos num jogo, muito menos em uma semi-final olímpica.

Nada apagará aquela fatídica derrota para a Rússia, assim como essa medalha de hoje também será eterna - e prevalecerá.

As meninas do vôlei aprenderam a ganhar, coisa fundamental para qualquer campeão.

ps: enquanto escrevia esse post, Fabi e Mari davam entrevistas no Sportv. Muito equilibradas as palavras da líbero (que não estava em Atenas), mas a atacante se perde com declarações raivosas. Ela é afinada sim, e até o Zé Roberto sabe disso.

A décima terceira

Uma grande medalha para o Brasil, mas que por ser a oitava de bronze da Brasil e dividir as manchetes com duas finais do vôlei, infelizmente não terá a atenção merecida.

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

A décima segunda

Em 2004, Maurren brigaria pela medalha em Atenas. Mas o doping a tirou dos Jogos.

Pensou em abandonar a carreira, casou e ganhou uma filha - o maior presente que alguém pode ter, e que provavelmente não teria ganho se não tivesse a interrupção na carreira.

Alguns anos depois, voltou a competir e conquistou o ouro em Pequim.

Campeã olímpica e mãe, melhor impossível.

A décima primeira

De longe, a mais sem graça.

A décima


A nona

Terceira medalha olímpica de Ricardo, uma de cada.

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

A oitava

No duelo profissional/racional x mambembe/emocional, venceu o primeiro.

Se tinha alguém que precisava de uma medalha de ouro, era o futebol feminino.

Com ela, haveria uma remota esperança da vida dessas meninas - e de tantas outras - melhorar um pouco.

Imagine sem.

Mais uma

Jadel Gregório é campeão Pan-Americano.

Jadel Gregório tem auto-confiança e não precisa de técnico.

Jadel Gregório fala de si mesmo na terceira pessoa.

Jadel Gregório terminou a Olimpíada em sexto lugar, quase meio metro atrás do campeão.

Jadel Gregório é mais uma piada do esporte brasileiro.

A sétima

Quatro medalhas olímpicas, o cara é foda.

terça-feira, 19 de agosto de 2008

Olé!

Após alguns anos de sucessivas surras, veio o troco: a Argentina deu um baile no Brasil na semi olímpica. Uma derrota que seria compreensível, como em qualquer outro clássico, se o Brasil não tivesse mostrado um futebol medonho durante todo o torneio olímpico.

Como já está sendo dito há meses, a culpa é de todo mundo: dos jogadores, que parecem não estar nem aí; do Dunga, que não tem condição - nem preparo - para ser técnico de time nenhum, quanto mais da Seleção Brasileira; do Ricardo Teixeira, que além de ter "inventado" o Dunga, dá de ombros a qualquer assunto que não envolva a Copa 2014 e dólares no seu bolso.

O mais triste disso tudo é que, mesmo após uma eliminação como essa, ninguém parece se importar muito - e por "ninguém" me refiro à torcida mesmo. É engraçado que tanto derrotas como vitórias da Seleção só têm alguma relevância se ocorridas frente à Argentina. Não torcemos mais pelo nosso selecionado, mas contra o rival, como se o "ódio" a ele tivesse sublimado o nosso amor próprio.

Para mim, apenas perdemos mais uma chance de medalha de ouro. Futebol olímpico e Seleção Brasileira já não significam tanto, a (triste) verdade é essa.

A CBF, que por tanto tempo tratou as Olimpíadas como prioridade - o tal "único título que falta ao futebol brasileiro" - também já não liga tanto. Além de ser um torneio de difícil preparação, não é rentável como os amistosos, à base de polpudos cachês, que a Seleção Brasileira costuma fazer mundo afora.

Mas, como coerência não é a tônica na entidade, não me surpreenderia se a mesma utilizasse mais esse fiasco para "desinventar" o técnico Dunga.

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

De novo, a zica

Em Atenas, um irlandês débil mental jogou Vanderlei Cordeiro de Lima ao chão, quando este liderava a maratona.

Agora, foi a vez de algum chinês incompetente deixar Fabiana Murer sem vara. Perdendo o material e a concentração, a atleta não conseguiu seguir na briga pela medalha.

Se Vanderlei ganharia o ouro em 2004, ou se Fabiana subiria ao pódio em 2008, são hipóteses que não passam de meras especulações; mas o fato é que os dois foram impedidos de continuar lutando, por erros das comissões organizadoras dos dois eventos.

Perder por erros dos outros é horrível.

Ser impedido de ao menos tentar, pior ainda.

Não há medalha de consolação ou pedido de desculpa que sirva de compensação à Fabiana, pois os quatro anos anteriores de treinamento já passaram.

O jeito é continuar, mirando a próxima Olimpíada.

Puta da vida.

A sexta

domingo, 17 de agosto de 2008

A queda

Diego merecia uma medalha. Treinou muito, venceu o joelho operado e a dengue. Chegou concentrado como poucos em Pequim.

Fez uma apresentação perfeita, até o último salto... sabe aquela história do cara que sai da balada meio bêbado, meio com sono, mas se concentra tanto ao volante que vai direitinho até bem perto de casa, mas relaxa a poucos metros da garagem, acaba dormindo no voltante e bate o carro? Pois é, acho que foi mais ou menos isso que aconteceu com o Diego.

Ao pegar impulso para o último salto, talvez tenha perdido a concentração por meio segundo, já em comemoração interna pela bela apresentação. Erro fatal.

Também virão as teorias de que amarelou. Até pode ser, pois é notório que atletas brasileiros (ou os latinos, em geral) têm certa dificuldade em manter a calma nesses momentos de pressão. Eu, porém, não acredito muito nisso, já que a sua falha veio somente no último movimento, e não ao longo da apresentação.

Seja qual for o motivo, o fato é que Diego errou no momento mais importante de sua carreira esportiva; apenas um erro, é verdade.

Mas são pequenas diferenças como essa que separam os grandes atletas de todos os outros.

Em Londres, Diego terá outra chance de entrar neste seleto grupo.

sábado, 16 de agosto de 2008

A quinta

Medalha de ouro vale mais que a de prata, que vale mais que a de bronze; e o isolado ouro de Cielo comoveu mais o Cubo D´Água que a sequência a granel de Phelps.

Mas qualquer medalha olímpica é algo fantástico; para um país como o Brasil, mais ainda.

Por isso a contagem continuará sendo feita sem distinção do metal.

Sem deixar de destacar, entretanto, a singularidade do nosso primeiro ouro na história da natação olímpica.

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Vergonha nacional

O judô proporcionou nosso primeiro herói olímpico.

O depoimento de Eduardo dos Santos já marcou a participação brasileira na China, pois poucas vezes superação e humildade conseguem ser tão comoventes. Minhas palavras não saberiam expressar com justiça o momento, portanto deixo a imagem falar por si.

A história de Eduardo será usada como exemplo da perseverança do povo brasileiro - aquele que "não desiste nunca" - e com certeza será bem explorada pela mídia, COB, Governo e oportunistas de plantão. Não será surpresa se o Eduardo for convocado para alavancar o projeto Rio-2016, como uma mostra do orgulho que o Brasil sente por seus atletas.

Me senti muito feliz pelo Eduardo. Pessoas como ele realmente merecem tudo do melhor.

Mas o sentimento que veio à minha mente, ao ver seu depoimento, não foi orgulho; muito menos o tal "orgulho de ser brasileiro".

Foi vergonha.

Pois esse é o tratamento que meu país dá a seus atletas de nível olímpico.

Descaso completo e total falta de apoio, seguidas por uma cobrança por bons resultados; caso contrário, vira motivo de chacota em programas esportivos (comandados por imbecis que mal sabem falar sobre futebol).

E enquanto continuamos a ser um país fudido e mal pago, que destrata não só seus atletas, mas também seu próprio povo, ainda sobrevive essa idéia ufanista, do quão maravilhoso é o Brasil.

Eu já cansei disso, e não engulo mais. País do futuro o caralho.

Parabéns ao Eduardo, a sua família e àqueles que o ajudaram a chegar nesse nível.

A vocês sim, cabe o orgulho.

A quarta

terça-feira, 12 de agosto de 2008

A terceira

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

As duas primeiras


Para quem conseguiu ver, foi animal.

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Pérola da abertura

Em meio ao espetáculo chinês da manhã de hoje, não poderiam faltar as bobagens da Globo.

Depois de hasteadas as bandeiras da China e do COI, Galvão Bueno repara (as palvras não foram exatamente estas):

"Até o tempo ajudou a Festa de Abertura, olha como as bandeiras tremulam juntas! Nunca vi coisa igual."

"É um ventilador, Galvão..." - respondeu Marcos Uchôa.

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Quase de fora

O futebol faz tão pouco parte das Olimpíadas que até fiz um post separado. Mas enquanto ainda for modalidade olímpica valerá medalha, então vamos lá.

Não vi nenhum dos dois jogos, porque estréia às 6 da madrugada é dose.

O feminino merece o ouro como ninguém, mas não deve vir.

O masculino não merece o ouro como outros, mas nessas horas de tormenta o Dunga tem estrela.

A seleção é boa e muitos destes devem ser titulares em 2014. Só que o discurso foi o mesmo em 1992, 1996, 2000, 2004... e em algumas delas nem pra Olimpíada fomos. Basta lembrar que Romário, Ronaldo, Rivaldo, Bebeto entre outros, já tentaram e não trouxeram o ouro.

Mais duas medalhas na conta, mas nenhuma de ouro.

Previsões olímpicas


Previsões, previsões... só pra não perder o costume.

Atletismo

Se o Jadel não trouxer medalha, vai ser vexame. Chega de novo com boas marcas, mais experiente e com o atual campeão olímpico fora da disputa. Acho que ele estará no pódio, mas não com o ouro. Com sorte, a Maurren também; e o Marílson, na maratona. O resto é só resto. Duas medalhas no geral já seria ótimo.

Basquete
Seria ótimo ganhar uma medalha e esfregar na cara da Iziane. Mas isso não vai acontecer.

Ginástica
Em Atenas, a Daiane tremeu no tablado; em Pequim, a Jade tremeu já no aeroporto. Quase chorou quando viu tantos microfones juntos. Não consigo acreditar nem a pau. Mas torço muito pelo Diego, pois poucos atletas brasileiros mostram tanto foco nos Jogos como ele. É ouro, com dengue e tudo.

Judô
Nunca tivemos uma equipe tão forte, e previsões otimistas dessa vez podem se concretizar. Três medalhas, uma de cada, na ordem: Camilo, Derly e Correa.

Natação
Apesar de colocarem o Thiago Pereira entre os favoritos, não acredito. Mas o Cielo, naquela 'correria' toda dos 50m, pode trazer alguma coisa.

Vela
Robert Scheidt ganhou tudo na Laser, ficou de saco cheio e mudou para a Star. Não conseguiu mudar a rotina e foi campeão mundial de novo. O cara é foda, e chega pra ganhar. Ah, tem o Bimba também, aquele que tinha o ouro ganho em Atenas e não subiu nem no pódio.

Vôlei
Falaram que o Brasil poderia trazer 4 medalhas de ouro, mas além de ser muito difícil que tanta coisa dê certo junta, ao mesmo tempo, a Juliana caiu fora. E a seleção masculina não pára de brigar. E a seleção feminina... Tudo bem, vou dar meu (último) voto de confiança pra elas. Ouro com elas, Ricardo/Emanuel e alguma outra com a masculina - que até pode ser dourada também.

Outros
Sempre aparece uma medalha de onde ninguém espera. Se fosse pra chutar, minha escolha seria o Tae-Kwon-Do, com a Natália Falavigna. E quem sabe Marcelo Melo e André Sá, no tênis, não surpreendem. Já conseguiram bons resultados no circuito, e o tênis é uma "caixinha de surpresas".

Saldo final
Nem vou fazer a conta de cabeça, chute na lata mesmo: 4 de ouro, 4 de prata e 6 de bronze.

Vai Brasil!

terça-feira, 5 de agosto de 2008

Pergunta sem fim

Desde que me conheço por gente - e, consequentemente, que acompanho esportes - me faço recorrentemente uma pergunta: o que é mais legal, Olimpíadas ou Copa do Mundo?

Os motivos a favor de um são logo anulados pelos do outro, e a indagação fica no ar, pendendo de um lado a outro a cada dois anos, sem uma conclusão definitiva.

A cada ano par não-bissexto, a resposta parece clara: sem dúvida a Copa do Mundo é o maior evento (não só esportivo) do mundo, pois nenhum outro faz com que um país continental como o Brasil pare de norte a sul - nem todas as nossas mães tornem-se, do dia para a noite, críticas ferrenhas ao esquema tático adotado por nossa Seleção. Até quem não dá a mínima para futebol altera sua rotina para acompanhar os jogos do Brasil.

O futebol não só é o esporte mais popular do Brasil como o mais sensacional de todo o globo, com todas as suas artes e imprevisibilidades. Basta o fato desta discussão para termos uma melhor noção do que ele representa: questionamos se um evento de um esporte só é maior ou não ao que congrega todos os outros esportes. Analisando por esse aspecto, e pelo impacto que a Copa do Mundo tem sobre o Brasil, a dúvida parece se dissolver.

Mas aí vem o tal ano bissexto, em que a glória (ou o fracasso) da última Copa já ficou meio que perdida na memória, e temos mais uma edição dos Jogos Olímpicos. Todas as "certezas" da superioridade da Copa ficam de novo em xeque, pois é impossível ignorar a grandeza dos Jogos.

Como já disse, o futebol é o maior do esportes. E isso as Olimpíadas não podem mudar - até mesmo pelo desprezo mútuo cultivado entre os dois. E, numa Copa do Mundo, o Brasil é sempre um dos protagonistas - o que não ocorre, a não ser em esparsas e pontuais modalidades, nos Jogos.

Só que as Olimpíadas têm dois pontos que são incomparáveis.

O primeiro deles, é a diversidade. Para um apaixonado por esportes, não há nada mais legal que ficar "zapeando" com o controle remoto por horas a fio, indo do basquete à luta greco-romana em não mais que um apertar de botão. Tudo ao vivo, no mais alto nível e com altíssimas doses de emoção, pois heróis são criados em sequência. É a história dos esportes sendo contada bem na nossa frente. No nosso tempo.

O segundo motivo é o mais belo deles: em nenhum outro evento temos reunidas tantas histórias de superação e vitória como nos Jogos Olímpicos. Me emociona ver tanto lágrimas no pódio como um último lugar conquistado com honra. A "conquista" de um último lugar olímpico já representou uma vitória para aquele atleta, que deixou tantos concorrentes para trás, na maioria das vezes à base de uma série de abdicações que a maioria de nós não seria capaz de suportar. Para uma delegação como a brasileira, então, essas histórias são a regra, o que me dá gosto de torcer para esses atletas que voltarão para o Brasil sem medalha no peito e tão anônimos quanto foram - mas com uma satisfação pessoal que só um atleta olímpico consegue ter.

Numa Copa do Mundo, a maioria dos jogadores são astros, milionários e idolatrados onde quer que vão. Geniais, sem dúvida, mas por vezes com seu brilhantismo obscurecido pela soberba. Sem querer julgar nem entrar no mérito, mas o sucesso destes jogadores muitas vezes impede que a Copa do Mundo seja mais fantástica do que ela já é.

Já nas Olímpíadas, é impensável um atleta desperdiçar quatro anos de sua curta vida esportiva se apresentando para a competição com nove quilos acima do peso...

Não que nos Jogos só tenhamos competidores que "honrem o espírito olímpico", pois casos de estrelismo e doping também fazem parte do evento. Mas mesmos esses - os do estrelismo, não os do doping -, no momento em que cruzam a linha de chegada em primeiro (ou atingem seu correlato de vitória nas demais modalidades), parecem esquecer de todos os contratos que assinarão devido ao feito recém conquistado. E, nem que seja somente por aquele momento, se comportam "simplesmente" como campeões olímpicos. Essa fração de segundo, imortalizada em flashes e películas, traduz a emoção do esporte como nenhum outro.

Tais momentos são raros em uma Copa; mas reproduzem-se às centenas numa Olimpíada. O que torna os Jogos um evento único.

Cheguei numa resposta? Claro que não, e nem era meu objetivo.

(Até porque a Copa também é um evento único.)

Apenas usei essa breve digressão para comemorar o início dos XXIX Jogos Olímpicos, em Pequim.

E deixar que a minha pergunta seja refeita ciclicamente, a cada dois anos, sem chegar a uma resposta.

sábado, 2 de agosto de 2008

Brincadeira tem hora

Renato Gaúcho, o falastrão, disse ainda à época da Libertadores que o Fluminense iria apenas brincar no Brasileirão.

Com mais uma derrota em casa, é melhor o técnico tever seus conceitos. Do jeito que a coisa vai, a brincadeira na Série A pode não ser tão engraçada na Série B.

Só falta Renato dizer, novamente, que sairá pelado pelas ruas do Rio de Janeiro se o Flu for rebaixado.

Será mais uma brincadeira do eterno gozador.

E essa nos já sabemos que não é pra valer.