Está certo que Kaká foi vítima das circunstâncias em sua curta passagem pelo Tricolor. Ele foi promovido ao time titular numa época em que os títulos de expressão rareavam e o time tinha a fama de amarelar em decisões. A torcida queria alguém que chamasse a responsabilidade e decidisse, não um garoto com cara de riquinho do Morumbi, que arrancava gritinhos de torcedoras e não aguentava o tranco de divididas mais duras. O futebol de Kaká, porém, ficava acima isso tudo. Só não conseguiu superar a derrota no Campeonato Brasileiro de 2002, quando após acabar como o melhor time durante os pontos corridos foi eliminado com duas derrotas para os Meninos da Vila.
Essa foi demais, e alguém teve que pagar o pato. Acabou sendo o Bola de Ouro daquele ano, infelizmente. Sua carreira no futebol brasileiro e sua condição de ídolo no São Paulo tiveram um fim precoce.
Eu não estava no Brasil em 2002, portanto não acompanhei o melhor momento de Kaká jogando no país. Também não entendi muito as vaias que vieram em seguida, pois peguei o bonde andando (mas confesso que ficava irritado vendo menininhas pré-adolescentes soltando gritinhos num estádio de futebol). Mas tive a oportunidade de ver uma das primeiras partidas do jogador como profissional. Foi num São Paulo x Santos, pelo Campeonato Paulista de 2001. O Peixe vinha bem, invicto, e o Tricolor com um desempenho inconstante que marcava aquela época. Com 1x0 no placar para o Santos, eis que sai do banco de reservas um menino chamado Cacá (ainda com "Cs" no lugar dos "Ks"). Com arrancadas e dribles fantásticos, que hoje o mundo inteiro conhecem, acabou com o jogo e deu a vitória de 4x2 para o São Paulo.
Já dava para sentir que este era diferenciado, como realmente é.
Pena que os tempos não eram dos mais favoráveis, e que a torcida não teve a paciência para acompanhar um pouco mais o surgimento de um craque.
Um comentário:
FORZA MILAN! MILAN CAMPIONE! FORZA MILAN, MILAN OLE!
FORZA MILAN! VINCI PER NOI! FORZA MILAN, LA SUD È CON TE!
ALE ALE... ALE ALE... FORZA MILAN, ALE ALE.
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