terça-feira, 29 de setembro de 2009

Nova sede, velhos problemas


Foi lançada ontem a pedra fundamental da nova sede da CBF, no Rio. Custará por volta de R$ 80 milhões, sendo R$ 25 milhões de responsabilidade da Prefeitura da cidade, para a construção de um museu.

Segundo Eduardo Paes, uma obra que será "muito importante para a cidade" - mesmo sendo utilizada por uma entidade privada, que busca apenas favorecer interesses próprios.

A CBF (Confederação Brasileira de Futebol) deveria zelar pelo futebol brasileiro, e não somente pela Seleção Brasileira; gestão de clubes, calendário, soluções para o êxodo de jogadores - essas e outras seriam questões pertinentes à Confederação, e não apenas cotas de patrocínio para a Amarelinha.

Ricardo Teixeira enche os cofres da entidade, constrói uma bela sede, enquanto, no próprio Rio de Janeiro, o esporte se esfacela.

O Vasco está na Série B. Botafogo e Fluminense (este, com a sua sede social caindo aos pedaços) devem estar lá no ano que vem. O Flamengo, com uma série crise política e financeira, ocupa apenas a 8a colocação do Brasileirão, longe da briga pelo título.

A maior culpa por suas situações, claro, é dos próprios clubes.

Mas a CBF poderia - ou melhor, DEVERIA - se empenhar em melhorias estruturais no futebol, e não permitir que tal discussão, divulgada ontem pelo Painel FC da Folha de São Paulo, fosse novamente levantada:

"A Globo Esporte, braço da emissora que cuida de eventos esportivos, enviou proposta aos clubes para alterar o formato do Brasileiro. Sugere a volta do sistema de mata-matas, com duas vagas na Libertadores para os dois primeiros na fase de classificação e outras duas para o campeão e o vice. Caso se repitam, elas seriam dos semifinalistas. A Globo também sugere uma inversão na janela de transferência. Quatro semanas em janeiro e 12 entre junho e agosto, o que permitiria a jogadores repatriados atuar já no mês de junho."

Demos um grande passo à frente com a adoção do sistema de pontos corridos; mas a CBF, movida por interesses próprios - e da sua grande parceira, a Rede Globo - poderá ajudar no retrocesso (aliás, muitos clubes também devem aderir à idéia, pois planejamento e competência não combinam com nossos dirigentes).

O futebol, como sempre, sairá perdendo.

Ao contrário da CBF - que ganhou até uma sede nova.

Notícias pré-olímpicas - 3

Da ESPN.com

"Na reta final por 2016, Rio dá vexame e 'perde' Copa do Mundo de natação

A Federação Internacional de Natação (Fina) anunciou nesta terça-feira que o Rio de Janeiro não receberá a etapa brasileira da Copa do Mundo de natação, marcada para outubro. Segundo a entidade máxima do esporte, a cidade alegou falta de verba devido à dificuldade para conseguir investidores para o evento.

"Eles dizem não ter recursos financeiros. Não conseguiram verba, e por isso afirmaram que não poderão organizar o evento", disse Cornel Marculescu, diretor executivo da Fina. A etapa carioca já foi removida do calendário do site da entidade, e também não será realizada entre 2010 e 2013, a pedido das autoridades esportivas brasileiras.

O cancelamento de um evento internacional aparece em momento delicado para a cidade, que disputa com Chicago, Madri e Tóquio o direito de organizar a Olimpíada de 2016. A decisão sai na sexta-feira, em Copenhague. Entretanto, Marculescu evitou especular sobre um possível efeito do cancelamento na candidatura olímpica carioca.

"Só posso falar o que sei sobre o meu esporte, e o que sei é que não haverá Copa do Mundo no Rio pelos próximos quatro anos. A Olimpíada é uma coisa diferente, e eles têm propostas muito boas para os esportes aquáticos", disse o dirigente.

Sem o Rio, a Copa do Mundo deste ano terá apenas cinco etapas, em Durban (África do Sul), Moscou, Estocolmo, Berlim e Cingapura. Entre 2010 e 2013 serão sete etapas, em Berlim, Estocolmo, Moscou, Dubai, Cingapura e duas cidades ainda a serem definidas, na China e no Japão."

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Notícias pré-olímpicas - 2

Da Folha

Segunda-feira, 28 de setembro de 2009
"Rio-2016 gasta quase R$ 1 mi em hotel

Delegação do país, que inclui Cielo, Guga, Parreira e Pelé, passará a semana em Copenhague na corrida pela Olimpíada

Campanha carioca leva mais de 200 pessoas para a Dinamarca; limite por país na cerimônia de escolha, na sexta, é de 60 convidados

RODRIGO MATTOS
SÉRGIO RANGEL
ENVIADO ESPECIAL A COPENHAGUE

A candidatura brasileira abriu os cofres para impressionar os eleitores do COI (Comitê Olímpico Internacional), que escolherão na sexta-feira a sede dos Jogos-2016. O comitê de postulação praticamente fechou um dos hotéis mais sofisticados da capital dinamarquesa e transformou o local numa espécie de embaixada carioca. Até uma bandeira brasileira foi colocada no topo do prédio.
A Rio-2016 deve gastar, na estimativa mais conservadora, R$ 900 mil para abrigar dirigentes, políticos, prestadores de serviços e atletas no Hotel SKT Petri. Segundo funcionário do comitê, 230 dos 268 quartos estão fechados para receber o estafe brasileiro.
Até ontem, a candidatura do Rio não divulgara oficialmente o número de integrantes da delegação. Mas ao menos 200 pessoas estarão em Copenhague com as contas pagas por verba privada e pública -alguns quartos serão escritórios.
As delegações oficiais podem contar com 60 integrantes no dia da eleição, no Bella Center.
Chicago, Madri e Tóquio, adversárias do Rio, também têm hotéis-sedes em Copenhague.
A Rio-2016 não informou o custo de hospedar a delegação. Para calcular o valor gasto pela candidatura carioca neste item, a reportagem levou em conta apenas a diária do quarto mais barato, que mede 24 metros quadrados, no SKT Petri.
Cada apartamento custa 210 euros (R$ 500). O valor foi multiplicado pelo número de quartos e por sete diárias, tempo que a maioria da comitiva brasileira gastará na cidade.
Alguns funcionários chegaram na semana passada para preparar o ambiente. Atletas, ex-esportistas e técnicos, como Cesar Cielo, Guga e Carlos Alberto Parreira, chegam aos poucos. A velejadora Isabel Swan já estava por lá ontem.
O hotel escolhido pela candidatura brasileira é o único da Dinamarca que faz parte da seleta lista dos Hotéis Design. O local é famoso por receber eventos de moda e conferências. E seu restaurante é conhecido pela comida refinada.
Para ficar com a cara brasileira, agora o hotel conta com uma recepção de pessoas com uniformes da Rio-2016 que falam português. Fotos da cidade e bandeiras da candidatura decoram o salão principal.
A delegação do comitê carioca, no entanto, não se limita ao hotel SKT Peter. Alguns membros do comitê de candidatura foram autorizados a ficar no hotel Marriot, onde se hospedam todos os membros do COI.
Entre eles, estão o presidente da candidatura, Carlos Arthur Nuzman, e o seu mais famoso defensor, Pelé, que chegou ontem. Os custos do ex-jogador são pagos pelo próprio COI.
Cada uma das quatro cidades postulantes à Olimpíada teve direito a alguns quartos neste hotel para tentar aproximação com os eleitores nos últimos dias de campanha.
Já luxuoso hotel Nimb, que tem apenas 13 quartos e só usa móveis exclusivos, vai abrigar as autoridades brasileiras ligadas à candidatura. Durante a semana, estarão hospedados no local o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ministro do Esporte, Orlando Silva Jr., o prefeito do Rio, Eduardo Paes, e o governador Sérgio Cabral.
No total, a candidatura Rio-2016, que consumiu recursos do município, do governo, da União e da iniciativa privada, tem previsão de custos de R$ 101 milhões. O Ministério do Esporte investiu mais cerca de R$ 25 milhões em ações do projeto de forma direta até a metade do mês passado."

Notícias pré-olímpicas - 1

Do Terra

Sábado, 26 de setembro de 2009, 19h12
"Rio tem projeto mais caro
entre as candidatas

A candidatura olímpica do Rio de Janeiro para 2016 apresentou o projeto mais caro entre as quatro concorrentes de acordo com as necessidades de desenvolvimento do país e com o tamanho desta grande urbe onde vivem mais seis milhões de pessoas.

O alto custo chega a US$ 13,92 bilhões, dos quais 72% correspondem ao orçamento destinado às diversas obras de infraestrutura necessárias, incluindo as custosas reformas do aeroporto e do metrô. A candidatura carioca apresentou garantias plenas para pagar o alto preço dos Jogos, que foram assumidas em partes iguais pelo Governo federal, estadual e municipal.

O orçamento operacional soma US$ 2,82 bilhões e será financiado em parte pelo Comitê Olímpico Internacional (COI) (31%), patrocinadores (20%) e a venda de entradas (14,4%), porcentagem que equivale a apenas US$ 406 milhões, a menor renda de ingressos entre as quatro candidatas.

No capítulo de infraestruturas, a candidatura do Rio pretende gastar US$ 11,1 bilhões, que correspondem a obras de transporte (50%), saneamento (12%), energia (8%), segurança (7%), instalações esportivas (4%), Vila Olímpica (4%), outras vilas (8%) e centro de imprensa (2%), entre outras.

No que diz respeito às praças esportivas, os Jogos do Rio contarão com 33 instalações, sendo que 10 delas já estão concluídas e não necessitarão de reformas fundamentais, oito serão reformadas, nove serão construídas de zero e ainda serão instaladas outras seis estruturas temporárias.

A Vila Olímpica contará com 32 prédios de 12 andares e capacidade para 17.700 camas, e alojará a metade dos atletas a menos de 10 minutos a pé de seus centros de competição. No entanto, tanto a Vila como a maioria das instalações estão localizadas a 35 quilômetros da principal área hoteleira, nos bairros de Ipanema e Copacabana, onde a grande maioria do público ficará hospedada.

As enormes distâncias representam um desafio para o sistema de transporte que, se não funcionar com perfeição, pode criar problemas críticos, segundo o relatório do COI.

Por isso, foi desenhado um caro programa de melhorias, que significará um importante legado para a cidade e que, em grande medida, será executado mesmo que o Rio não seja escolhido para sediar os Jogos.

O sistema de transporte terá 70 quilômetros de pistas duplas exclusivas para ônibus, ainda por construir, que custarão US$ 1,23 bilhão, e que apoiarão os 300 quilômetros de pistas que serão reservados para a livre circulação dos veículos da "família olímpica".

Além disso, serão concluídas as obras do anel viário (US$ 600 milhões), será ampliada o sistema de metrô e de trem (US$ 1,31 bilhão), será renovado o parque de composições destas linhas (US$ 1,35 bilhão) e será ampliado o aeroporto internacional (US$ 400 milhões).

A oferta de alojamento garante 13.000 quartos de hotel, 25.000 em vilas de nova construção, 8.500 em seis navios de cruzeiro ancorados no porto e 1.700 apartamentos.

O COI pôs em dúvida as garantias apresentadas para os navios e apartamentos, e alertou ainda sobre os riscos financeiros na construção das vilas.A maior delas, perto da Vila Olímpica e o núcleo central dos Jogos, abrigará 15.000 profissionais em apartamentos duplos de três estrelas."

Nota Esporte Brasilis: apenas lembrando que as melhorias no transporte público, despoluição da Baía de Guanabara, entre outros, já estavam previstos para o Pan-2007 - e não saíram do papel; boa parte das instalações esportivas está sub ou inutilizada, além de terem custado muito mais do que o previsto; e os apartamentos da Vila do Pan causam mais transtorno do que conforto para seus moradores, como pode ser visto em http://www.associacaodaviladopan.com.br/

CHI-CA-GÔÔ


Um maluco amigo meu resolveu correr a maratona de Chicago, ano passado, e trouxe de lá duas pulseirinhas da campanha da cidade para sediar os Jogos Olímpicos de 2016.

Usarei as mesmas até sexta-feira, numa corrente positiva para a 'Wind City'.

O que também significa ser a favor do Brasil.

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

A foto explica

Considero este post tão banal que quase não o publiquei, ainda mais devido ao seu personagem principal - um mau caráter de quinta categoria. Mas vai lá.

Kléber achou a coisa mais normal do mundo visitar a Mancha Verde na semana em que enfrentaria o Palmeiras. Não é.

Até no mundo corporativo, em que o a profissionalismo deixa pouco espaço ao sentimentalismo, temos casos de "amor à camisa", mesmo que forçados pela cultura de cada empresa: funcionários da Ambev não bebem Coca-Cola; os da Microsoft não podem ter iPod. E assim vai.

No futebol, mesmo com a necessidade da profissionalização da gestão dos clubes e federações, a emoção é o principal combustível. Visitar o rival antes de um confronto é inaceitável, sob qualquer circunstância, e querer se explicar é muita canalhice.

O jogador fez o que fez, alguns dias depois o Cruzeiro perdeu para o Palmeiras e, quando saiu substituído, é claro, tomou vaia. E como se não bastasse tudo isso, Kléber ainda acenou para a torcida palmeirense que gritava o seu nome.

A seguir, as declarações do jogador, publicadas no site da UOL:

"Eu fiquei tão surpreso como vocês (jornalistas), até porque a conversa que tive com os torcedores é que não teria vaias. Infelizmente, houve vaias. Não esperava acontecer o que aconteceu. Agora é pensar na minha vida, no futuro, em mim, deixar algumas coisas de lado." "Deixei muito claro na conversa que tive com os torcedores que se me vaiassem a minha vontade era de não permanecer no Cruzeiro e eu sou homem de palavra." "Hoje já não tenho mais vontade de permanecer no Cruzeiro, hoje já não tenho a vontade que eu tinha antes."

Discurso típico do jogador mimado e metido a malandro, que cria a confusão, posa de vítima e força a saída de um clube sem arcar com seus compromissos.

Teve mais: "Vou entrar em campo e vou me dedicar ao máximo. Vou tentar vencer o jogo porque sou um cara profissional, sou pago pelo Cruzeiro, vou tentar me dedicar ao máximo."

Se ele fosse realmente "profissional", não teria ido bater uma bola em plena recuperação de contusão, com a torcida organizada do próximo adversário de seu time.

Podemos estar presenciando mais um talento do futebol ficar aquém do que pode, por pura falta de estrutura e caráter.

Do blog do José Cruz

"Rio 2016

R$ 38 BILHÕES

É o orçamento do para o Rio de Janeiro ficar prontinho e receber as Olimpíadas de 2016. Será?

Dia 2 de outubro conheceremos a cidade-sede.

O valor está no caderno de encargo da candidatura carioca, dividido em três bem elaborados e ilustrados volumes.

São dois orçamentos.

1. – Cojo:

É a sigla de Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos.

É o orçamento das ações estratégicas e operacionais de 2016.

Algo como se fosse a previsão dos gastos da atividade fim, os jogos, especificamente, a adminsitração da Vila, competições, premiações etc.

2. – Não-Cojo:

É o orçamento com os investimentos dos governos municipal e estadual do Rio de Janeiro, além do federal, nas obras de infraestrutura – aeroporto, expansão do metrô etc.

Valores

O orçamento foi elaborado em valores de hoje e projetados para 2016.

Resumo dos custos:

2008 2016

Cojo R$ 5,6 bilhões R$ 7,5 bilhões

Não-Cojo R$ 23,2 bilhões R$ 31,1 bilhões

Totais R$ 28,8 bilhões R$ 38,6 bilhões

Argumentos

As autoridades olímpicas nacionais afirmam no caderno de encargos que o evento se beneficiará de investimentos “já garantidos” de US$ 240 bilhões do PAC – Programa de Aceleração do Crescimento, do governo federal.

Afirmação para estrangeiro ler e acreditar, claro.

Garantias

Estamos falando de um evento que será realizado daqui a sete anos. Até lá, outros dois governos vão se suceder no Palácio do Planalto, no Estado do Rio e na cidade carioca.

Estamos falando, repito, de políticos, de partidos opostos que não se entendem, como já demonstraram no Pan-2007, que neste aspecto foi um desastre total.

E, independentemente de terem que honrar o que os atuais governos assumiram para realizar as Olimpíadas no Rio – se a cidade for, de fato, a vencedora – os futuros presidentes poderão dar novos rumos ao PAC.

Quem pode garantir que os compromissos de hoje serão honrados amanhã?

Nem os bigodudos de hoje se comparam aos de ontem, quando bigode era sinal de respeitabilidade. Temos isso no nosso Congresso Nacional?"

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Indecisão

A cada rodada do Brasileirão, a história se repete: surge um novo time com "cara de campeão".

A incompetência da crítica esportiva brasileira, aliada ao medo generalizado de ser desmentido posteriormente pelos fatos - ou de não ter sido um dos primeiros a enxergar o vencedor - leva à profusão de palpites e rótulos dados - e tirados - antes da hora.

O Palmeiras, com a excelente vitória de ontem, retomou o posto de maior candidato ao título; condição já exercida por Internacional, São Paulo e pelo próprio Palmeiras, em momentos distintos, e baseados quase que unicamente em resultados recentes.

Os três já tiveram bons e maus momentos na competição. O Palmeiras engrenou com um técnico interino, teve uma queda com a contratação de Muricy e agora volta a abrir uma boa vantagem para o segundo colocado. O São Paulo, em oito rodadas, deixou as proximidades da zona de rebaixamento e se colocou novamente na briga por mais um título nacional. O Inter, melhor time dos estaduais e com elenco estrelado, mesmo oscilando, continua em terceiro.

E cada um dos três tem a sua vantagem. O Palestra conta com uma Diretoria competente e consciente, um grupo de jogadores ainda sem uma grande conquista e o técnico tri campeão Brasileiro; o Tricolor tem um elenco fortíssimo e calejado de títulos (que pode ser uma vantagem ou uma desvantagem) e a mística do 'time de chegada'; o Colorado tem os mais altos investimentos, um elenco tão forte - ou até mais - que o do São Paulo e a vontade de coroar o ano do Centenário com a conquista do Brasileirão, trinta anos depois do (último) título invicto de 1979.

Eu não me deixo levar somente pelos últimos resultados. Cada um dos três postulantes ao título (o surgimento de um quarto será surpresa) tem suas vantagens e desvantagens, todas discutíveis.

O que não se discute é a vantagem de três pontos do líder para o vice-líder, que pode ser ampliada para quatro - ou até seis - na próxima rodada.

Mas nem isso definirá nada. A carapuça de campeão já foi vestida por todos eles, mas o que interessa é quem a usará no dia 6 de dezembro.

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Esse é Piquet

Quando Nelson Piquet denunciou à FIA o esquema da Renault, que envolvia o seu filho, achei que ele tinha dado um tiro no próprio pé. A intenção de prejudicar Flávio Briatore era óbvia, mas pareceu-me que o risco sobre uma possível punição de Nelsinho fora mal calculado; afinal, o piloto protagonizara a armação em Cingapura.

Mas 'Piquezão' sabia o que estava fazendo. Costurou com maestria o acordo com a FIA, a fim de acabar com a carreira de Briatore - seu antigo parceiro e recente inimigo - com consequências mínimas a 'Piquezinho'.

Até uma possível rejeição da própria classe de pilotos a Nelsinho pode ser facilmente contornada, se o acordo com a BMW sair e Nelsão se tornar co-proprietário da equipe na F1.

Nelson Piquet, assim como a maioria dos grandes pilotos, coloca a vitória acima de tudo.

Com o adicional de que, para Piquet, as barreiras éticas e morais são ainda mais facilmente transponíveis.

Vexame no Sul

Os comentaristas vão dizer que o desafio era mesmo complicado; os jogadores, que não faltou luta. Mas não há desculpa que justifique a eliminação da equipe brasileira na Copa Davis para o Equador - talvez, o maior vexame da história do tênis nacional.

Desde a aposentadoria forçada de Guga, o Brasil voltou a ocupar um papel irrelevante no cenário do esporte. Assim como ocorrera com o fim da carreira de Maria Esther Bueno, saímos da condição de estrelato para um vácuo que, mais uma vez, levará décadas para ser preenchido. Como não há política consistente no esporte, dependemos de fenômenos que não surgem com tanta frequência.

Mesmo assim, conseguimos montar uma equipe interessante para o confronto que poderia nos levar de volta à elite do tênis mundial. Nossos dois tenistas de simples figuravam no Top 70 da ATP (as colocações sofreram pequenas mudanças a partir de hoje, mas aqui serão consideradas as posições da semana passada); a dupla joga junta há anos, com a vantagem adicional de não utilizar os mesmo tenistas das partidas de simples. Pelo menos em teoria, uma formação consistente para um duelo de Copa Davis.

Enquanto isso, o Equador não tinha uma equipe - apenas um "catado". Os irmãos Lapentti deveriam jogar tanto as partidas de simples com as duplas.

Na sexta, Marcos Daniel (ATP 56) enfrentou Giovanni Lapentti (ATP 250). A diferença brutal de ranking e a maior experiência do brasileiro sugeririam um confronto tranquilo, mas os complicados 3x1, em mais de 3h30 de jogo desmentiram os números. Mas, até aí, tudo bem: sabemos que jogos de Copa Davis são diferentes dos jogos regulares do circuito, e o que importa mesmo é o ponto conquistado.

Logo depois, Thomas Bellucci (ATP 65) encarou o conhecido Nicolás Lapentti (ATP 144). De fato, um jogo complicado, já que o equatoriano - grande amigo de Guga - é um nome conhecido no circuito, já tendo ocupado o 6o lugar no ranking da ATP. Nessas horas, experiência vale muito, e ele soube se impor sobre o brasileiro. Mas 3x0 talvez tenha sido demais.

Agora, o que aconteceu no sábado foi inacreditável. A dupla brasileira André Sá e Marcelo Melo (ATP 15) enfrentaram os irmãos Lapentti... que não são uma dupla. Sá/Melo jogam juntos há anos, já tendo conquistado importantes resultados (incluindo uma semi em Wimbledon), e entraram em quadra descansados, para enfrentar dois tenistas que, além de não jogarem normalmente como duplas, vinham de dois jogos desgastantes da sexta.

E conseguimos perder. Não vi o jogo todo, só o último set, mas a atuação da dupla brasileira - principalmente no saque de Marcelo Melo - foi patética. Não preciso nem dizer a importância do ponto nas duplas em um confronto de Davis, e dessa vez tínhamos uma vantagem brutal sobre o adversário. A impensável e indesculpável derrota jogou a moral brasileira na lama, e delineou a tragédia que, por fim, ocorreria no domingo.

Marcos Daniel, descansado, precisava vencer Nico Lapentti para deixar tudo para o último jogo. O equatoriano, 33 anos, vinha de mais de 7 horas de tênis nos dois dias anteriores, mas mesmo assim abriu 2x0. O brasileiro empatou, mas perdeu um 5o set por 8-6, em quase 5 horas de jogo. Nem o cansaço do adversário serviu de vantagem. O Equador vai para o Grupo Mundial da Davis.

Como se não bastassem todas as vantagens brasileiras já listadas acima, existia uma a mais, deixada propositadamente para o final: jogávamos em casa - a maior vantagem possível na Copa Davis. A torcida, incomum em um jogo de tênis, catalisa os trunfos do time da casa e suaviza os do adversário.

Nem isso foi suficiente.

Depois deste fim de semana trágico em Porto Alegre, o Brasil continuará ocupando o lugar que merece: a Segunda Divisão do tênis mundial.

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Em alto e bom som

Para quem não viu, a "comemoração" de Dunga após o quarto gol brasileiro contra o Chile:



Errei no meu post de ontem. Ele não disse "VAIA", mas "VACA".

Estava xingando uma mulher.

Atualização em 22/09: Dunga foi hoje ao Arena Sportv - ou melhor, o Arena Sportv foi até o Dunga. Eu não perderia meu tempo com isso, mas já que estava preso à esteira na academia, resolvi gastar uns 10 minutos com o programa. Entre as esperadas babações de ovo da Globo, perguntaram sobre o episódio do vídeo acima. Dunga respondeu que jamais faria aquilo com um torcedor brasileiro, e que na verdade os impropérios se dirigiram a um grupo de chilenos, que estavam "xingando meus jogadores".

Bom, em primeiro lugar, eu não acredito; ou, como diria Silvio Santos, "Eu só acredito vendo!".

E, se fossem realmente chilenos fazendo pressão contra o Brasil - o que, por sua vez, pode ser entendido como 'torcendo pelo Chile', estes tais torcedores não estariam fazendo nada além do que se espera de uma torcida em um campo de futebol.

Todos que vão a estádios sabem disso, menos o técnico da Seleção Brasileira. Ou sabe, mas resolveu cuspir bobagens em mais uma tentativa de Rodrigo Paiva & Cia. de sublimar seu descontrole.

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Fim da linha


Foi divulgado no site F1sa (www.f1sa.com) o depoimento de Nelsinho Piquet a respeito de seu acidente no GP de Cingapura de 2008, o qual reproduzo abaixo (copiado do site da ESPN, com grifos meus):

"Eu, Nelson Angelo Piquet, nascido em 25 de julho de 1985, em Heidelberg, Alemanha ... digo o seguinte:

1. Salvo o que for dito de outra maneira, os fatos e declarações contidos neste depoimento são baseados em fatos e assuntos de meu conhecimento. Acredito que tais fatos e declarações contidos neste depoimento são verdadeiros e corretos. Onde quaisquer fatos e depoimentos não forem do meu inteiro conhecimento, são verdadeiros conforme meu conhecimento e lembrança e, se apropriado, eu indico a fonte do meu conhecimento e lembrança.

2. Faço este depoimento voluntariamente para a FIA e com a finalidade de permitir à FIA que exerça as suas funções de supervisão e de regulamentação no que diz respeito ao Mundial de F1.

3. Estou ciente de que existe um dever a todos os participantes do Mundial de F1 e a todos os portadores da superlicença para garantir a justiça e a legitimidade do campeonato e estou ciente de que graves consequências podem ocorrer se eu der à FIA qualquer declaração falsa ou enganosa.

4. Eu tenho ciência de que o meu depoimento completo foi gravado em uma fita de áudio e que uma transcrição completa da minha gravação de áudio será disponibilizada para mim e para a FIA. O presente documento constitui um resumo dos principais pontos feitos durante a minha declaração oral.

5. Gostaria de trazer os seguintes fatos ao conhecimento da FIA.

6. Durante o GP de Cingapura de F1, organizado em 28 de setembro de 2008 e válido pelo Campeonato Mundial do mesmo ano, fui orientado por Flavio Briatore, meu empresário e chefe de equipe da Renault, e por Pat Symonds, diretor-técnico da Renault, a deliberadamente bater meu carro para influenciar de forma positiva o desempenho da equipe no evento em questão. Concordei com a proposta e causei um acidente ao bater com meu carro no muro durante a 13ª/14ª volta da prova.

7. A proposta de causar deliberadamente um acidente foi feita a mim pouco antes da corrida, quando fui chamado por Briatore e Symonds ao escritório de Briatore. Symonds, na presença de Briatore, me perguntou se eu estaria disposto a sacrificar minha corrida pela equipe "causando um safety-car". Todos os pilotos de F1 sabem que o safety-car é liberado quando há um acidente que bloqueie a pista, seja por destroços de uma batida ou por um carro parado, assim como quando há dificuldade de remover um carro danificado, como foi o caso.

8. Na época em que aconteceu a conversa, eu estava em um estado emocional muito frágil. Isso foi causado pelo intenso estresse provocado pela recusa de Briatore em me informar se meu contrato de piloto seria ou não renovado para a próxima temporada (2009), como costumeiramente é o caso no meio do ano (entre julho e agosto). Ao invés disso, Briatore repetidamente me pediu para assinar uma "opção", que significava que eu não poderia negociar com nenhuma outra equipe neste período. Ele seguidamente me pressionava a prolongar a opção que eu havia assinado, e regularmente me chamava ao seu escritório para falar sobre essas renovações, até mesmo em dias de corrida — em um momento que deveria ser de concentração e relaxamento antes da prova. Este estresse era acentuado pelo fato de que eu havia me classificado na 16ª posição no grid para o GP de Cingapura, então estava muito inseguro com relação ao meu futuro na Renault. Quando fui pedido para bater meu carro e causar um safety-car para ajudar o time, aceitei, pois esperava que isso fosse melhorar minha posição na equipe neste período crítico da temporada. Em nenhum momento ninguém me disse que, por concordar em causar um incidente, teria garantido a renovação do meu contrato ou qualquer outra vantagem. Entretanto, no contexto, pensei que isso me ajudaria a alcançar este objetivo. Por isso, concordei em provocar o incidente.

9. Depois do encontro com Symonds e com Briatore, Symonds me levou a um canto tranquilo e, usando um mapa, me indicou exatamente a curva em que eu deveria bater. Esta curva foi escolhida por causa do local específico da pista, que não tinha guindastes para suspender e levar rapidamente um carro danificado para fora, nem qualquer abertura na pista, o que permitiria a um fiscal retirar rapidamente o carro. Portanto, considerou-se que um acidente naquele lugar específico quase com certeza causaria uma obstrução da pista, o que resultaria na entrada do safety-car para permitir a liberação dela e garantir a continuação em segurança da corrida.

10. Symonds também me disse exatamente em que volta eu deveria causar o incidente, de modo que uma estratégia pudesse ser implantada para que o meu companheiro, Fernando Alonso, pudesse reabastecer nos boxes pouco antes da entrada do safety-car, o que ele de fato fez na volta 12. A chave para essa tática residia na quase certeza de que o safety-car entraria na pista nas voltas 13 ou 14, permitindo ao time fazer Alonso largar com uma estratégia de combustível agressiva, usando um carro leve com gasolina suficiente para parar na volta 12, mas não mais do que isso. Isso permitiria a Alonso ultrapassar tantos carros (mais pesados) fosse possível, sabendo que, depois, aqueles carros teriam dificuldades de alcançá-lo pela posterior entrada do safety-car. Esta estratégia foi bem-sucedida, e Alonso venceu o GP de Cingapura de F1 em 2008.

11. Durante estas discussões, não foi feita nenhuma menção em relação às implicações de segurança dessa tática, seja para mim, para o público ou para os outros pilotos. O único comentário feito neste contexto foi de Pat Symonds, que me alertou para "ter cuidado", o que eu interpretei como não me contundir.

12. Eu causei intencionalmente a batida, deixando perder o controle do carro pouco antes da curva pertinente. A fim de me certificar de que eu causaria o incidente durante a volta certa, eu perguntei à equipe por diversas vezes o número da volta em que estávamos, o que normalmente não faço. Nem eu, nem ninguém se lesionou no acidente.

13. Após as discussões com Briatore e com Symonds, descritas acima, a "estratégia do acidente" nunca mais foi discutida novamente com qualquer um deles. Briatore disse discretamente "obrigado" após o final da corrida, sem mencionar mais nada. Não sei se alguém tinha conhecimento desta estratégia no início da prova.

14. Depois da corrida, eu informei a Felipe Vargas, um amigo da família e conselheiro, o fato de que o incidente havia sido deliberado. Vargas ainda informou ao meu pai, Nelson Piquet, algum tempo depois.

15. Após a prova, vários jornalistas fizeram perguntas sobre o acidente e me perguntaram se eu tinha feito de propósito, pois acharam o incidente "suspeito".

16. Na minha própria equipe, o engenheiro do meu carro questionou a natureza do incidente, pois considerou incomum, mas eu respondi que tinha perdido o controle do carro. Eu acredito que um engenheiro inteligente notaria pela telemetria do carro que o acidente foi proposital, porque continuei acelerando, enquanto que a reação "normal" seria a de usar o máximo de freio possível."


Não há desculpa, e citar um "estado emocional muito frágil" é, no mínimo, patético.

O mais absurdo é o piloto ter provocado deliberadamente um acidente que, todos sabem, pode trazer riscos enormes aos envolvidos em um GP de F1 - seu próprio pai já foi vítima de dois gravíssimos eu sua vitoriosa carreira.

Não vejo como Nelsinho poderá voltar a pilotar um F1; nem como os demais envolvidos continuar trabalhando no circo.

As punições devem ser as mais pesadas possíveis.

c.q.d.


No jogo de ontem, contra o Chile, Dunga apresentou mais uma prova de que está se tornando um treinador de futebol (de respeito, por sinal, já que comanda a Seleção Brasileira). Escalou bem Daniel Alves, abriu 2x0, e soube reverter as bobagens de Felipe Melo e André Santos com substiuições acertadas. Dá até para dizer que ele ganhou o jogo.

Mas, no momento da vitória, Dunga foi... Dunga.

Após o quarto gol brasileiro, esboçou uma comemoração, até se lembrar daquilo que faz de melhor. Virou-se para a arquibancada do estádio de Pituaçu e, em alto e bom som, esbravejou:

"VAIA AGORA, FILHO DA PUTA!!!!" (2x)

Seriam, provavelmente, mais de duas vezes, se não fosse contido por Jorginho para fazer o que deveria ter feito: comemorar o gol e a bela atuação de seu time.

Como queríamos demonstrar com o post anterior: Dunga é um pé no saco.

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Dunga chegou lá

Dunga conseguiu o que, para mim, era impensável no final de 2006: garantiu seu lugar como técnico da Seleção Brasileira na Copa de 2010.

Quando ouvi a notícia da sua contratação para o cargo, não tive dúvidas de que não passava de uma manobra de Ricardo Teixeira para, nos modorrentos anos pós-Copa, deixar no comando da Seleção uma pessoa sobre o qual tivesse total controle, que fosse subserviente às vontades comerciais da CBF e que, quando a situação apertasse - devido a prováveis insucessos de alguém sem nenhuma experiência na função - chamasse um técnico de verdade para buscar o Hexa.

A Copa América de 2007 seria um excelente momento para levar a cabo a "fritura premeditada" de Dunga. Mas, mesmo sem jogadores fundamentais, o Brasil não só conquistou o título como goleou a Argentina na final. O "técnico" (aqui colocado entre aspas, pois ainda não considero o Dunga como tal) ganhava fôlego extra.

O ano de 2008 foi ruim. O falta de um padrão tático, somada a resultados pífios, colocaram novamente Dunga em situação delicada; 2009 seria crucial para seu futuro na Seleção.

E o time se encontrou. Não perdeu nenhum jogo no ano e, se não fosse o massacre no Equador em março, teria um ano praticamente impecável, coroado com o título da Copa das Confederações e a classificação antecipada para a Copa em plena Argentina. A fase é tão boa que até o contestado Felipe Melo, a princípio outra "invenção" de Dunga, tornou-se incontestável.

Mais uma vez, com já fizera no início dos anos 90, Dunga conseguiu "calar os críticos". Então, voltou a ser o Dunga de sempre.

Me deixa puto essa história de ser exigido, em qualquer assunto, que se tenha uma opinião fechada e imutável sobre tal, como se existisse uma verdade absoluta e que devessemos escolher o lado certo desde o início, e morrer abraçado com as suas consequências. Dunga leva esse maniqueísmo exacerbado ao extremo: ou se é a favor da Seleção ou contra, no melhor estilo militarista "Ame-o o deixe-o".

Críticas não são aceitas na Seleção Brasileira - mesmo quando o Afonso Alves é convocado, empatamos pifiamente com a Bolívia em casa e treinamentos na Granja Comary são cancelados para agradar os jogadores, e a desculpa do pouco tempo disponível para treinamentos é usada para explicar derrotas.

Já os elogios são exigidos quando julgados oportunos, como se fossem uma forma de pedido de desculpas por críticas - justas - anteriormente feitas. No patriotismo patético orquestrado pela turma da CBF, é inconcebível a correta noção de que raramente coisas importantes admitem apenas uma visão

Como jogador, Dunga foi um exemplo; de símbolo de uma era fracassada, tornou-se um dos jogadores mais importantes do Tetra. Como técnico, já disse o que penso alguns parágrafos acima. E como pessoa, ele é um pé no saco. Mas é inegável que conseguiu fazer um ótimo trabalho, até agora, à frente da Seleção, e conquistou com méritos o direito de comandá-la na África do Sul; competição que, desde já, somos favoritos.

Apesar de achar que o excesso de confiança começa a reaparecer.

terça-feira, 1 de setembro de 2009

As escolhas de Cuca

Cuca é conhecido por fazer trabalhos sérios, montar bons times e conquistar vice-campeonatos.

E, também, por suas más escolhas.

Ano passado, após sair do Botafogo, poderia usar o resto do ano para descansar, repensar a carreira, aprimorar alguns pontos de seus métodos. Entretanto, pouco tempo depois, aceitou o convite do Santos, que convivia com problemas internos e vinha de uma tumultuada saída de Émerson Leão. não deu certo, e apenas 14 partidas depois pediu demissão.

Pronto; agora viriam as merecidas - e necessárias - férias. Menos de um mês mais tarde, voltou ao Rio para comandar o ameaçado Fluminense, que acabara de demitir Renato Gaúcho, por "brincar" demais no Campeonato Brasileiro. Sua estada nas Laranjeiras, entretanto, não durou muito: apenas nove partidas, e Cuca acrescentou mais uma demissão no currículo.

Ano novo, vida nova. Cuca assume o Flamengo, de grandeza proporcional a seus problemas. Ao menos, dessa vez, conseguiu deixar de lado sua fama de vice e conquistou o Campeonato Carioca. O que não foi suficiente para suprimir o início ruim no Brasileirão, gerando sua saída de mais um clube carioca - a terceira em um ano.

E, hoje, o inacreditável aconteceu: Cuca novamente aceitou substituir Renato Gaúcho no Fluminense, provavelmente o clube mais mal administrado da Série A e praticamente rebaixado à Série B. Analisando recionalmente, o técnico não conseguirá nada além de colocar em sua carreira um rebaixamento e, possivelmente, mais uma demissão.

Cuca é um cara sério, e com algumas mudanças poderia se tornar um grande técnico. Mas suas escolhas o relegarão - se é que já não o fizeram - a uma categoria inferior, daqueles tapa-buracos que não conseguem, em lugar algum, desenvolver um trabalho digno de nota.

Motivo para (mais) lamentações não faltarão.