sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Caiu a casa, mano

"Não vamos falar sobre Pop's Drinks, mulherada, nada. Nós da Gaviões só temos uma coisa a dizer sobre tudo isso. Se o Ronaldo não jogar no dia 8 contra o Palmeiras ou no dia 11 contra o São Caetano vai chegar a nossa hora de cobrar. E vamos cobrar forte. É o nome do Corinthians que está em jogo. Ninguém brinca com esse clube. Ninguém, nem o Ronaldo."
Eduardo Ferreira, assessor da presidência da Gaviões da Fiel
(fonte: Blog do Cosme Rímoli)

Nota Esporte Brasilis: será que assistiremos ao fim de uma das carreiras mais brilhantes do futebol sob ameaças de uma torcida organizada?

Difícil imaginar triste mais melancólico do que este.


Ronaldo pode ter perdido uma chance de ouro de pendurar as chuteiras com dignidade.

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Mais um imbecil

Do Painel FC, da Folha:

"Como galinha não tem estádio, não sei onde eles jogarão partidas importantes, a não ser que não estejam pensando na Libertadores"


De KALIL ROCHA ABDALA , diretor jurídico do São Paulo, usando música da torcida para comentar o fato de o Corinthians não querer o Morumbi

Nota Esporte Brasilis: eis outro "profissional" dirigente do São Paulo.

É incrível como alguns cidadãos não têm o menor senso de responsabilidade sobre seus atos e palavras. A única coisa que uma declaração cretina como essa pode gerar é mais confusão e ódio entre as partes envolvidas.

Ou talvez esse boçal não dê a mínima para o que acontece do lado de fora, enquanto se senta em uma confortável poltrona reclinável das tribunas do Morumbi.

Do Japão


Do Blog da Redação do UOL:

"Washington recebe fã dos tempos do Japão

O centroavante Washington deixou fãs durante a passagem de três anos pelo futebol japonês. Nesta terça-feira, uma japonesa de 23 anos, torcedora do Urawa Reds, visitou o CCT da Barra Funda para conhecer seu ídolo e se esforçou para se comunicar em português.

O camisa 9 foi receptivo e até trocou umas palavras em japonês com sua fã. O jogador prometeu entregar a ela uma camisa do São Paulo após a partida desta quarta-feira contra o Independiente de Medellín, pela Copa Libertadores.

“Ainda lembro um pouco do que aprendi”, contou, sorridente.

Já a torcedora, que se chama Vivian, tirou fotos e filmou todo o encontro. “Estou aprendendo a falar [português] por causa de você”, disse, olhando para Washington."

Nota Esporte Brasilis: Vivian, a fã de Washington, é prima da minha namorada, a Marina. Nasceu no Japão e desde antes de chegar no Brasil, de férias, já dizia que queria rever o Washington. E amanhã levarei as duas na estreia do Tricolor na Libertadores.

Atualização em 23/02: um dia após o jogo, Washington entrou em contato com a Vivian (ou Lie, em japonês) e fez questão de entregá-la a camisa que usou no jogo. Uma demonstração de carinho a uma fã de longa data, que mostra um pouco do caráter do jogador e porque ele costuma cativar torcedores por todos os times em que joga.

domingo, 15 de fevereiro de 2009

Uma tarde de futebol


Mesmo com apenas 10% de ingressos aos visitantes, tivemos 13 feridos no Morumbi, numa confusão que, a princípio, foi causada por nossa despreparada Polícia Militar.

Em Belo Horizonte, 47.803 torcedores assistiram Cruzeiro x Atlético. Poderia ser um a mais, se o atleticano Lucas Marcelino Batista não tivesse sido baleado no caminho para o Mineirão.

Lucas morreu, e nunca mais verá um clássico da capital mineira.

Eu ainda reluto em admitir que ir a um estádio de futebol se tornou um risco desnecessário.

Será que terei coragem de levar meu filho a um jogo de futebol?

Em tempo: os resultados dos jogos, coadjuvantes frente aos eventos citados acima, foram São Paulo 1 x 1 Corinthians e Cruzeiro 2 x 1 Atlético.

Atualização em 16/02: o número de feridos no Morumbi, ficou entre 23 e 40, pelo que li hoje; Lucas tinha apenas 20 anos, trabalhava e foi morto num ponto de ônibus; ao final de Flamengo x Botafogo, tiros foram dados na saída do Maracanã.

sábado, 14 de fevereiro de 2009

Democracia Corintiana

Do blog do Juca:

"Triste Corinthians

Fiz bem em não ir votar na eleição do Corinthians.

Acabo de receber um telefonema de Benjamim Back, que foi impedido de votar.

Por quê?

Não souberam lhe dizer, até porque ele está em dia com suas obrigações de sócio.

"Sinto como se tivesse sido roubado, como se tivessem batido a minha carteira, vítima de um estelionato", disse o Benja, indignado.

Ao não ir votar deixei de ver, ainda, figuras que um dia simbolizaram a "Democracia Corinthiana", como Valdemar Pires e Adílson Monteiro Alves, no papel de bobos da corte.

O segundo, que virou bingueiro, não surpreende.

É como diz Sérgio Scarpelli, que também batalhou na "Democracia Corinthiana", desiludido com os rumos que as coisas tomaram no Corinthians: "o clube acabou".

O sonho, ao menos, de fato."

Arrogância x Ignorância

Faltavam atrativos para o clássico de amanhã. Início de temporada, campeonato ainda longe da fase decisiva, times se acertando e ainda por cima, sem suas suas principais estrelas - Rgério Ceni e Ronaldo. Valeria apenas pela rivalidade.

Mas nossos dirigentes trataram de elevar a importância do jogo, de uma forma perigosa, acirrando o ânimo daqueles que deveriam ser controlados ao extremos: as torcidas organizadas.

O São Paulo anunciou, na semana anterior ao clássico, sua nova política para jogos desse porte. A partor de agora, o Morumbi se comportará como realmente deve: a casa do São Paulo. Em jogos de mando do Tricolor, o adversário terá uma quota mínima, definida em lei, acabando com a "tradição" de se dividir o estádio meio a meio. Prática justa e já adotada no Palestra Itália, Vila Belmiro, Beira-Rio e Olímpico, para citar alguns.

O Tricolor tem todo o direito de fazer isso; afinal, o Morumbi é sua propriedade.

Além do mais, pela primeira vez, foi apresentado um projeto efetivo de aproveitamento comercial do estádio. De elefante branco, vazio boa parte do ano, o estádio trará receita ao clube, havando jogo ou não. Numa época em que os clubes buscam recursos e tentam (na maioria daz vezes, sem sucesso) realizar uma administração mais profissional, uma ação como essa mereceria ser louvada e copiada.

Mas o que se vê é um bate-boca de dirigentes-torcedores, se comportando como se estivessem numa mesa de bar, e se esquecendo que seus atos e declarações podem influenciar milhares.

Como já disse, não há nada de errado na atitude do Tricolor. Mas essa notícia precisava ser dada tão perto de um clássico? Aposto que os acordos comerciais já estão sendo costurados há algum tempo, e que a medida dos ingressos já se mostrava necessária desde então. Poderia ter sido agendada uma reunião, com dirogentes e Federação, para comunicar a decisão e evitar maiores polêmicas. Porém, como os dirigentes são-paulinos se especializaram em arrumar briga com todo mundo (com ou sem razão), isso não se mostra viável.

Mais: de novo, as declarações do "Doutor" Juvenal e sua trupe vêm carregadas de ironia e soberba. O São Paulo é o melhor, o Morumbi é o maior, blá, blá, blá... Não percebem que o rótulos são dados e reconhecidos pelos outros, e não através de exaltações narcisistas que só trazem a antipatia dos demais. Até eu que sou são-paulino já estou de saco cheio da arrogância tricolor.

Do outro lado, tivemos as declarações corintianas, acusando o São Paulo de ser "elitista" e de "romper com uma tradição de anos".

O rótulo de elitista talvez até caiba, já que a própria Diretoria do Morumbi assim gosta de se definir. Só que Andrés Sanchez, Presidente do clube mais popular do Estado, representante da "Nação Corintiana", foi o primeiro a elevar o preço dos ingressos do Pacaembu às alturas, após a contratação do Fenômeno.

E quanto à tradição, ela realmente existia e o São Paulo foi de encontro à história. Mas também existia a "tradição" de não se aceitar negros nos times de futebol e de não se pagar salários aos jogadores, que deveriam ser amadores; fora do futebol, já tivemos a escravidão, o castigo físico nas escolas e o sufrágio não-universal - felizmente, todas abolidas. Pois os tempos mudam e a sociedade - na maior parte das vezes - evolui.

Vivemos uma época em que o esporte precisa rever algumas de suas práticas para se desenvolver.

Nesse episódio, as duas partes foram amadoras e criaram um clima de guerra totalmente desnecesário para o clássico - ao invés de acabarem com mais uma "tradição" e passarem a se comportar como profissionais.

domingo, 8 de fevereiro de 2009

Idéia polêmica, mas boa

Acontece agora em Campinas o provável maior clássico do interior: Guarani x Ponte Preta. Mesmo sem a força de outros tempos, o embate ainda tem seu charme e atrai atenção, pelo menos no âmbito do futebol paulista.

O Estadão de hoje publicou matéria sobre a atual situação financeira das equipes, que já não vêm bem há tempos. O Guarani quase sucumbiu às dívidas estratosféricas, e a situação dentro de campo ficou tão ruim que demorou dois anos para subie da Série C à B. A Ponte vive dias um pouco melhores, mas nada invejável.

E ambos os times enfrentam o dilema de ter de vender seus estádios para saldar dívidas.

Enquanto lia a referida matéria, tive uma idéia, que guardei para mim por ora por achar polêmica demais. Mas, ao final do texto, percebi que ela não era tão fora da realidade assim, tanto que a Prefeitura de Campinas também a teve: por que Guarani e Ponte não dividem um estádio? Não só conseguiriam sair do buraco financeiro em que se encontram, com a receita da venda do Brinco e do Majestoso, como evitariam a volta para a penumbra, com a divisão de despesas de uma arena que, com o devido planejamento, pode ser rentável.

As torcidas, com certeza, acharão loucura. Dividir o estádio com o maior rival? Jamais!

Só que essa não é uma decisão para os torcedores, mas para os gestores das duas agremiações, responsáveis por seus patrimônios e cientes das dificuldades.

Em plena corrida para se tornar cidade-sede da Copa-2014, muito se discute sobre a construção de novos estádios, e sobre sua futura utilização. Cidades não tão grandes apresentam projetos grandiosos - e caros - para arenas com futuro incerto. A questão também cabe para os rivais abordados neste post: Campinas precisa de dois estádios? Ou seria muito mais racional que, em uma decisão de negócios, os dois se unissem para, juntos, voltarem a ser parte dos grandes clubes do futebol brasileiro?

Os dois, inclusive, já tomaram decisões desse tipo - embora de menor impacto - semelhantes, ao contratar a mesma empresa para gerir programas de marketing dos clubes.

Não custa lembrar que Cruzeiro e Atlético, com certeza uma das três maiores rivalidades do futebol brasileiro, dividem há décadas a mesma casa, sem nenhum prejuízo para as partes.

Ter o mesmo estádio é um pouco mais complicado, reconheço.

Mas o esporte brasileiro precisa de atitudes como essa, com mais razão e menos emoção.

Pois é assim que se faz negócios - coisa que o esporte já é faz tempo.

(Nota: a foto mostra o Brinco de Ouro e o Moisés Lucarelli, em foto aérea da década de 70.)

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Sem consolo

Confesso que a notícia da morte de Michelle me abalou.

Havia assistido uma reportagem com a atleta por volta de um ano atrás, quando ela acabara de se recuperar da leucemia e ensaiava a volta ao basquete.

Infelizmente, a recuperação não foi total, e apenas passageira, impedindo que a menina continuasse jogando. E vivendo.

O basquete pode ter perdido um grande talento.

Mas essa perda não é, nem de longe, comparável à da família Splitter.

Pois se há algo inconsolável, irremediável, é a morte de um filho.

Ainda mais quando este tem apenas 19 anos.