Deu o óbvio, e o Palmeiras eliminou o São Paulo na semi do Paulista. E o alvi-verde só não comemorará o título estadual se o fantasma de Denys baixar no Palestra Itália. Ou no Morumbi. Ou seja lá onde será o jogo final.
E também como esperado, o clássico teve seus principais lances fora do gramado, que não necessariamente se encerraram no domingo e só trouxeram - ou trarão - resultados negativos para os rivais.
O São Paulo, enfim, começa a pagar pelo excesso de soberba. O timaço que a Diretoria achou que tinha montado acabou virando um catado sem comprometimento ou respeito ao clube, e se o preço for apenas a eliminação do Paulista, terá sido ótimo. Amanhã a parada será ainda mais difícil e uma eliminação na 1
a fase da Libertadores não será apenas um vexame, mas a maior vergonha que a minha geração terá presenciado.
Por outro lado, parece que Rogério Ceni escapará da punição pelo "tapa" em Valdívia. Não que eles não mereçam - a punição e o tapa - mas talvez o Palmeiras não queira testar o prestígio de RC perante o tribunal. Restará ao goleiro, apenas, a auto-punição pela falha no primeiro gol do Palmeiras. Falha indiscutível e decisiva, mas que ainda deixa o ídolo com saldo positivo junto à torcida tricolor.
Finalmente, tivemos o incidente do gás no vestiário. Se isso tivesse ocorrido na semi-final da Intermed entre Pinheiros x Paulista já seria lamentável; agora, acontecendo num estádio de um dos maiores clubes de futebol do Brasil, na semi-final do maior torneio estadual da País, não é possível encontrar palavras para descrever o ato (sem falar no apagão depois do segundo gol palmeirense, digno dos tempos áureos de Eurico Miranda). Independente do culpado por jogar o gás na ventilação, o Palestra Itália deveria ser interditado não só para o jogo final - coisa que seria um prêmio para a Diretoria palmeirense, que ganharia os milhares de reais a mais do Morumbi sem se indispor com a torcida - mas até o fim do ano.
Tal punição só seria perdoada se algo ainda pior fosse a real causa do gás: uma auto-contaminação pelo São Paulo, que, segundo algumas teorias, teria ele próprio liberado a substância no vestiário.
Sinceramente, eu não acredito. Não tanto pelos dirigentes tricolores - apenas um pouco acima da média, mas ainda ruins como os demais - mas pelos médicos competentes e de renome que integram a Comissão Técnica do São Paulo. Não consigo imaginar um profissionais da saúde do nível de um Turíbio ou José Sanchez envolvidos em tal plano diabólico. Isso sem falar no Muricy, que mesmo com seus defeitos parece ser um cara sério de verdade.
Mas, se essa improvável culpa for provada, a punição merece ser ainda mais severa. O rebaixamento do Tricolor à 2
a divisão estadual seria o mínimo.
Interdição por um ano ou rebaixamento são atitudes drásticas, mas não absurdas.
Absurdo é o que estão fazendo com o nosso futebol.