sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Brasil Campeão Mundial de Basquete - 50 anos

Amanhã, comemoraremos 50 anos do primeiro título mundial do Basquete brasileiro.

Só há, entretano, lembranças para serem comemoradas. Ao longo destas cinco décadas, o basquete brasileiro não só perdeu o prestígio internacional, como dentro do próprio país. Com muito esforço, "organiza-se" um torneio nacional - que, às vezes, não chega ao fim.

Essa seria uma excelente oportunidade para exaltar a conquista e os atletas de 1959, tão esquecidos, e canalizar esse sentimento para o início de uma reestruturação da modalidade no Brasil. Porém, vemos declarações um tanto quanto infelizes de ícones de uma geração posterior, Marcel e Oscar, colocando a vitória no Pan de 1987, sobre os EUA, num patamar superior ao do Bi-Mundial de 59/63.

Independente da opinião da dupla, ou de quem tenha razão, essa não era a hora. Parece-me oportunismo e uma vontade incontrolável de aparecer.

Eu sei pouco sobre o Mundial do Chile, e assisti ao vivo Indianapólis. Para mim, são duas conquistas épicas, cada uma no seu tempo, e que merecem seus lugares na história do esporte brasileiro.

Talvez seja por atitudes como essa - e outras, ainda piores - que o basquete brasileiro esteja a anos-luz de repetir 59 ou 87.

Fica aqui minha singela homenagem àqueles que, um dia, foram os maiores do mundo: Waldemar, Amaury Passos, Otto Nóbrega, Bispo, Zezinho, Rosa Branca, Fernando Brobró, Wlamir Marques, Boccardo, Jatyr, Algodão, Pecente e o técnico Kanela.

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Rodou

"Uma proposta de acordo para o piloto Castro Neves

De boa fonte nos Estados Unidos, o Blog recebeu a informação de que seria feita uma proposta de "acordo" para reduzir a eventual punição de Hélio Castro Neves, piloto brasileiro de Formula Indy, acusado de sonegação fiscal e evasão de divisas nos EUA. A proposta envolve a condenação a cinco anos de prisão, US$ 7,5 milhões de multa e confisco dos bens adquiridos a partir de 2002. O Estado da Flórida tem interesse no caso.
Em outubro, o bicampeão das 500 Milhas de Indianápolis foi processado sob acusação de fraudar o governo dos EUA em US$ $ 5,55 milhões (aproximadamente R$ 10,6 milhões) em impostos. Também são réus Katiucia Castro Neves, sua irmã, e seu advogado, Alan Miller. O piloto e a irmã ainda foram denunciados por outros seis crimes de evasão fiscal entre os anos de 1999 a 2004. Pela denúncia, os irmãos e Miller usavam uma offshore no Panamá, chamada Seven Promotions, para receber boa parte do salário de Castro Neves e driblar o fisco norte-americano.

A Folha informou, na ocasião: "Caso sejam condenados em todas as acusações, Castro Neves e Katiucia podem pegar até 35 anos de prisão --cinco pela tentativa de fraudar o governo dos EUA e cinco para cada um dos anos de evasão de divisas. Os dois são cidadãos americanos".

Para responder ao processo em liberdade, Castro Neves pagou US$ 2 milhões de fiança e, ainda assim, chegou ao tribunal algemado, com corrente nas pernas e de uniforme laranja.

Em entrevista à revista "Veja", na edição desta semana, Castro Neves comentou o impacto da prisão: "Foi um baque muito grande. Fiquei lá das 8 da manhã às 4 da tarde. Eu só pensava na minha irmã, que também foi presa. No fim, ela foi muito forte. Eu é que fui mais fraco. Fui algemado nas mãos e nas pernas. Foi muita humilhação".

"Em março, vou provar que sou inocente e voltar aos treinos", afirmou o piloto à revista.

Em outubro, o site de Castro Neves publicou a seguinte mensagem: "Hélio gostaria de agradecer a todos que têm ligado e escrito com seu apoio. Esse carinho e apoio significam muito pra ele. Desde os seus 12 anos de idade ele é um piloto de corridas, e vai enfrentar esse caso como se fosse mais uma difícil corrida. Hélio não entende das leis de impostos dos EUA, por isso tem ao seu lado advogados e contadores experientes. Ele tem fé que vencerá esse caso, pois sabe que não é culpado".

A Justiça dos EUA --ao contrário do que ocorre no Brasil-- trata com rigor as denúncias de sonegação.

"Usar offshores para evadir divisas é crime", afirmou em outubro Doug Shulman, agente do IRS (a Receita Federal dos EUA). "Contribuintes, grandes ou pequenos, famosos ou não, precisam saber das severas consequências de usar offshores, como ir para a prisão, devolver todos os impostos e serem taxados de criminosos pelo resto da vida", disse, na ocasião, Nathan Hochman, assistente da Promotoria."

Nota Esporte Brasilis: se o "acordo" foi esse, imagina a chance dele ser condenado...

(fonte: http://blogdofred.folha.blog.uol.com.br/)

De dar inveja

O Palmeiras tem hoje, pelo menos no papel, o melhor dirigente do futebol brasileiro.

Digo no papel pois, mesmo uma pessoa com o gabarito do Belluzzo, ainda tem que mostrar que entende de futebol e consegue comandar um clube do tamanho do Palmeiras.

Mas futebol não é tão complicado assim. Se até pessoas como Fernando Vanucci e Andres Sanchez conseguem ter notoriedade na área, acredito que um dos maiores economistas do Brasil não terá grandes problemas.

Resta ao Palestra, agora, aprender a conviver com oposições internas e saber planejar a longo prazo - e não apenas através de "parceiros".

Um último ponto sobre a eleição do clube: com certeza não era segredo, mas eu não sabia que Marco Polo del Nero (e seu filho) fazia parte do Conselho Deliberativo do clube.

Não consigo visualizar maior conflito de interesse do que o Presidente da Federação Paulista de Futebol pertencer ao Conselho de um de seus associados.

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Aviso aos desavisados

O Flamengo, maior marca do futebol nacional, não vive grandes dias. Problemas financeiros, má estreia no Carioca, Márcio Braga na Presidência...

A coisa está ruim e não é de hoje. Mesmo assim, alguns insistem em não enxergar a situação.

Diego Hypólito, que desde o começo do ano teve seu emprego ameaçado e chegou até a tomar uma "facada pelas costas", pode finalmente respirar aliviado com o patrocínio da Prefeitura de Niterói. Com o salário garantido e melhor "assessorado", proferiu a pérola da semana ontem, no anúncio do tal patrocínio:

"Sei que o governo federal não incentiva o Flamengo como deveria."

Se o atleta se referisse ao COB, que mesmo dispondo de milhões para investir no esporte olímpico, não o faz, até faria sentido.

Mas botar a culpa no governo? Tudo bem que, ao longo da história, não temos muito do que nos orgulhar de nossos governantes. Só que esse mesmo governo que "não incentiva o Flamengo como deveria" é o que simplesmente deixa de cobrar mais de R$ 200 milhões de dívidas do clube acumuladas ao longo doa anos. Ao contrário, cria uma loteria - fracassada - para ajudá-lo, e aos demais clubes.

Botar a culpa nos outros é coisa que Márcio Braga, tabelião não concursado, faz muito bem.

Outro que parece não saber direito como funcionam as coisas no Mengo é Marcelinho Paraíba. Depois de uma bem sucedida carreira na Alemanha, aceitou a proposta do Flamengo para voltar ao futebol brasileiro. Um semestre depois, o jogador ameaçou rescindir seu contrato com o clube, devido aos salários atrasados.

Empregado que não recebe tem todo o direito de reclamar e procurar outro emprego. Só que como pode algum jogador assinar contrato com o Flamengo e esperar receber sempre em dia, visto que o clube sofre desse tipo de problema há anos?

Não tenho nada contra o Flamengo - pelo contrário, considero o clube verdadeiro patrimônio do esporte nacional - e sei que tais problemas não são exclusivos da Gávea.

Mas não custa nada avisar o Diego e o Marcelinho sobre o que acontece bem debaixo dos respectivos narizes.

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Da Folha

"Herança do Pan divide o governo e o COB

Ministério admite discrepância entre materiais esportivos comprados e o que tem sido usado, mas põe culpa no comitê

Entidade comandada por Nuzman diz que guarda equipamentos a pedido das confederações, que sofrem com a Prefeitura do Rio

EDUARDO OHATA
CRISTIANO CIPRIANO POMBO
DA REPORTAGEM LOCAL

GUSTAVO ALVES
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Um dos maiores legados do Pan-2007, os equipamentos esportivos têm provocado dor de cabeça, confusão e esbarrado em burocracia para cumprir o fado de servir atletas e eventos.
Até hoje, 546 dias (1 ano, 5 meses e 27 dias) após os Jogos, parte dos cerca de 251 mil itens adquiridos para os eventos no Rio, que custaram mais de R$ 17 milhões aos cofres públicos, sofre com disputas ou então dorme em depósito à espera de catalogação ou pedido de uso.
Pior ainda é que os dois maiores responsáveis pela questão, o governo federal e o COB (Comitê Olímpico Brasileiro), principais articuladores da candidatura do Rio à Olimpíada de 2016, não falam hoje a mesma língua sobre o caso.
Enquanto o Ministério do Esporte justifica que, apesar de ter cedido os equipamentos do Pan ao COB -que os repassaria às confederações de cada modalidade-, ainda não conseguiu concluir a catalogação dos materiais, o comitê comandado por Carlos Arthur Nuzman informou à reportagem que os itens estão catalogados.
Com equipamentos importados e comprados sem licitação, a aparelhagem do Pan, pelo menos boa parte dela, chegou a ser utilizada na preparação dos atletas ao evento. Mas houve materiais que simplesmente ficaram guardados durante o torneio, como revelou relatório do TCU (Tribunal de Contas da União) de setembro de 2008.
Não bastasse isso, aparelhagens se transformaram em alvo de queda-de-braço envolvendo a Prefeitura do Rio, o COB e entidades esportivas.
O imbróglio teve início logo depois de encerradas as competições do Pan, já que, apesar de alguns aparatos terem destino certo, outros foram simplesmente levados por dirigentes ou atletas ao final da participação da modalidade nos Jogos, como ocorreu com o beisebol.
"A gente foi esperto. Quando acabou, recolhemos tudo e trouxemos para o centro de treinos [em SP]. Ninguém falou nada até pelo fato de como a competição terminou [chuvas e despreparo do local das partidas atrapalharam o torneio]", disse Jorge Otsuka, presidente da confederação de beisebol.
Mas nem tudo foi de forma tão simples como no beisebol.
O boxe foi um dos alvos da Prefeitura do Rio, que passou a cobrar a devolução de todo o material acima de R$ 300.
"Pelo que entendi, o COB até tentou convencer a prefeitura a deixar o equipamento com as confederações. Mas ela disse não e alegou que era exigência da cláusula de convênio firmado com o comitê", afirmou Luis Claudio Boselli, ex-presidente da CBB, que ainda guarda o ofício da administração municipal cobrando os materiais.
De acordo com Boselli, o material da modalidade consistia em sacos de pancada, luvas e punching ball e acabou doado a academias carentes. E só não foi retirado desses locais, afirma ele, após ameaça de chamar a imprensa para registrar a retomada dos equipamentos. "Eles querem que tudo fique dentro do almoxarifado."
Problemas semelhantes viveram os saltos ornamentais. Após absorver parte da aparelhagem adquirida para a modalidade no parque aquático Julio Dellamare, a supervisora Alice Kohler diz também ter recebido carta da prefeitura avisando que o material seria retirado.
"Quando tirarem o que eu tenho, só sobrará material velho. A prefeitura não tem escolinha de saltos ornamentais. Não sei onde iriam utilizar isso", disse.
À época na prefeitura, Cesar Maia dizia desconhecer a cobrança, alegando, porém, que sua administração "investiu R$ 1 bilhão em materiais, funcionamento e estrutura do Pan".
A atual administração da cidade, na mão de Eduardo Paes, após seguidos contatos da Folha, não quis comentar o caso.
Hoje detentor da maior parte dos equipamentos, o COB diz que só mantém os aparelhos sob sua guarda, alojados em dois depósitos no Rio, "devido ao fato de que algumas confederações não possuem local apropriado para o armazenamento". E que eles não correm risco de depreciação.
Diretores de entidades ouvidas pela reportagem, porém, contestam, e algumas federações dizem ser muito difícil contar com o equipamento devido à burocracia -teria de se reportar primeiro à confederação, que contataria o comitê.
Outro ponto dissonante entre COB e Ministério do Esporte está relacionado ao apontamento feito pelo TCU de que houve equipamentos que não foram utilizados no Pan, como 31 dardos, 90 varas e o material de proteção usado no taekwondo, que chegaram com a competição já em andamento.
O ministério, que firmou cinco convênios com o COB de 2003 a 2007 para a compra dos materiais, justificou os itens parados pelo fato "de muitos atletas preferirem utilizar seus próprios apetrechos".
Já o comitê alega que "todo o equipamento comprado para o Rio-2007 foi utilizado, tenha sido para o evento ou para o desenvolvimento do esporte brasileiro". E ainda que cedeu materiais às suas filiadas por meio de comodato (empréstimo sem ônus, mas que deve ser restituído no tempo combinado).
Ricardo Leyser, secretário- -executivo do Comitê Gestor do governo para a Rio-2016, admite que há disparidade entre o que foi comprado e o que tem sido usado hoje. "A discrepância entre o que adquirimos e o que as confederações receberam existe porque nem tudo foi dirigido pelo COB às confederações, é esse levantamento que estamos fazendo. Se não achamos uma bicicleta ou um barco, temos de encontrar de qualquer jeito, descobrir se está com atleta, confederação...". Ou nos depósitos do COB."

Nota Esporte Brasilis: até quando teremos de ouvir as 'papagaiadas' do COB a respeito dos benefícios que os Jogos Olímpicos trarão para a cidade do Rio e o esporte brasileiro? Já está mais do que provado que os tais benefícios não existem, ou são gerados em magnitude infinitamente inferior aos gastos empreendidos. Acho incrível que, mesmo com vozes importantes se levantando contra esses descalabros administrativos do COB e do próprio Governo Federal, nada seja feito para impedir que o nosso dinheiro seja gasto desta maneira. Enquanto isso, governantes preferem se omitir, empurrando a responsabilidade para outros. Como o Eduardo Paes, atual Prefeito do Rio de Janeiro, que não respondeu à reportagem da Folha, como se não tivesse nada a ver com a história - apesar de, à época do Pan-2007, ser o Secretário de Esportes da cidade.


quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

O "Paulistão" 2009

As Federações adoram exaltar os Campeonatos Estaduais.

Seja pela rivalidade regional ou pela história, argumentos não faltam para que a cartolagem morra de amores pelo torneio.

Por mim, até poderia ser um campeonato interessante, se soubesse adequar-se a um formato mais adequado a sua importância. Mas, ao invés disso, o "Paulistão" insiste nos 20 times e intermináveis 23 datas.

Pois bem. O Campeonato Paulista, reconhecidamente o torneio estadual mais forte do país, começou hoje, com o jogo entre Palmeiras x Santo André, campeões, respectivamente, das Séries A e B de 2008. Até aí, nada mais justo.

Mas o jogo foi numa quarta-feira, em Ribeirão Preto, às 16:30, para pouco mais de 13 mil torcedores.

Se a própria FPF trata sua "jóia" com tal descaso, não sou eu quem perderá tempo e linhas falando sobre o Campeonato Paulista.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Sem igual

Kaká não só mostrou que é, mesmo, diferenciado.

Como ele, não há igual no futebol mundial atualmente - pelo menos, não que se saiba.

Acho pouco provável que alguém recusasse uma proposta de R$ 58 milhões anuais, e que algum clube se conformasse, até com certo alívio, com a não realização de um negócio de 150 milhões de euros.

Ainda bem.

Manchester até poderia ser uma casa digna para o jogador.

Mas de vermelho, não de azul.

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Diferentes?

Algo me diz que fui precipitado, e disse o que não deveria antes da hora.

Será Kaká assim tão diferente?

"City aumenta proposta e Kaká aceita negociar, diz jornal

Do UOL Esporte
Em São Paulo

O Manchester City adicionou mais um capítulo à novela sobre a possível contratação de Kaká, aumentando para 243 milhões de libras (cerca de R$ 850 milhões) o valor total da transação pelo craque brasileiro. O jogador teria dado sinal verde para as negociações, segundo o tablóide inglês The Sun. Porém, sob algumas condições.

O time inglês estaria oferecendo 108 milhões de libras (cerca de R$ 370 milhões) ao Milan, e o mesmo valor para os salários de Kaká, que receberia o equivalente a mais de R$ 800 mil por semana, ou R$ 45 milhões por ano. O restante ficaria para os intermediários da negociação.

Para acreditar nisso, o brasileiro teria exigido que o clube continuasse sob o comando dos xeques dos Emirados Árabes. Além disso, Kaká quer a permanência de Robinho, a manutenção de seus direitos de imagem e ainda a classificação do Manchester City para a Liga dos Campeões em um prazo de dois anos, segundo o The Sun.

De acordo com o jornal, Kaká já teria aceitado negociar com o City há seis semanas, já na primeira vez em que soube do valor astronômico proposto pelo time inglês, que pode protagonizar a transferência mais cara da história do futebol.

O diário reitera que o Milan já aceitou a proposta e liberou o jogador para negociar. Dirigentes do City estariam embarcando para a Itália na segunda-feira, a fim de se encontrar com Kaká e seu pai, Bosco Leite."

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Diferentes

Na mesmice que invariavelmente toma conta do futebol brasileiro (e mundial), alguns jogadores são diferentes.

Kaká, como já se imaginava, é um deles.

E não só por valer, segundo dirigentes do Manchester City, mais de R$ 300 milhões.

Ao contrário da maior parte dos seus colegas de profissão, Kaká estabelece objetivos - grandiosos - para sua carreira profissional. Seja por estrutura familiar, religião, o que for, ele sabe que o futebol pode lhe proporcionar algo mais do que dinheiro. Nem a fortuna anglo-árabe conseguiu demovê-lo da idéia de se tornar um dos maiores jogadores da história do Milan.

Talvez Kaká até saia um dia; mas, pelo que vimos hoje, apenas para outro clube de grandeza proporcional à rossoneri.

Esse caso bem que poderia servir de exemplo aos jogadores que ainda atuam por aqui (assim como a opção do Marcos, que mesmo recém campeão de uma Copa do Mundo, encarou a Segundona com o Palmeiras em 2002), que poderiam optar por ficar mais alguns anos no Brasil, no aguardo de uma proposta realmente vantajosa, do que pegar um avião, para onde quer que seja, pelos primeiros dólares colocados às suas portas.

Sei que são realidades diferentes. Ao passo que Kaká já pode se dar ao luxo de recusar 15 milhões de euros anuais (e isso ajuda em qualquer decisão), a maioria dos jogadores brasileiros ainda busca uma vida mais confortável para seus familiares. E que algumas propostas são mesmo irrecusáveis.

Mas, com um pouco mais de calma - e inteligência - muitos jogadores brasileiros poderiam ter ainda mais sucesso.

Poderiam ser diferentes.

Mais uma polêmica do casal Rezende

Não é á toa que Bernardinho e Fernanda Venturini, apesar de suas inegáveis qualidades, têm tanta rejeição dentro do vôlei brasileiro.

"Recurso usado na inscrição de Fernanda desagrada rivais do Rexona


Paula Almeida e Roberta Nomura

Em São Paulo

Do UOL Esporte


A inscrição de Fernanda Venturini pelo Rexona-Ades na Superliga 2008/09 não foi bem recebida por todos os clubes participantes da competição. Embora a maioria tenha sido favorável ao registro da levantadora em reunião realizada na última segunda-feira, os três principais rivais da equipe carioca se abstiveram de votar.


O argumento utilizado por Finasa/Osasco, Pinheiros/Mackenzie e São Caetano/Blausiegel - coincidentemente as três equipes que sucedem o Rexona na classificação da Superliga - foi que o time comandado pelo técnico Bernardinho usou um aspecto nebuloso do regulamento para propor e conseguir inscrever a medalhista olímpica.

Segundo as regras da principal competição nacional, cada equipe pode registrar apenas dois jogadores que tenham valor máximo no ranking de atletas, isto é, 7 pontos. O Rexona já tem Érika e Fabiana com esta pontuação, e, segundo a lista divulgada em março, antes do início da Superliga, Fernanda também aparecia como atleta 7, embora estivesse afastada das quadras havia um ano.


Para poder inscrevê-la, o Rexona alegou que o último clube pelo qual a levantadora jogou foi o espanhol Murcia. Como atletas repatriadas perdem sua pontuação ao retornarem ao Brasil, Fernanda, de atleta com 7 pontos, ficou zerada.


"Se formos usar o bom senso, ela não poderia ser uma atleta repatriada", afirmou Rafael Prado de Castro, supervisor do Pinheiros, ao
UOL Esporte. "Nós sabemos que a Fernanda jogou há dois anos no Murcia, em 2006. Eles tentaram achar um buraco na regra", completou uma fonte próxima ao Finasa/Osasco.

Do outro lado da moeda está o Rexona, que faz questão de ressaltar que não utilizou artifícios a seu favor. "É uma questão de interpretar a regra. Tanto que o São Caetano e o Pinheiros votaram e depois pediram para mudar e se abster. Mas isso não muda em absolutamente nada. Seja 10 votos a 2, 8 a 0 com quatro abstenções ou 9 a 3, o que a gente tem certeza absoluta é que não fez nada contra o regulamento", explicou o supervisor do Rexona, Harry Bollmann Neto.

Na visão do São Caetano, a aprovação do registro de Fernanda contrariou o propósito inicial da formulação do ranking de atletas, criado pela CBV (Confederação Brasileira de Vôlei) na temporada 1992/93.


"O fato não é a Fernanda. O fato é que o ranking foi feito para equilibrar forças", salientou Maria Ivete Miotto Silva, supervisora da equipe do ABC. "No entendimento dos outros clubes, ela foi considerada repatriada. Ou seja, ela está voltando para o vôlei brasileiro, onde ela já estava".


Resignadas diante da aprovação da maioria, as três equipes que estão entre as quatro primeiras da Superliga, atrás somente do Rexona, se dizem conformadas com a situação.

"Eles não fizeram nada de ilegal, apenas se encaixaram em uma brecha que existe na regra, regra que foi concordada por todos nós em uma reunião antes do início da Superliga", disse Prado de Castro sobre o recurso utilizado pela equipe carioca. "O que precisa ser feito é criar critérios para a próxima temporada sobre o que é uma atleta repatriada".


Para Maria Ivete, a inclusão de Fernanda não deverá merecer atenção especial dentro das equipes. "Vamos ter que enfrentar o Rexona com ou sem a Fernanda", ponderou a supervisora do São Caetano, que não acredita que a levantadora tenha sido registrada apenas como forma de precaução como justificou a equipe do Rio de Janeiro.


Instruído a não falar sobre o caso, Luizomar de Moura foi conciso quando procurado pela reportagem. "Não temos muito o que falar sobre isso. O que eu sei é que a Fernanda é, ou foi, uma grande jogadora, e a presença dela vai engrandecer a Superliga", resumiu."

Promessas

Tudo bem que os ingleses podem não ser os maiores conhecedores de futebol no mundo - mesmo o tendo inventado.

Mas a lista divulgada essa semana pelo The Times (http://www.timesonline.co.uk/tol/sport/football/european_football/article5502827.ece?token=null&offset=84&page=8) é interessante, até porque, entre as 50 maiores promessas do futebol mundial, estão três jogadores que ainda atuam no Brasil.

A pergunta, feita inclusive pelo periódico inglês, é: quanto tempo levará para que se mudem para a Europa?

Abaixo, os seis brasileiros citados na matéria:

1. Hernanes (São Paulo)
Perhaps the most-hyped South American prospect of last year, the hugely-talented 23-year-old Brazilian is an attacking midfield playmaker, leading to inevitable Kaka comparisons. How long before he moves to Europe?

5. Douglas Costa (Grêmio)
The new Ronaldinho? The new Anderson? Either way, this skilful 18-year-old midfield player attracted the attention of Manchester United and Real Madrid last autumn despite making just a handful of appearances. His buy-out clause is 21 million GBP.

9. Fabio Da Silva (Manchester United)
His twin Rafael, has already caught the eye at right back this season and the word from Old Trafford is that Fabio, 18, is just as exciting – though he is yet to make his United debut given Patrice Evra’s excellence at left back. 11. Carlos Eduardo (Hoffenheim)
European scouts had kept tabs on this Gremio left-sided midfield player as a teenager, but it was to little Hoffenheim that he moved for €8 million in 2007. He is now 21 and Hoffenheim are shock contenders for the Bundesliga title.

20. Thiago Silva (free agent, joining AC Milan in June)
The 24-year-old, converted to centre back after being a utility man, left Fluminese last year. Rebuilt his career after failing to make an impact in previous European spells and will be at the San Siro next season after appearing at the Olympics as an overage player.

39. Miranda (São Paulo)
AC Milan and Fiorentina are reportedly interested in capturing the tall 24-year-old centre back, formerly with Sochaux in France.

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Friaça - 1924-2009

Se foi mais um jogador da Seleção de 1950.

"Morre Friaça, autor do gol brasileiro na final da Copa de 1950

Do UOL Esporte

Em São Paulo


Aos 84 anos, morreu nesta segunda-feira o ex-jogador de futebol Friaça, autor do gol da seleção da final da Copa do Mundo de 1950, quando o Brasil perdeu por 2 a 1 para o Uruguai, no jogo que ficou conhecido como Maracanazo. A morte foi confirmado às 9h10 por falência multipla dos orgãos. Ele já estava internado há 45 dias.


O ex-atleta morreu no Hospital São José do Avaí, na cidade de Itaperuna, interior do Rio de Janeiro. O estado fluminense foi onde ele começou a se destacar como jogador. Friaça atuou pelo Vasco de 1944 a 1949, onde foi campeão carioca invicto em 1947.


Depois disso, ele se transferiu para o São Paulo, onde jogou em 1949 e 1953 e foi campeão paulista no ano de 1949, sendo inclusive artilheiro da competição estadual com 24 gols. Em 1953 ele se transferiu para a Ponte Preta.


Friaça se destacou por ser um jogador muito técnico, atuando em qualquer posição do ataque, mas sua especialidade era cair pelas pontas. Segundo a imprensa da época, ele "barbarizava os adversários" e "arrancava suspiros das arquibancadas" quando atuava por ali. Uma de suas marcas era conseguir passar pelos adversários sem precisar driblar, apenas na velocidade.


O prefeito da cidade fluminense de Porciúncula, onde nasceu o ex-jogador, Antonio Jogaib, anunciou que será decretado luto oficial por três dias no município. O corpo deve ser velado nesta segunda-feira na Câmara Municipal da cidade."

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Complemento ao post abaixo

Ao procurar informações e imagens para o texto abaixo, encontrei a seguinte notícia, publicada em 10/12/2008, no site Globoesporte.com, e não pude deixar de publicá-la aqui (meus grifos):

"Renovação de Leandro Bomfim causa estranheza

Para piorar a situação, Daniel fez uma revelação em relação a renovação de contrato de um jogador, que ele preferiu não identificar.

- Poucos dias antes do Roberto assumir, no início de julho, a antiga diretoria, com o aval dos membros do departamento de futebol, renovou o contrato de um jogador por valores muito altos. Ele teve um aumento de R$ 20 mil e caso atuasse em cinco partidas ganharia mais R$ 20 mil. O que é pior é que o atleta vinha jogando muito pouco e o seu custo-benefício em prol do Vasco era muito baixo – conta o supervisor.

Mesmo sem Daniel querer revelar o nome do jogador, o GLOBOESPORTE.COM fez uma rápida pesquisa no Boletim Interno Diário (BID) da CBF e descobriu que o atleta em questão é o meia Leandro Bomfim. O jogador tinha contrato com o Vasco até julho de 2008 e teve o seu vínculo prorrogado por mais um ano. Curiosamente, os vencimentos do jogador que giravam em torno de R$ 60 mil passaram a ser de R$ 80 mil, e após um número de partidas seria elevado para R$ 100 mil.

Leandro Bomfim está inscrito na CBF no número 146536. De acordo com as informações da confederação, o vínculo do jogador com o Vasco foi prorrogado e teve início no dia 30 de junho, um dia antes da posse de Roberto Dinamite. Na Ferj, o contrato do atleta foi registrado com a numeração 00596789/RJ

- Muita gente critica o departamento de futebol atual, mas não vê o que era feito anteriormente. Fizeram uma renovação na véspera da entrada do Roberto e ninguém lembra disso. Não cabe dizer quem é, mas é um jogador que tem contrato em vigor com o Vasco – conta.

Logo que encerrou o Campeonato Brasileiro, Daniel Freitas e o gerente Carlos Alberto Lancetta fizeram um minucioso relatório com os jogadores que participaram da competição. No dossiê, os dirigentes do departamento de futebol indicaram o custo-benefício de cada atleta para a equipe cruzmaltina. Dos 34 jogadores que encerram o ano em São Januário, no máximo 20 atletas vão permanecer para 2009."

Muito suspeito, e coisa boa não é.

Será que o Fluminense sabe disso?

A qualidade de cada um

Alguns amigos meus dizem que o empresário do Belleti é o melhor do mundo.

Afinal, mesmo sendo o Belleti, jogou em grandes clubes brasileiros e europeus, foi para a Seleção e ganhou uma Copa do Mundo. De quebra, fez o gol do título do Barça na Champions League.

E o que dizer dos empresários de Carlos Alberto e Leandro Bomfim?

O primeiro, revelado como garoto prodígio do Fluminense, seguiu o protocolo e foi cedinho para a Europa. De cara, foi campeão da Champions com o surpreendente Porto. E depois disso... foi um coadjuvante no time de estrelas da MSI, de onde, quando já não era mais um time de estrelas, saiu brigado com o treinador. Então, retornou às Laranjeiras, mas só ficou um semestre. Depois disso, voltou à Europa, para o Werder Bremen, mas não durou nem seis meses, pois saiu na mão com um companheiro de time em pleno treino.

Desacreditado e bem acima do peso, chegou ao São Paulo, clube em que teria todas as condições de mostrar seu bom (?) futebol. Entretanto, meses depois e com apenas um gol marcado, envolveu-se em nova briga na concentração e foi dispensado. O desemprego, porém, não durou muito, pois chegou ao Botafogo como grande contratação para o Campeonato Brasileiro de 2008 - campeonato este em que até jogou bem, mas não terminou, pois abandonou-o no meio, devido aos salários atrasados do alvi-negro.

E tudo isso em apenas menos de sete anos de carreira.

Eis que, mesmo em baixa e sem crédito algum, Carlos Alberto é apresentado como o grande "reforço" do Vasco para 2009, ano crucial para a história do Gigante da Colina. Empolgado após os elogios de Roberto Dinamite, o jogador se mostrou confiante com o "projeto" (ver o post abaixo) apresentado a ele pelo clube. E, pior: a princípio, o jogador só ficará em São Januário por seis meses, pois o Werder Bremen exige sua volta - provavelmente para repassá-lo a algum desavisado, já que de bobo o alemão não tem nada.

Belo modo para se iniciar uma reconstrução...

Com Leandro Bomfim, a história é pior ainda. Pois, nos mesmo sete anos, o baiano já rodou por nada diversos clubes, e desde 2005 não é titular em nenhum - e desse eu posso falar, já que Leandro ficou no São Paulo por duas temporadas seguidas, e não me lembro de nenhum jogo em que tenha começado jogando.

Mesmo assim, o jogador foi contratado pelo seu 9o clube, o Fluminense (os anteriores foram: Vitória, PSV, Porto, São Paulo, Cruzeiro, Nacional da Madeira, Palmeiras e Vasco), que se apresenta como a segunda força do RJ em 2009.

Se o empresário do Belleti é o melhor do mundo, os de Carlos Alberto e Leandro Bonfim são gênios ainda não descobertos pela humanidade.

Ou, maior que suas genialidades, é a burrice dos dirigentes do futebol brasileiro.

ps: apenas por curiosidade, os empresários citados neste post são Sandro Belleti (irmão do jogador), Carlos Leite (Carlos Alberto) e André Cury (Leandro Bomfim).

Pequeno dicionário do futebol brasileiro

O futebol mundial deve muito ao Brasil.

Afinal, nós introduzimos a ginga no duro esporte bretão; trouxemos a alegria que faltava à já quase perfeita modalidade; criamos Pelé, Garrincha, Zico, Ronaldo, entre tantos.

E, seguindo essa linha vanguardista, o futebol brasileiro também revoluciona no vocabulário, conferindo novos significados a termos conhecidos da língua portuguesa.

A seguir, alguns deles - e nada indica que a lista seja taxativa, pois cada ano que passa traz novos vocábulos à lista:

Craque
: jogador brasileiro que de alto nível técnico em atividade na Europa.

Empresário: o culpado pela má situação financeira dos clubes brasileiros, porém, melhor amigo dos dirigentes.

Erro de arbitragem
: roubo de um árbitro sem-vergonha contra o seu time e a favor dos demais.

Erro de interpretação: lance discutível contra os demais times e a favor do seu.

Investidor: 'ente' desconhecido, com recursos de origem obscura que atua no meio do futebol com objetivos indefinidos.

Marketing
: elaborar camisas de cores diferentes, cheia de números ou com frases de efeito, que serão vestidas após alguma conquista, por cima daquela com a marca da empresa que injetou dinheiro no clube ao longo de todo o ano.

Parceiro: entidade dotada de recursos financeiros, com a obrigação de contratar jogadores, sem contrapartida definida e que levará a culpa por eventuais fracassos.

Planejamento
: termo sem uma definição específica, mas levando em conta que a maioria dos times (diz que) elabora um, seria algo como contratar mais de 15 jogadores por temporada, três técnicos e botar a culpa no árbitro pelas derrotas.

Projeto (visão do clube): entrar para ganhar todos os campeonatos que disputar, afinal, "Um time com a grandeza do(a) ___________ tem a obrigação de conquistar títulos".

Projeto (visão do atleta): assinar com o clube que o seu empresário mandar, pois assim fica mais fácil para o seu empresário colocá-lo em algum time mediano europeu, que além de engordar a conta bancária tanto do jogador como do empresário, facilitará a volta, no ano seguinte, a algum clube brasileiro - afinal, é difícil ficar longe da família, da praia e do feijão - que o seu empresário indicar.

Promessa: jogador brasileiro de alto nível técnico em atividade no Brasil.

Trabalho psicológico: palestra motivacional na véspera de decisões, no estilo "Quero que vocês coloquem no peito essa porra de faixa de campeão!"

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Do Diário Oficial da União

Não, eu ainda não criei o hábito de ler diariamente o DOU - apesar de ser uma prática salutar ao exercício da cidadania.

Mas isso foi publicado hoje.

"Aplicamos" mais R$ 7,5 milhões na candidatura Rio-2016.

Está rolando a festa, não fomos convidados mas pagamos os 'comes e bebes'.


Ministério do Esporte

SECRETARIA EXECUTIVA

EXTRATO DE CONVÊNIO Nº 22.241/2008

ESPÉCIE: Convênio que celebram entre si a União, por intermédio do Ministério do Esporte - CNPJ 02.961.362/0001-74 e o COMITÊ OLÍMPICO BRASILEIRO - CNPJ 34.117.366/0001-67.

OBJETO: O presente Convênio tem por objeto a transferência de recursos financeiros para custear despesas com prestação de serviços e aquisição de materiais para organização da Visita de Avaliação Técnica do Comitê Olímpico Internacional a cidade do Rio de Janeiro no período de abril a maio de 2009, conforme plano de trabalho aprovado.

DESPESA: Os recursos decorrentes do presente Convênio são provenientes do Ministério do Esporte, Orçamento Geral da União, no valor de R$ 7.310.254,54 (sete milhões, trezentos e dez mil, duzentos e cinquenta e quatro reais e cinquenta e quatro centavos), no Programa de Trabalho 27.811.0181.2360.0001, Natureza de Despesa 33.50.41 e Fonte de Recursos 100, e 69.852,00 (sessenta e nove mil, oitocentos e cinquenta e dois reais), referente a contrapartida economicamente mensurável, perfazendo o total de R$ 7.380.106,54 (sete milhões, trezentos e oitenta mil, cento e seis reais e cinquenta e quatro centavos).

NOTA DE EMPENHO: 2008NE901015, de 29 de dezembro de 2008, UG/Gestão: 180002/00001.

VIGÊNCIA: O presente Convênio terá vigência da data de assinatura até 30/06/2009, para a execução do objeto expresso no Plano de Trabalho.

DATA DE ASSINATURA: 31 de dezembro de 2008.

SIGNATÁRIOS: WADSON NATHANIEL RIBEIRO, Secretário Executivo, C.P.F: 033.330.476-40, e ANDRÉ GUSTAVO RICHER, Presidente do COB - C.P.F: 009.749.867-04.

EXTRATO DE CONVÊNIO Nº 24.482/2008

ESPÉCIE: Convênio que celebram entre si a União, por intermédio do Ministério do Esporte - CNPJ 02.961.362/0001-74 e o COMITÊ OLÍMPICO BRASILEIRO - CNPJ 34.117.366/0001-67.

OBJETO: O presente Convênio tem por objeto a transferência de recursos financeiros para custear despesas com contratação de seguro viagem, diárias, passagens aéreas e ferroviárias, locação de vans, aquisição de vestuário, hospedagem e serviços fotográficos, necessários a realização de ação de relações públicas internacional, por ocasião de entrega do Dossiê de candidatura em Lausanne, Suíça.

DESPESA: Os recursos decorrentes do presente Convênio são provenientes do Ministério do Esporte, Orçamento Geral da União, no valor de R$ 273.749,92 (duzentos e setenta e três mil, setecentos e quarenta e nove reais e noventa e dois centavos), no Programa de Trabalho 27.811.0181.2360.0001, Natureza de Despesa 33.50.41 e Fonte de Recursos 100, e 2.497,12 (dois mil, quatrocentos e noventa e sete reais e doze centavos), referente a contrapartida economicamente mensurável, perfazendo o total de R$ 276.247,04 (duzentos e setenta e seis mil, duzentos e quarenta e sete reais e quatro centavos).

NOTA DE EMPENHO: 2008NE901083, de 30 de dezembro de 2008, UG/Gestão: 180002/00001.

VIGÊNCIA: O presente Convênio terá vigência da data de assinatura até 27/02/2009, para a execução do objeto expresso no Plano de Trabalho.

DATA DE ASSINATURA: 31 de dezembro de 2008.

SIGNATÁRIOS: WADSON NATHANIEL RIBEIRO, Secretário Executivo, C.P.F: 033.330.476-40, e ANDRÉ GUSTAVO RICHER, Presidente do COB - C.P.F: 009.749.867-04.


ps: notícia "emprestada" do Blog do Alberto Murray.

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

E a roda gira...

Ano novo, vida velha. Nem bem começou 2009 e o esporte brasileiro já dá mostras de que continua insistindo em velhas práticas e na ausência de um planejamento consistente - se é que existe qualquer tipo de planejamento.

Uma das manchetes do UOL de hoje foi "Fla planeja corte de verba e pode deixar Hypólitos e Jade desempregados". Muito previsível, visto que, além do clube ser devedor de quase R$ 200 milhões apenas para a União, estamos no ano seguinte ao das Olimpíadas - e, consequentemente, a três dos próximos jogos. Manter na folha atletas que darão pouco retorno de imagem ao clube (ainda que este tal retorno seja, independentemente de qualquer coisa, mal explorado) não está nos planos de qualquer dirigente, sendo preferível "investir" em jogadores para o campeonato estadual.

Se fosse só isso, até daria para aceitar, já que entidades privadas não têm necessariamente tal obrigação. Porém, outro ponto da reportagem chama a atenção: "O corte, entretanto, também é visto como uma cartada da diretoria para pressionar o presidente Lula a assinar uma medida provisória que retardaria o pagamento das dívidas dos clubes com o governo federal com recursos provenientes da Timemania." Ou seja: o maior devedor dentre os clubes de futebol brasileiro ameaça o governo com o desemprego de atletas, pois a forma encontrada para anistiá-lo de suas dívidas não vem dando resultado.

Ser devedor desta montanha de dinheiro já está errado, o governo inventar a Timemania (do modo como foi feita) também, e quem não tem nada a ver com a história paga o pato.

Até aqui, nenhuma surpresa.

Como também não surpreende o fato de a Golden Cross, principal patrocinadora de Diego Hypólito, também ter anunciado que não renovará o patrocício ao atleta, devido a "uma nova estratégia de marketing", como conta a mesma reportagem. A empresa de planos de saúde, inclusive, não continuará como patrocinadora do próprio COB. Claro, marketing esportivo no Brasil envolve comerciais na Globo e marca na camisa - apenas de times de futebol, obviamente. E, com a proximidade dos Jogos Olímpicos, aqueles poucos atletas com chance de medalha acabam ficando com alguns trocados. Como 2009 não se enquadra neste último caso, azar deles.

Sei que isso não acontece em 100% dos casos. E, de novo, digo que o apoio a atletas não é responsabilidade de empresas privadas. Estas buscam o lucro, e se determinada ação não ajudar a alcançá-lo, não há porque implementá-la.

Quem deveria pensar em soluções para o problema é o Governo. Mas, ao invés disto, nosso Ministério dos Esportes toma decisões como a que trouxe hoje o jornal Folha de São Paulo, em matéria reproduzida na íntegra abaixo (os grifos são meus):

"Dono da Traffic agora defende esporte do país

Ministro põe J.Hawilla, parceiro do Palmeiras, no Conselho Nacional de Esporte

Ministério admite que nomeação pode gerar polêmica, mas diz que reforça "democracia" do órgão, já que ele reúne pessoas de diversos setores

RICARDO PERRONE
DO PAINEL FC
GIULIANA BIANCCONI
DA REPORTAGEM LOCAL

No final do ano em que se consolidou como uma das pessoas mais influentes do futebol brasileiro, J. Hawilla, o dono da Traffic, parceira do Palmeiras, foi nomeado conselheiro do Ministério do Esporte.
No dia 19 de dezembro, o "Diário Oficial" da União publicou portaria do ministro Orlando Silva Jr. transformando o empresário, que também despejou milhões em outros clubes, em membro do CNE (Conselho Nacional de Esporte).
O órgão, diretamente ligado ao ministério, reúne gente de várias classes e entidades. Hawilla entrou como um dos seis "representantes do desporto nacional". A indicação desse sexteto é de responsabilidade exclusiva do ministro.
O grupo abriga 22 integrantes e tem entre seus deveres propor prioridades para a aplicação dos recursos do ministério, expedir diretrizes para o controle antidoping, emitir pareceres e recomendações sobre questões desportivas nacionais e aprovar mudanças nos códigos de Justiça Desportiva.
E o que o parceiro do Palmeiras, que construiu um império com placas de publicidade nos estádios e comandando meios de comunicação, tem a ver com essas questões do esporte?
"Pode ser uma indicação polêmica, mas todo conselho tem que ser democrático. Precisa ter representantes da iniciativa privada, do empresariado, do setor não público", afirmou Wadson Nathaniel Ribeiro, que ocupa interinamente o cargo de ministro do Esporte durante as férias de Silva Jr.
Polêmica a indicação já causou. Membros do STJD e do Sindicato dos Atletas Profissionais de São Paulo viram com estranheza a nomeação de um empresário para um órgão ligado ao governo federal.
O proprietário da Traffic entra no lugar de José Carlos Brunoro, ex-técnico de vôlei, que trabalhou na parceria Palmeiras/Parmalat e hoje é diretor do clube de futebol do Pão de Açúcar e dono de uma empresa de consultoria esportiva.
Ao saber pela reportagem sobre a indicação de Hawilla, Rinaldo Martorelli, presidente do sindicato dos atletas paulistas, ficou surpreso e afirmou: "O ministro está se perdendo".
"Não acho que o Conselho [Nacional de Esporte] precise de empresários ligados a negócios esportivos. Precisa de gente que entenda de esporte", completou Martorelli.
A indicação do empresário acontece no momento em que o STJD e parlamentares estudam medidas para conter avanços de empresas que agem em diversos clubes do país.
Além do Palmeiras, Corinthians, Fluminense, São Paulo e Vitória estão entre as equipes que têm jogadores da Traffic. A empresa também controla o Ituano e o Desportivo Brasil.
Como todos em seu meio, Hawilla terá amplo terreno para atuar na Copa de 2014, que será discutida pelo conselho.
Procurado pela Folha, o empresário falou por meio de sua assessoria de imprensa que estava no aeroporto e não poderia dar entrevista. Só confirmou que foi convidado pelo ministro e disse que não tomou posse porque não pôde ir ao DF no dia. Prometeu comparecer ao primeiro encontro do ano.
A nova ligação entre o ministério e Hawilla, amigo de longa data de Ricardo Teixeira, o presidente da CBF, é bem ao gosto da diretoria do Palmeiras, que já se orgulhava de ser próxima do governador José Serra, palmeirense, e de Marco Polo Del Nero, presidente da FPF e conselheiro do clube.
O ministro do Esporte também nomeou a ex-jogadora de vôlei Ana Moser, o ex-árbitro José de Assis Aragão, que vai para o segundo mandato seguido, e Alberto dos Santos Puga Barbosa, que entra no lugar de Eduardo de Rose, especialista em controle de dopagem.
Duas vagas sob a batuta de Silva Jr. estão abertas. Ele fez os convites e espera respostas."



Ou seja, botaram o gato para tomar conta do peixe. O conflito de interesses é tão óbvio que dispensa maiores comentários. Mas não há nada que um bom lobby não resolva em Brasília. Ainda mais se levarmos em conta que o futebol brasileiro atual virou "terra-de-ninguém", com a extinção do passe e o recente advento dos empresários, que cada vez mais abrem seus tentáculos sobre o mundo da bola. E ainda tem a Copa de 2014...

Não sou ingênuo para achar que tais coisas só acontecem no esporte. Ligações desse tipo acontecem em qualquer área, proporcionalmente ao volume de dinheiro envolvido.

Mas como cada macaco deve ficar no seu galho, e o meu é o esportivo, atenho-me a criticar algo que tenho mais conhecimento, e deixar as outras áreas para pessoas mais gabaritadas.