sexta-feira, 31 de agosto de 2007

Resumo da ópera

O São Paulo venceu, o Palmeiras teve um gol mal anulado e a confusão se instarou depois do importante clássico paulista. Quase tudo já foi dito e mostrado, restando apenas a conclusão da história.

Primeiro: não é justificável a Diretoria palmeirense querer denunciar o zagueiro Alex Silva por jogo violento. Ele jogou duro contra o Valdívia sim, mas nada fora do permitido no jogo. Acontece que, depois de a Diretoria do São Paulo ter conseguido suspender o Edmundo por uma entrada criminosa no 1o turno, virou questão de honra no Palestra dar o troco. Essa briga, que mais parece rixa de vizinhos de cidade do interior, enche o saco e não deve acabar tão cedo, dando ainda mais trabalho ao STJD - que tem a obrigação de julgar e a faculdade de punir ou absolver.

(O chileno, aliás, é um caso curioso. Não interessa por quem ou contra quem ele joga, sempre apanha. Até no jogo que fez pelo Chile contra o Brasil, esse ano, ele sofreu. É normal que jogadores bons e habilidosos como ele sejam perseguidos por zagueiros, mas com Valdívia é além da conta. Não sou jogador para saber o que acontece dentro de campo, mas isso sugere que o chileno provoque além da conta.)

Segundo: pelas imagens da TV, Bosco deve sim ser punido, assim como foram Vampeta e Roger, por simulação. A pena pode até ser reduzida dependendo do que o goleiro reserva tiver dito ao árbitro, mas a punição me parece certa - cabe também ao STJD analisar o caso.

Terceiro: se realmente a agressão a Bosco ocorreu - e, depois do episódio da pilha, a credibilidade do jogador se reduziu consideravlmente - o Palmeiras deve perder mandos de campo. Diferentemente do que pensa a Diretoria são-paulina, que inocenta o Palmeiras nesse ponto, por se tratar de um ato da torcida e não do clube, o ato supostamente ocorreu dentro do Parque Antártica, propriedade do Palmeiras. Em se apurando a existência da agressão, caberá novamente ao STJD o parecer final.

Quarto: não é mais razoável supor que o STJD tomará as decisões corretas nos casos, visto o histórico recente do tribunal. Assim como no caso Dodô (que teve interferência da FIFA, julgando que a absolvição do jogador foi incorreta), eles poderiam chamar conselheiros tricolores e palestrinos para avaliar os casos.

quinta-feira, 30 de agosto de 2007

Ouro brasileiro

De certa forma, o Brasil foi ouro ontem no Mundial de Atletismo em Osaka.

Com a marca de 8,57m, o panamenho Irving Saladino terminou em primeiro lugar no salto em distância.

Entramos nessa história não só porque ele namora a também saltadora Keila Costa, mas porque o técnico do atleta é o também brasileiro Nélio Moura (na foto, o primeiro à esquerda). Morando em São Paulo e treinando no Ibirapuera desde 2004, Saladino teve fundamental influência do técnico para se tornar o maior saltador do mundo no Japão.

A alegria de Nélio após o último salto - que garantiu a medalha - foi de total merecimento.

quarta-feira, 29 de agosto de 2007

Choque-rei (quase) decisivo

Palmeiras e São Paulo se enfrentam hoje no primeiro grande jogo do 2o turno do Brasileirão, trazendo semelhanças e uma diferença a campo.
As semelhanças começam nos gols das duas equipes, onde Diego Cavalieri e Rogério Ceni duelam pelo posto de melhor goleiro do Brasil - tanto por aqui como no exterior. Enquanto o são-paulino devia, desde já, ser efetivado como titular da Seleção e continuar assim até a Copa de 2010, o palmeirense já devia estar sendo preparado para assumir o posto nas edições de 2014 e 2018. Não há a menor dúvida que ambos são melhores que qualquer um dos que vêm sendo chamados pelo Dunga. Mas talvez seus empresários não sejam tão "competentes".

Nos bancos de reserva também vemos similaridades nos dois grandes paulistas. Tanto Muricy Ramalho como Caio Júnior foram (e ainda são) contestados pelas torcidas, mas tiveram seus trabalhos bancados pelas Diretorias dos clubes e agora colhem os resultados. Na minha opinião, inclusive, o Caio é melhor que o Muricy - embora menos experiente - mas se assemelham bastante na simplicidade e franqueza com que tratam jogadores, jornalistas e adversários.

Só mais um conselho para o Caio: parar, desde já, com a mania de criticar a arbitragem em todos os reveses do time. Como já escrevi aqui ontem, todos os times são prejudicados pro arbitragem, e ficar reclamando disso, além de não levar a nada ainda cria a imagem de ranzinza. Como expoente da nova geração de treinadores, ele poderia deixar de lado essa característica.

Finalmente, como citado no começo, a diferença fundamental entre as duas equipes no jogo de hoje: uma vitória do Palmeiras colocará o time na briga pelo título, mas não tirará do São Paulo a condição de maior favorito (no momento) à conquista do título. Ainda mais dependendo dos outros resultados da noite.

Já uma vitória do Tricolor, além de confirmar a força do time, relegará o Palestra à briga pela Libertadores. Pois se tirar oito pontos já é difícil, imaginem onze.

Hoje a noite é de pay-per-view.

terça-feira, 28 de agosto de 2007

Do blog do Juca Kfouri

"O Morumbi subiu no telhado

São cada vez mais fortes os rumores de que Ricardo Teixeira deixará Juvenal Juvêncio com a brocha na mão.

E furioso.

São Paulo deverá receber a abertura da Copa do Mundo de 2014, mas não no Morumbi.

Um novo estádio está planejado para Guarulhos que, então, já terá seu aeroporto ampliado, além de ter um trem que a ligará com o centro de São Paulo em pouco mais de 20 minutos.

O prefeito da cidade, Elói Pietá, é unha e carne com Lula e a nova arena seria, depois, simplesmente do... Corinthians.

Resta saber se Teixeira terá coragem de dar tal rasteira e, depois, se terá condições de segurar a ira de Juvêncio."

Moral da história (segundo o Esporte Brasilis): o Presidente da CBF (que não gosta de futebol), em conluio com o Presidente da República (fundador do partido responsável pelo maior esquema de corrupção da história do País) e com o Prefeito de uma cidade paulista (do mesmo partido do Presidente da República), vai construir um estádio (sem necessidade) para sediar uma Copa do Mundo. Depois disso tudo, a maior cidade do País ficará de fora do evento (Guarulhos é Guarulhos, São Paulo é São Paulo) e o Corinthians (time devedor do Governo e investigado por participar de um esquema internacional de lavagem de dinheiro) ganhará de presente o estádio.

Brilhante.

No caminho certo

Jadel Gregório conquistou a décima medalha brasileira na história dos Mundias de Atletismo (agora são cinco de prata e cinco de bronze). Um excelente resultado, mas que por não ter sido de ouro não teve o devido reconhecimento. Afinal, potência mundial como somos, só interesse mesmo o primeiro lugar.

Apenas como comparação, coloco abaixo as marcas atingidas pelos cinco primeiros colocados em Osaka e no Pan do Rio.

Mundial de Atletismo 2007 - Osaka, Japão
Nelson Évora (POR) - 17,74 m
Jadel Gregório (BRA) - 17,59 m
Walter Davis (EUA) - 17,33 m
Osniel Tosca (CUB) - 17,32 m
Aarik Wilson (EUA) - 17,31 m

Jogos Pan-Americanos 2007 - Rio de Janeiro, Brasil
Jadel Gregório (BRA) - 17,29 m
Osniel Tosca (CUB) - 16,92 m
Yoandris Betanzos (CUB) - 16,90 m
Jefferson Sabino (BRA) - 16,81 m
Lawrence Willis (EUA) - 16,72 m

A melhor marca do ano é do próprio Jadel, no GD de Belém em maio, quando saltou 17,90 m e inclusive bateu o recorde Sul-Americano de João do Pulo.

Quatro anos após a quinta colocação em Atenas, o brasileiro chegará a Pequim mais experiente e confiante. Terá de enfrentar, porém, a injusta pressão pelo ouro. E o sueco Olsson, que não disputou o Mundial por contusão.

Mas tudo leva a crer que está no caminho certo.

Extrapolaram


A cena foi lamentável. Após o jogo contra o Grêmio o Presidente do Fluminense, Roberto Hocardes, estava colérico contra a arbitragem do jogo que validara um gol irregular do time gaúcho nos últimos minutos, empatando a partida. Com Renato Gaúcho e Branco calados, parecendo dois garotos colegiais, o cartola dava socos na mesa e apontava a "arbitragem paulista" como grande culpada pelos erros contra o Tricolor carioca.

O episódio merece uma análise mais aprofundada, a qual me proponho agora a fazer.

Em primeiro lugar, e mais importante: nunca a arbitragem brasileira errou tanto como atualmente, interferindo diretamente nos resultados de várias partidas. Apenas na última rodada Fluminense, Vasco e Atlético-PR foram incontestavelmente prejudicados por erros grosseiros dos árbitros, que inclusive já motivaram duas punições. Algo concreto precisa ser feito, e logo. Deixar árbitros "na geladeira" por algumas rodadas, apenas para que não cometam erros por um curto período de tempo, não adianta nada. A incompetência passou dos limites.

Porém, deixando o bairrismo de lado, preciso falar uma coisa para o furioso Hocardes: não existe nenhum complô paulista contra times cariocas. A ruindade não é exclusividade nossa, é geral. O erro mais grave do ano foi cometido por um gaúcho, Simon, na Copa do Brasil. A não marcação de um pênalti claro tirou o Atlético-MG da competição, favorecendo o Botafogo... do Rio. O mesmo Botafogo que, por sua vez, seria prejudicado na semi-final, pela Ana Paula, "favorecendo" o Figueirense, de Santa Catarina. Portanto, todos acabam sendo favorecidos em ocasiões isoladas, mas no geral o futebol como um todo é prejudicado.

Agora, com relação a "esquemas" regionais, não custa nada relembrarmos a história. Campeonato Brasileiro de 1996. O Fluminense foi rebaixado para a Segunda Divisão e, sem nenhum motivo, reintegrado à Série A no ano seguinte - o que não impediu outros dois rebaixamentos do time, que acabou na Série C. Já em 1999, seria a vez do Botafogo ser rebaixado, mas o "gato" Sandro Hiroshi permitiu uma manobra jurídica e inversão dos pontos em um jogo contra o São Paulo (o qual havia perdido por 6x1). Foi a salvação da Estrela Solitária, trocando de lugar com o Gama. Mas o pior ainda estava por vir. O Gama foi à justiça, e para evitar a não-realização da edição de 2000, a CBF abortou a Copa João Havelange, com dezenas de times, algumas divisões e o Fluminense de volta à elite... sem sequer ter disputado a Série B!

Complô paulista? Não, Hocardes, isso não existe e nem é necessário. Se nos últimos anos os times cariocas estiveram abaixo da média, foi por culpa exclusiva deles mesmos.

Aproveito para falar que não tenho nada contra times de qualquer Estado. Já falei bem dos times gaúchos, sou fã do Zico, invejo a beleza do clássico Cruzeiro x Atlético e torço para que os times do Nordeste venham à Série A mais competitivos. Mas não aceito a pilantragem, tão presente no Rio, São Paulo e em qualquer outro lugar. Edílson Pereira de Carvalho, Luis Zveiter e Márcio Rezende que o digam...

Os dirigentes dos clubes brasileiros, ao invés de apontarem a arbitragem como a culpada por todos os seus males, deveriam, juntos, pressionar a CBF para e exigir uma melhora efetiva nesse catastrófico cenário. Se a entidade máxima do esporte não dá a atenção devida ao fato, é obrigação dos clubes fazê-la cumprir suas obrigações. Afinal, com a tal da Copa 2014, a tendência é cada vez mais o Genro Pródigo se preocupar com contratos e verbas do que com o futebol brasileiro.

E no caso de Hocardes, mais uma dica: poupe suas energias com chiliques e use-as em estruturar seu time para 2008, caso contrário teremos um vexame brasileiro certo na Libertadores.

Sobe e desce

Devido a minha ausência desde sexta, segue um breve resumo do que de melhor e de pior aconteceu no esporte brasileiro no período.


EM ALTA
1. Jadel Gregório, prata em Osaka e a caminho de Pequim.
2. Felipe Massa, o Sultão da F1.
3. Cruzeiro, Botafogo e Palmeiras, que com boas vitórias impediram que a rodada fosse do São Paulo.

EM BAIXA
1. A arbitragem brasileira, cada vez pior.
2. Nossos craques do basquete nos Estados Unidos, imitando nossos craques do futebol na Alemanha.
3. A Seleção Amarelinha de vôlei feminino, que não ganha nem aqui nem na China.

sexta-feira, 24 de agosto de 2007

A lista

Foi publicada ontem no Diário Oficial da União a lista com os 99 clubes de futebol que irão participar da Timemania. Segundo o Decreto que regulamentou a Timemania, serão escolhidos 80 times para a loteria, obedecendo critérios também estipulados na Lei.

Segue a relação completa:

Clubes da Série A
1-América Futebol Clube-RN
2-Botafogo de Futebol e Regatas-RJ
3-Clube Atlético Mineiro-MG
4-Clube Atlético Paranaense-PR
5-Clube de Regatas do Flamengo-RJ
6-Clube de Regatas Vasco da Gama-RJ
7-Clube Náutico Capebaribe-PE
8-Cruzeiro Esporte Clube-MG
9-Esporte Clube Juventude-RS
10-Figueirense Futebol Clube-SC
11-Fluminense Football Club-RJ
12-Goiás Esporte Clube-GO
13-Grêmio Futebol Porto Alegrense-RS
14-Parará Clube-PR
15-Santos Futebol Clube-SP
16-São Paulo Futebol Clube-SP
17-Sociedade Esportiva Palmeiras-SP
18-Sport Club Corinthians Paulista-SP
19-Sport Club do Recife-PE
20-Sport Club Internacional-RS

Clubes da Série B
21-Associação Atlética Ponte Preta-SP
22-Associação Portuguesa de Desportos-SP
23-Avaí Futebol Clube-SC
24-Brasiliense Futebol Clube-DF
25-Ceará Sporting Club-CE
26-Clube de Regatas Brasil - CRB-AL
27-Clube do Remo-PA
28-Coritiba Footbal Club-PR
29-Criciúma Esporte Clube-SC
30-Esporte Clube Santo André-SP
31-Fortaleza Esporte Clube-CE
32-Grêmio Esportivo Barueri-SP
33-Ipatinga Futebol Clube-MG
34-Ituano S/C de Futebol Ltda-SP
35-Marília Atlético Clube-SP
36-Paulista Futebol Clube-SP
37-Santa Cruz Futebol Clube-PE
38-São Caetano Futebol Ltda-SP
39-Sociedade Esportiva do Gama-DF
40-Vitória S/A-BA

Outros clubes
41-ABC Futebol Clube-RN
42-Esporte Clube Bahia S/A-BA
43-Paysandu Sport Club-PA
44-Nacional Futebol Clube-AM
45-Mixto Esporte Clube-MT
46-Rio Branco Football Club-AC
47-Centro Sportivo Alagoano - CSA-AL
48-Rio Branco Atlético Clube-ES
49-Club Sportivo Sergipe-SE
50-Sampaio Correia Futebol Clube-MA
51-River Atlético Clube-PI
52-Botafogo Futebol Clube-PB
53-Ypiranga Clube-AP
54-Atlético Roraima Clube-RR
55-Operário Futebol Clube-MS
56-Ji-Paraná Futebol Clube-RO
57-Palmas Futebol e Regatas-TO
58-Guarani Futebol Clube-SP
59-América Futebol Clube-MG
60-Clube Atlético Bragantino-SP
61-Londrina Esporte Clube-PR
62-Associação Atlética Internacional-SP
63-Uberlândia Esporte Clube-MG
64-União São João Esporte Clube-SP
65-Tuna Luso Brasileira-PA
66-Villa Nova Futebol Clube-GO
67-Clube Atlético Juventus-SP
68-Vila Nova Futebol Clube-GO
69-Americano Futebol Clube-RJ
70-Esporte Clube XV de Novembro-SP
71-Atlético Clube Goianense-GO
72-Olaria Atlético Clube-RJ
73-União Agrícola Barbarense Futebol Clube-SP
74-São Raimundo Esporte Clube-AM
75-América Futebol Clube-RJ
76-Desportivo Capixaba-ES
77-Joinville Esporte Clube-SC
78-Bangu Atlético Clube-RJ
79-Treze Futebol Clube-PB
80-Moto Clube de São Luís-MA
81-Central Sport Club-PE
82-Botafogo Futebol Clube-SP
83-Associação Atlética Anapolina-GO
84-Sociedade Esportiva Recreativa Caxias do Sul-RS
85-Mogi Mirim Esporte Clube-SP
86-Volta Redonda Futebol Clube-RJ
87-Associação Desportiva Confiança-SE
88-Esporte Clube Nova Hamburgo-RS
89-Associação Esportiva Catuense-BA
90-Maranhão Atlético Clube-MA
91-Grêmio Maringá Sport Club Ltda-PR
92-Atlético Rio Negro Clube-AM
93-Campinense Clube-PB
94-Ferroviário Atlético Clube-CE
95-Guarany Sporting Club-CE
96-Fluminense de Feira Futebol Clube-BA
97-América Futebol Clube-SP
98-Goiatuba Esporte Clube-GO
99-União Esporte Clube Rondonópolis-MT

quinta-feira, 23 de agosto de 2007

"Fratricídio"

A briga entre torcidas organizadas está sendo superada. Agora, somos testemunhas da briga "inter torcidas", ou seja, do mesmo time.
No jogo contra o Juventude, hoje à noite, as organizadas do Flamengo Raça Fla e Torcida Jovem brigaram entre si antes do jogo, e assistiram à vitória de seu time separadas pela Polícia Militar. Parece que, cansadas de pular o cordão de isolamento para brigar com o adversário, resolveram ir para cima daquele que estava ao lado. Bem mais cômodo.

As duas torcidas já haviam brigado em São Paulo, no último fim de semana no jogo contra o Palmeiras. A Força Jovem, por sinal, é "torcida irmã" da Independente do São Paulo, se é que facções que incitam a violência dessa forma podem ter alguma conotação de fraternidade.

Já deixei de ir a jogos de futebol em várias oportunidades por causa da violência, e fatos como esse sugerem que eu volte a fazê-lo outras tantas. Organizadas (juntamente com cambistas e flanelinhas) afugentam qualquer um, e o motivo pelo qual eu (e outros) insisto em ir ao estádio numa quarta à noite ou num domingo à tarde é por ser este um dos meus grandes prazeres. Mas minha segurança vem antes da paixão por meu clube.

Doze anos após a batalha campal do Pacaembu (20/08/1995), as organizadas já morreram a ressuscitaram. Um dos pilares da anunciada falência do nosso futebol está bem alicerçada.

Para lembrar - 2

Tudo bem que hoje ele só fala besteira, mas isso não diminui o grande atleta que foi. Com os 20 anos da conquista em Indianápolis, e a atual disputa do Pré-Olímpico, nada melhor que relembrar a despedida de Oscar da Seleção Brasileira.



Emocionante.

Para lembrar



Ps: prestem atenção nos comentários do Vanucci...

terça-feira, 21 de agosto de 2007

Estados Unidos, 20 anos depois

A distância entre Indianápolis e Las Vegas, para os americanos, é de 1840 milhas. Para nós, brasileiros, 20 anos.

A Capital do Automobilismo está no imaginário brasileiro há exatas duas décadas, pois no dia 23 de agosto de 1987 nossa Seleção batia a americana na final do Pan-Americano. Com um placar de 120 x 115, entrava para a história como a primeira Seleção a vencer os inventores do jogo em sua própria casa.

Naquela época, o Brasil não tinha astros na NBA, o basquete era o segundo esporte nacional e o Oscar ainda não tinha sido candidato ao Senado. Aquela geração se aposentou e com ela se foi a força do Brasil no cenário internacional. Brigas internas e uma administração contestada na Confederação limitaram o potencial da modalidade, resultando em campeonatos sem credibilidade, tentativas frustradas de ligas alternativas e duas Olimpíadas de ausência.

A partir desta quarta-feira, Leandrinho, Nenê e Cia. tentarão reverter esse quadro. Mesmo com sentidas ausências, contamos com o enfraquecimento de outras seleções para buscar a segunda vaga - é difícil acreditar que Kobe Bryant, LeBron James e Carmelo Anthony ficarão de fora de Pequim.

Com idade média de 25 anos, a maioria dos jogadores que estão em Las Vegas, não deve ter memória nenhuma do Pan de 87. Tiago Splitter, de apenas 21, era apenas um recém-nascido. Mas é essa promissora geração que traz esperança para que o basquete masculino brasileiro, Bi-Campeão Mundial, volte a figurar entre as grandes equipes mundiais.

Zangado

A cada convocação da Seleção Brasileira e entrevista do Dunga, somos obrigados a ouvir suas declarações ranzinzas e de exaltação à mediocridade.
No pensamento do "técnico", como sabemos, a vontade de jogar na Seleção é a condição sine qua non.

O jogo de amanhã contra a Argélia trouxe de volta Kaká e Ronaldinho Gaúcho, que segundo o Dunga terão que se esforçar como qualquer outro jogador para garantirem seus lugares no time. Podem, inclusive, começar a jogo no banco.

O fato dos dois estarem, incontestavelmente, no grupo dos maiores jogadores do futebol mundial na atualidade, não conta.

Se esquece de que é função do treinador da Seleção encaixar o futebol de jogadores como esses dentro do time, de modo que possam render o máximo possível. Desde que, claro, os mesmos queiram a posição - o que é bem provável, visto que são jogadores jovens e que a Seleção é extremamente importante.

Fim de conversa.

segunda-feira, 20 de agosto de 2007

Universíade 2007

Acabou no sábado a 24a Universíade, as Olimpíadas Universitárias. Realizada em Bangcoc, na Tailândia, a competição teve a China como campeã, com 30 medalhas de ouro.

Abaixo, a participação brasileira, que contou com a participação de alguns atletas que disputaram o Pan, e acabou na 28a colocação no quadro geral de medalhas.

O U R O
Nicholas Santos - Natação (50m livre)

P R A T A
Nicholas Santos - Natação (50m borboleta)
Felipe Lima - Natação (50m peito)
Fabiano Peçanha - Atletismo (800m)

B R O N Z E
Fernando Silva - Natação (100m livre)
Rebeca Gusmão - Natação (50m livre)
Fabiano Peçanha - Atletismo (1.500m)
Anselmo Gomes da Silva - Atletismo (110m com barreiras)
Carlos Eduardo Bezerra Chinin- Atletismo (Decatlo)
Futebol Feminino

Tão difícil quanto conquistar as medalhas foi fazer essa lista. O site da CBDU (Confederação Brasileira de Desportos Universitários), teoricamente a maior interessada em divulgar esses resultados, ainda não a havia disponibilizado até a hora de publicação desta postagem - pelo menos não de forma completa e de fácil localização.
(O quadro geral de medalhas da Universíade, assim como divididas por país, podem ser consultadas em: http://info.bangkok2007.com/)

Até Londres

A tal "Família Bernardinho" fez um pacto para seguir junta até Pequim 2008, para se aposentar da Seleção com o bi-campeonato olímpico. Essa possibilidade está temporariamente suspensa com os acontecimentos do último mês.

Porém, o time que deve substituir a atual geração já está quase pronto. Em uma final emocionante, o Brasil, com um time formado apenas por jogadores novos, perdeu a final da Copa América para os EUA ontem à noite, em Manaus.

Os americanos, com o mesmo time terceiro colocado na última Liga Mundial, abriram logo 2x0. Os garotos buscaram o empate e tiveram dois match-points no último set, mas aí falou mais alto a experiência yankee, que fecharam o tie-break em 19-17.

Injustiça falar em amarelada quando ela não ocorreu. O que o Brasil fez ontem foi além do esperado. E por se tratar de um time ainda em formação, que terá a imensa responsabilidade de substituir a mais vitoriosa Seleção de nossa história, foi um grande aprendizado.

A Seleção de 2012 teve ontem sua primeira grande lição. Pois aprender a ganhar leva tempo, e antes disso é preciso aprender a perder.

ps: esse texto é uma homenagem ao Ricardo "Dezoitão", grande amigo e leitor fiel deste blog.

domingo, 19 de agosto de 2007

Estranha eficiência

A Série B, que neste fim de semana também chegou ao fim do primeiro turno, trouxe um fato curioso.
O Vitória, tentando voltar à Série A depois de amargar um ano na C, ainda não empatou na competição. As nove derrotas poderiam ter deixado o time na zona de rebaixamento, já que o Santa Cruz está nessa condição com "apenas" oito. Porém, as dez vitórias do time baiano as colocou entre os quatro primeiros.

A irregularidade não combina com sucesso em campeonatos de pontos corridos, mas os três pontos por vitória conquistada, sim.

Medalhas do fim de semana - Parapan


D O M I N G O , 19/08

O U R O
Shirlene Santos Coelho - Atletismo (Lançamento de dardo - 35/36/37/38)
Joana Helena dos Santos Silva - Atletismo (Salto em distância - 12/13)
Terezinha Aparecida Guilhermino - Atletismo (200m - 11)
Lucas Prado - Atletismo (400m - 11)
Yohansson do Nascimento Ferreira - Atletismo (400m - 46)
Futebol de 5 - Equipe Masculina
Vôlei Sentado - Equipe Masculina

P R A T A
Indayana Pedrina Moia Martins - Atletismo (Salto em distância - 12/13)
Pedro César da Silva Moraes - Atletismo (100m - 12)
Christiano Henrique Parente Farias - Atletismo (10.000m - 11)
Ádria Rocha Santos - Atletismo (200m - 11)
Hilário Moreira Neto - Atletismo (400m - 11)
Emicarlo Elias de Souza - Atletismo (400m - 46)
Carlos José Barto da Silva - Atletismo (800m - 11/12)

B R O N Z E
Rosenei Herrera - Atletismo (Lançamento de dardo - 35/36/37/38)
Sirlene Aparecida Guilhermino - Atletismo (Salto em distância - 12/13)


S Á B A D O , 18/08

O U R O
Paulo Douglas Moreira de Souza - Atletismo (Arremesso de disco - 35/36/37/38)
Ariosvaldo Fernandes da Silva - Atletismo (400m - 52/53)
Futebol de 7 - Masculino
Antônio Tenório da Silva - Judô (100kg)
Clodoaldo Francisco da Silva - Natação (100m livre - S4) *Novo recorde mundial
Daniel de Faria Dias - Natação (100m livre - S5)
Clodoaldo Francisco da Silva, Daniel Dias, Adriano Lima e Luís Silva - Natação (4x50m medley - 20 pontos) *Novo recorde mundial
Daniel de Faria Dias - Natação (50m borboleta - S6)
Nélio Pereira de Almeida - Natação (50m borboleta - S7)
André Brasil Esteves - Natação (50m livre - S10) *Novo recorde mundial
Fabiana Harumi Sugimori - Natação (50m livre - S11)
Adriano Gomes de Lima - Natação (50m livre - S6)
Wagner Pires - Natação (50m livre - S7)
Mauro Luiz Brasil da Silva - Natação (50m livre - S9)
Equipe Masculina - Tênis de Mesa (Classe 1-2)
Equipe Masculina - Tênis de Mesa (Classe 3)
Equipe Masculina - Tênis de Mesa (Classe 4)

P R A T A
Tito Alves de Sena - Atletismo (1.500m - 46)
Terezinha Aparecida Guilhermino - Atletismo (400m - 12/13)
Lourdes Maria Silva de Souza - Judô (acima de 70kg)
Genezi Alves de Andrade - Natação (100m livre - S3)
Adriano Gomes de Lima - Natação (50m borboleta - S6)
José Afonso de Medeiros - Natação (50m borboleta - S7)
Rodrigo Machado de Souza Ribeiro - Natação (50m livre - S11)
Luis Antônio Correa da Silva - Natação (50m livre - S6)
Ronaldo Souza Santos - Natação (50m livre - S7)
Gledson Soares - Natação (50m livre - S8)
Equipe Feminina - Tênis de Mesa (Classe 4-5)
Equipe Masculina - Tênis de Mesa (Classe 6-7)

B R O N Z E
Marco Aurélio Borges - Atletismo (Arremesso de disco - 42/44)
André Luiz de Oliveira - Atletismo (Salto em distância - 42/44/46)
José Carlos P. de Alecrim - Atletismo (1.500m - 46)
Indayana Pedrina Moia Martins - Atletismo (400m - 12/13)
Basquete em Cadeira de Rodas - Masculino
Regiane Nunes da Silva - Natação (100m costas - S13)
Gilberto Fernandes Neto - Natação (100m costas - S13)
Edênia Nogueira Garcia - Natação (100m livre - S5)
Francisco Avelino - Natação (100m livre - S5)
Danilo Binda Glasser - Natação (50m livre - S10)
Fábio Brandão Gomes Cruz - Natação (50m livre - S11)
José Afonso de Medeiros - Natação (50m livre - S7)
Isidoro Ângelo Mazotinini - Natação (50m livre - S8)
Equipe Masculina - Tênis de Mesa (Classe 8)

sexta-feira, 17 de agosto de 2007

Medalhas do dia - Parapan

O U R O
André Andrade - Atletismo (100m - S13)
Odair Ferreira dos Santos - Atletismo (10.000m - S12)
Lucas Prado - Atletismo (200m - 11)
Yohansson do Nascimento Ferreira - Atletismo (200m - 46)
Daniele Bernardes da Silva - Judô (63kg)
André Brasil Esteves - Natação (400m livre - S10)
Daniel de Faria Dias - Natação (50m costas - S5)
Antônio Mello, Edmilson Pinheiro, Alexandre Caldeira e William Almeida - Tênis de Mesa (Equipes - Classe 9-10)
Equipe Masculina - Tênis de Mesa (Classe 5)

P R A T A
Shirlene Santos Coelho - Atletismo (Lançamento de disco - 35/36/37/38)
Jenifer Martins dos Santos - Atletismo (200m - 36/37/38)
Sheila Finder - Atletismo (200m - 44/46)
Antônio Delfino de Souza - Atletismo (200m - 46)
Valéria Santarém Lira - Natação (400m livre - S8)
Clodoaldo Francisco da Silva - Natação (50m costas - S4)
Francisco Avelino - Natação (50m costas - S5)
Carlos Alonso Farrenberg - Natação (50m livre - S13)

B R O N Z E
Marco Aurélio Borges - Atletismo (Lançamento de dardo - 42/44)
Alex Cavalcante Mendonça - Atletismo (10.000m - S12)
Regina Dornelas da Costa - Judô (63kg)
Eduardo Paes Barreto Amaral - Judô (73kg)
Denis Aparecido Rosa - Judô (81kg)
Isidoro Ângelo Mazotinini - Natação (400m livre - S8)
Joo Sok Seo - Natação (50m costas - S4)
Carlos Alberto Chave dos Santos - Tênis em Cadeira de Rodas
Equipe Feminina - Tênis de Mesa (Classe 1-3)

quinta-feira, 16 de agosto de 2007

Meio meia boca

Começou sem ninguém perceber, se escondeu atrás do Pan por algumas semanas, mas enfim o Brasileirão chegou a sua metade. Quer dizer, mais ou menos. A maioria dos times chegou, mas por causa do descaso da CBF e de uma incompreensível decisão do Flamengo, alguns times ainda não fizeram os 19 jogos previstos. Isso só será definitivamente arrumado em outubro.

E como a janela de contratações européias só se encerra no final do mês, teremos de aguardar mais 15 dias para sabermos como os times disputarão o 2o turno. Ou seja, o Campeonato Brasileiro, além de ter mostrado um futebol sofrível, não consegue nem mais encerrar um turno decentemente. Mas a caravana não pára, e no final das contas nós reclamamos mas não vivemos sem. E, assim como a pizza e o sexo, mesmo sendo ruim ainda é bom.

Bom, o que mais falar? Um de meus primeiros textos neste blog foi uma análise dos times no começo do campeonato. Errei e acertei, como acontece com todas as previsões. Cheguei a conclusão que, além deste tipo de trabalho ter pouca efetividade devido à imprevisibilidade do jogo, a chance de cair na gozação é grande.

Por exemplo, se fosse seguir a maioria das correntes sobre o que esperar dos times para esse 2o turno, sairia algo assim:

- O São Paulo só perde o penta para ele mesmo;

- Brigarão pela Libertadores o Botafogo (em decadência), Cruzeiro, Vasco, Palmeiras, e correndo por fora Santos, Inter e Grêmio. Estes três últimos, antes considerados favoritas ao título, ficaram para trás e dificilmente chegarão em primeiro;

- O meio da tabela não interessa muito, já que a Sul-Americana é aquele campeonato para o qual os times comemoram a conquista da vaga em um ano, e no seguinte mandam a campo times mistos sem motivação;

- O América-RN e o Juventude já caíram, e vão lutar com unhas e dentes pelas outras duas vagas na Série B de 2008 o Náutico, Atlético-PR, Paraná Clube, Atlético-MG, Figueirense, Corinthians e Flamengo - com a diferença que esse dois últimos podem sempre contar com a ajuda da torcida, da camisa e do apito.

Mas não vou falar nada disso. Prefiro esperar o campeonato acabar e ver o que de fato aconteceu. Até porque, acabaria escrevendo um texto chato e com resultado imprevisível. Assim como o Brasileirão 2007.

História sem fim

Resolvi esperar o pronunciamento dos jogadores para escrever a respeito da entrevista coletiva dada ontem pelo Ricardinho. Agora, com as versões de Giba e Gustavo sobre o assunto, a versão "mais verdadeira" da história começa a tomar forma, e o (ex?) levantador da Seleção fica, cada vez mais, com a maior parcela da culpa.
Desde o corte do jogador, à vésperas do Pan, me posicionei favoravelmente ao técnico Bernardinho. Não por achar que ele está acima do bem e do mal, mas por entender que dentro de um grupo como uma equipe esportiva há uma hierarquia a ser respeitada, ainda mais se essa autoridade atingiu o status que tem através de comprovada competência e resultados. Bernardinho pode ser vaidoso, autoritário, mas não acho que seja burro a ponto de tirar do time o melhor levantador do mundo por simplórios motivos pessoais. Ainda mais com o histórico do Ricardinho, que já havia causado problemas - dentro de quadra, inclusive - no último Mundial.

A coletiva do levantador foi, por alguns aspectos, lamentável. Primeiro, por seus comentários em si. Frases como "A família Bernardinho acabou para mim", "A medalha do Pan foi arrancada do meu peito" e "Ele vai ter que me procurar para se explicar" mostram um comportamento rancoroso e até certo ponto infantil, inclusive se levarmos em conta que provavelmente ele não está com a razão. Com essas frases ele se coloca acima Seleção, como se ela fosse a única interessada em seu retorno. É preciso lembrar que, no vôlei, a grande vitrine mundial é a Seleção, e não os clubes como acontece no futebol. Todos os grandes jogadores do Brasil estão aonde estão por causa do título Olímpico, dos dois Mundiais e das sete Ligas conquistadas, e não por alguns campeonatos europeus e brasileiros que provavelment devem ter em seus currículos.

Esse era o momento do Ricardinho ponderar, com calma, a sua parcela de culpa na história e o seu papel na Seleção.

O outro motivo foi a razão da coletiva. Lançar a tal biografia nesse momento foi puro oportunismo. Eu sei que ele já estava trabalhando no projeto há algum tempo, mas encerrar um livro sobre a sua vida com um capítulo em tom negativo, menos de um mês após ocorrido, não faz o menor sentido. A não ser que a real intenção seja levantar novamente a polêmica. E vender mais exemplares, claro.

Permitam-me uma digressão agora. Tudo bem, todo mundo tem o direito de escrever o que quiser, quando quiser, ainda mais sobre a própria vida. Mas uma biografia escrita pela própria pessoa, aos trinta e poucos anos de idade e no auge da carreira não me desperta a MENOR curiosidade. Como a própria palavra diz, biografia quer dizer a 'história', ou 'descrição', da 'vida'. Por si só o livro já não tem final, pois a vida dele ainda não acabou - e está bem longe disso. Se fosse uma biografia esportiva, tudo bem. Mas nem isso é, visto que o jogador ainda se encontra em atividade.

Autobiografias também carregam um alto grau de viés, pois engloba apenas um ponto de vista, o do biografado. Dificilmente, ao ler o livro, conheceremos um Ricardinho humano, com seus defeitos reconhecidos e suas vitórias comedidas. Até porque é impossível um livro com maior viés humano do que esse, finalizado às pressas e ainda com lágrimas de raiva no rosto. Para que se conheça os verdadeiros efeitos de um fato, é preciso deixar que ele se sedimente, e só depois analisá-lo. A briga Bernardinho x Ricardinho ainda páira no ar, num redemoinho.

Ruy Castro, autor da maravilhosa biografia de Garrincha, já afirmou que "Biografado bom é biografado morto". Faz sentido. Até porque, desta forma, a história pode ser contada do início até o final. Se a vida do Mané fosse contada após a Copa de 62 (como deve ter sido por alguns) a história não teria o brilho e a triste veracidade que teve, mais de 30 anos depois.

Ricardinho, ainda bem, não está morto, e depende apenas dele deixar a coisa acalmar para tomar a melhor decisão possível: continuar escrevendo sua história na Seleção Brasileira.

Medalhas do dia - Parapan

O U R O
Roseane Ferreira dos Santos - Atletismo (Arremesso de peso - 55/56/57/58)
Jenifer Martins dos Santos - Atletismo (100m - 36/37/38)
Edson Cavalcante Pinheiro - Atletismo (100m - 37/38)
Odair Ferreira dos Santos - Atletismo (5.000m - 12)
Karla Ferreira Cardoso - Judô (48kg)
Renato Nunes da Silva - Natação (100m peito - SB12)
Daniel de Faria Dias - Natação (100m peito - SB12)
Adriano Gomes de Lima - Natação (400m livre - S6)
Clodoaldo Francisco da Silva - Natação (50m borboleta - S4) *Novo recorde mundial
Carlos Santos e Mauricio Pommê - Tênis em Cadeira de Rodas (Duplas)

P R A T A
Sirlene Aparecida Guilhermino - Atletismo (100m - 12/13)
Ariosvaldo Fernandes da Silva - Atletismo (200m - 52/53)
Alex Cavalcante Mendonça - Atletismo (5.000m - 12)
Magno Marques Gomes - Judô (66kg)
Fabiana Harumi Sugimori - Natação (100m peito - SB11)
Felipe Marinho de Oliveira - Natação (100m peito - SB11)
Jourdan Renne Lutkus - Natação (200m medley - SM10)
Ronaldo Souza Santos - Natação (400m livre - S7)
Genezi Alves de Andrade - Natação (50m costas - S3)
Samanta Almeida e Rejane Candida - Tênis em Cadeira de Rodas (Duplas)

B R O N Z E
Joana Helena dos Santos Silva - Atletismo (100m - 12/13)
Ana Luiza Nonato de Farias - Judô (48kg)
Roberto Nunes da Paixão - Judô (60kg)
Gilberto Fernandes Neto - Natção (100m borboleta - S13)
Ivanildo Alves de Vasconcelos - Natação (100m peito - SB12)
André Brasil Esteves - Natação (100m peito - SB9)
José Afonso de Medeiros - Natação (400m livre - S7)

quarta-feira, 15 de agosto de 2007

Seleção em quadra

Como é legal ver jogadores da Seleção Brasileira jogando ao vivo em uma competição nacional, na sua própria cidade. Aqueles que há pouco brilhavam na tela da TV, ao alcance do olhos e ouvidos.
Não estou sendo nostálgico, lembrando de tempos passados do nosso combalido futebol.

Acabei de voltar do Esporte Clube Pinheiros, onde foi realizado o segundo jogo da final do Campeonato Paulista de Handebol. A Metodista havia ganho a primeira partida em casa, e repetiu o resultado na quadra do próprio Pinheiros. O título foi para São Bernardo.

Arquibancada lotada (a entrada era franca), torcidas dos dois times vibrando e dividindo o mesmo espaço para ver um bom jogo, com a presença de seis jogadores medalhistas de ouro na Pan e alguns outros selecionáveis. E shows à parte dos irmãos Maik (goleiro do Pinheiros e da Seleção) e Marcão (goleiro da Metodista e também da Seleção, mas ausente do Pan), que ilustram esse texto.

Para um país apaixonado por futebol, mas que conta cada vez menos com atletas de ponta atuando em seus times, um excelente programa para uma quarta-feira à noite.

Medalhas do dia - Parapan

O U R O
Odair Ferreira dos Santos - Atletismo (1.500m - 12)
André Brasil Esteves - Natação (100m livre - S10)
Carlos Alonso Farrenberg - Natação (100m peito - SB13)
Danielson Pontes dos Santos - Natação (100m peito - SB6)
Clodoaldo Francisco da Silva - Natação (200m livre - S4) *Novo recorde mundial
Daniel Dias - Natação (200m livre - S5)
Daniel Dias, Jourdan Lutkus, André Brasil e Marcelo Collet - Natação (4x100m medley - 34 pontos)
Carlos Alonso Farrenberg - Natação (400m livre - S13)
Iranildo Conceição Espíndola - Tênis de Mesa (Simples classe 2)
Luiz Algacir Vergílio da Silva - Tênis de Mesa (Simples classe 3)
Claudiomiro Segatto - Tênis de Mesa (Simples classe 4-5)

P R A T A
Sônia Maria Pereira Gouveia - Atletismo (Arremesso de disco - 32-34/51-54)
Shirlene Santos Coelho - Atletismo (Arremesso de peso - 36/37/38)
Carlos José Barto da Silva - Atletismo (5.000m - 11)
Mauro Luiz Brasil da Silva - Natação (100m livre - S9)
Gledson Soares - Natação (100m peito - SB6)
Gledson Soares - Natação (200m medley - SM8)
Hemerson Leocadio Kovalski - Tênis de Mesa (Simples classe 2)
Welder Camargo Knaf - Tênis de Mesa (Simples classe 3)
Cristovam Jaques Pereira Lima - Tênis de Mesa (Simples classe 7)
Willian Gabriel Ricken Almeida - Tênis de Mesa (Simples classe 9-10)

B R O N Z E
Rosane Santos - Atletismo (Arremesso de peso - 55/56/57/58)
Sheila Finder - Atletismo (100m - 42/44/46)
Christiano Henrique Parente Farias - Atletismo (5.000m - 11)
Emicarlo Elias de Souza - Atletismo (800m - 46)
José Ricardo Costa da Silva - Levantamento de Peso (Peso pesado)
André Luiz Meneghetti - Natação (100m borboleta - S11)
Marcelo Collet - Natação (100m livre - S10)
Nélio Pereira de Almeida - Natação (100m peito - SB6)
Edênia Nogueira Garcia - Natação (200m livre - S5)
Maria Luiza Pereira Passos - Tênis de Mesa (Simples classe 4-5)
Alexandre Macieira Ank - Tênis de Mesa (Simples classe 4-5)
Edimilson Matias Pinheiro - Tênis de Mesa (Simples classe 9-10)

Tá valendo

Foi assinado ontem pelo Presidente Lula o Decreto no 6.187, que regulamenta a Lei no 11.345 de 14/09/2006 - a Timemania.

Em no máximo 60 dias, a Timemania deverá ser implantada.

Apresentada como uma forma de ajudar os clubes de futebol com relação às suas dívidas com o INSS e FGTS, teve em sua redação final, na verdade, um presente dos céus aos mesmos. Dívidas perdoadas, divididas em até 20 anos e quase nenhuma contrapartida - a não ser a desistência de recursos dessas dívidas na Justiça.

Se a loteria pegar, será nada mais que uma anistia às dívidas dos clubes com a União. Como se décadas de incompetência administrativa fossem perdoadas.

Mas, querendo ou não, essas dívidas serão (parcialmente) pagas, coisa que dificilmente ocorreria.

Que, ao menos, sirva para marcar o início de uma reestruturação administrativa no futebol brasileiro, pois não representa nenhuma medida efetiva para tal.

Abaixo, o link com a transcrição da lei, publicada ontem no Diário Oficial da União:

https://www.in.gov.br/materias/xml//do/secao1/2830168.xml

Tá no forno

Pela segunda vez foi adiada, na Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro, o CPI do Pan , que irá investigar os gastos municipais com os Jogos. Tais gastos totalizaram R$ 1,2 bilhões.

Votaram a favor do adiamento os vereadores Nadinho Rio das Pedras, Carlo Caiado (ambos do DEM, partido do prefeito César Maia) e Luiz Antônio Guaraná (PSDB).

A previsão é de que a CPI seja instaurada apenas em novembro. Até lá, a opinião pública já terá se esquecido do assunto e provavelmente já estará preocupada com outra coisa: a Copa de 2014.

terça-feira, 14 de agosto de 2007

Medalhas do dia - Parapan

O U R O
Leonardo Amâncio - Atletismo (Arremesso de disco - 57/58)
Terezinha Aparecida Guilhermino - Atletismo (100m - 11)
Lucas Prado - Atletismo (100m - 11)
Yohansson do Nascimento Ferreira - Atletismo (100m - 46)
Ariosvaldo Fernandes da Silva - Atletismo (100m - 52/53)
Pedro César da Silva Moraes - Atletismo (200m - 12)
Edson Cavalcante Pinheiro - Atletismo (200m - 36/37/38)
Carlos Alonso Farrenberg - Natação (100m livre - S13)
Adriano Gomes de Lima - Natação (100m livre - S6)
Wagner Pires - Natação (100m livre - S7)
Adriano Gomes de Lima - Natação (100m peito - SB5)
Clodoaldo Francisco da Silva - Natação (150m medley - SM4) *Novo recorde mundial
Carlo di Franco Michell - Tênis de Mesa (Simples classe 6)
Jane Carla Rodrigues - Tênis de Mesa (Simples classe 6-9)

P R A T A
Paulo Douglas Moreira de Souza - Atletismo (Arremesso de peso - 35/36/37/38)
Felipe de Souza Gomes - Atletismo (100m - 11)
Antônio Delfino de Souza - Atletismo (100m - 46)
Carlos José Barto da Silva - Atletismo (1.500m - 11)
Joana Helena dos Santos Silva - Atletismo (200m - 12/13)
André Andrade - Atletismo (200m - 12)
Tito Alves de Sena - Atletismo (5.000m - 46)
André Brasil Esteves - Natação (100m costas - S10)
Luis Antônio Correa da Silva - Natação (100m livre - S6)
José Afonso de Medeiros - Natação (100m livre - S7)
Rildene Fonseca Firmino - Natação (150m medley - SM4)
Fábio Brandão Gomes Cruz - Natação (400m livre - S11)
Regiane Nunes da Silva - Natação (400m livre - S12)

B R O N Z E
Hilário Moreira Neto - Atletismo (100m - 11)
Maria José Ferreira Alves - Atletismo (200m - 12/13)
José Ribeiro da Silva - Atletismo (200m - 36/37/38)
Ozivam dos Santos Bonfim - Atletismo (5.000m - 46)
Josilene Alves Ferreira - Levantamento de Peso (Peso pesado)
Jourdan Renne Lutkus - Natação (100m costas - S10)
Felipe Marinho de Oliveira - Natação (100m costas - S11)
Ronaldo Souza Santos - Natação (100m livre - S7)
Genezi Alves de Andrade - Natação (150m medley - SM3)
Claudia Celina da Silva - Natação (150m medley - SM4)
Moisés Batista - Natação (150m medley - SM4)
André Luiz Meneghetti - Natação (400m livre - S11)
Fabiana Harumi Sugimori - Natação (400m livre - S12)
Renato Nunes da Silva - Natação (400m livre - S12)
Luiz Henrique Medina - Tênis de Mesa (Simples classe 6)

segunda-feira, 13 de agosto de 2007

Será possível?

O Estado de S. Paulo publicou no último domingo uma reportagem sobre uma promessa feita pela CBF aos craques campeões do mundo. Durante a Copa da Alemanha, Ricardo Teixeira prometeu aos ex-jogadores das cinco Copas vencidas pelo Brasil um plano de assistência médica.

Mais de um ano depois, a dívida ainda é uma promessa.

O que me chamou mais a atenção na matéria, porém, não foi nem isso, mas a parte final da resposta dada por Rodrigo Paiva, Assessor de Imprensa da CBF, ao caso:

"A CBF está empenhada na realização da Copa do Mundo de 2014, sem investimento de dinheiro público, na reestruturação da argitragem brasileira, nos eventos das seleções principal e de base e na organização dos Campeonatos Brasileiros das Séries A, B e C."

Pois é, eles estão ocupados... em nos fazer de trouxa. Ou pelo menos tentar.

Copa do Mundo, sem dinheiro público, é coisa impossível. Tanto pelo montante de dinheiro a ser investido como pela natureza das obras, pois investimentos em infra-estrutura de transportes, comunicação e segurança, por exemplo, são obrigações do Estado.

A arbitragem brasileira nunca esteve pior, parece que acompanha o nível do próprio futebol.

Os jogos da Seleção Brasileira não são mais organizados pela Confederação, mas por um empresa estrangeira que promove os confrontos da 'Brazil World Tour', sendo que o próximo será no fim do mês contra a fortíssima Argélia. Quanto à de base... a Sub-20 foi recentemente eliminada nas oitavas-de-final do Mundial, na pior campanha da história; a Sub-17 disputou o Pan, em casa, e nem na semi chegou.

E falar que a CBF está empenhada nas três séries do Campeonato Brasileiro é piada. É só ver o descaso com a tabela da Série A, que na sétima rodada já teve seus primeiros jogos adiados e que só terá os 20 times com o mesmo número de jogos no dia 16 de outubro. Sem contar na debandada desenfreada de jogadores para o exterior, sem que nada ao menos seja tentado para evitar isso.

Pela declaração do Paiva, só posso concluir uma coisa: ou a CBF é muito cínica, ou o trabalho deles é uma m.....

Ou os dois.

Medalhas do dia - Parapan

O U R O
Alexander dos Santos - Levantamento de Peso (Categoria Leve)
Gledson Soares - Natação (100m livre - S8)
André Brasil Esteves - Natação (100m borboleta - S10) *Novo recorde mundial
Fabiana Sujimori - Natação (100m livre - S11)
Clodoaldo Silva - Natação (50m livre - S4) *Novo recorde mundial
Daniel Dias - Natação (50m livre - S5)
Edênia Nogueira Garcia - Natação (50m livre - S5)
Adriano Lima, Fabiano Machado, Mauro Brasil e André Esteves - Natação (4x100m livre - 34 pontos)
Jane Carla Rodrigues - Tênis de Mesa (Aberto Classe 6-10)

P R A T A
Nélio Pereira de Almeida - Natação (100m costas - S7)
Gledson Soares - Natação (100m costas - S8)
Rodrigo Machado de Souza Ribeiro - Natação (100m livre - S11)
Carlos Alonso Farrenberg - Natação (200m medley - SM13)
Sônia Maria de Oliveira - Tênis de Mesa (Aberto Classe 1-5)
Edimilson Matias Pinheiro - Tênis de Mesa (Aberto Classe 6-10)

B R O N Z E

Sônia Gouveia - Atletismo (Lançamento de dardo - F53)
Marcelo Collet - Natação (100m borboleta - categoria S10)
Ivanildo Alves de Vasconcelos - Natação (100m costas - S6)
Ronaldo Souza Santos - Natação (100m costas - S7)
Fábio Brandão Gomes Cruz - Natação (100m livre - S11)
Valéria Santarém Lira - Natação (100m livre - S8)
Isidoro Ângelo Mazotinini - Natação (100m livre - S8)
Ana Clara Cruz, Valéria Lira, Gabriela Cantagallo e Tássia Alves – Natação (4x100m livre – 34 pontos)

Para entender o Parapan

Com falhas na adaptação aos cadeirantes na Cerimônia de Abertura, vaias ao Ministro Orlando Silva e quase nenhuma atenção da imprensa, começaram hoje os III Jogos Para-Panamericanos, pela primeira vez realizados na mesma cidade-sede dos próprios Jogos Pan-Americanos.

Como é de conhecimento geral, os atletas participantes são classificados de acordo com o seus graus de deficiência. Os métodos são complexos e variam de modalidade para modalidade. Inclusive, se um atleta pretende mudar de esporte, precisa passar por nova classificação.

Para entender um pouco melhor como isso funciona, transcrevo abaixo informação divulgada no site oficial dos Jogos (http://www.rio2007.org.br/):

"Classificação Funcional

O desporto paraolímpico tem como protagonista o atleta com deficiência. Tradicionalmente, os atletas pertencem a seis grupos no Movimento Paraolímpico:

• Atleta com paralisia cerebral
• Atleta com lesão medular
• Atleta com amputação
• Atleta com deficiência visual
• Atleta com deficiência mental
• Les autres (inclui todos os atletas com alguma deficiência de mobilidade não incluída nos grupos acima)

Como as deficiências são diversas, para promover uma competição justa em um universo tão distinto de atletas foi decidido agrupá-los em classes de acordo com a amplitude do comprometimento motor ou visual.

A classificação visual é puramente clínica, pautada em variáveis oftalmológicas. Já a das demais deficiências é funcional: avalia-se quanto o resíduo motor de um atleta é funcional para um determinado esporte (potencialidade de movimento).

As classes são definidas por esporte, fazem parte das regras de cada modalidade e são determinadas por uma variedade de processos, que podem incluir uma avaliação física e técnica e observações dentro e fora de competição.

A classe de um atleta é expressa por um número que não é transferível de um esporte a outro. Caso o atleta queira mudar de esporte, terá que passar por uma nova classificação. Geralmente, esse número é precedido pela inicial do esporte (em inglês) – na natação, por exemplo, antes dos números tem-se a letra “S” de swimming. No caso de esportes com participação exclusiva de deficientes visuais, a classe é precedida pela letra “B” de blind (cego, em inglês). Quanto maior o número da classe de um atleta, menor é seu comprometimento físico-motor ou visual.

A classificação funcional é um processo contínuo conduzido por classificadores certificados por cada esporte. Quando um atleta começa a competir, ele recebe uma classe que pode ser revista ao longo de sua carreira, seja em função de uma deficiência regenerativa ou de uma mudança de parâmetros."

O site do IPC (International Paralympic Committee) apresenta todo o processo em detalhes, mas é tão complexo que se torna inviável a sua publicação na íntegra. Para os interessados, segue abaixo o link:


Boa sorte aos nossos atletas. Este blog listará, diariamente, as medalhas conquistadas por eles, assim como foi feito no Pan.

domingo, 12 de agosto de 2007

Confederações, federações e afins

Neste fim de semana coloquei algumas novidades no Esporte Brasilis, entre elas uma relação com diversas confederações esportivas brasileiras. Começando pelo Ministério dos Esportes e COB, passando por entidades grandes e conhecidas como CBF e CBV, outras um pouco menos como ABR (Rugby) e CBTM (Tênis de Mesa) até outras bem desconhecidas, e até inusitadas, como a CBO (Confederação Brasileira de Orientação - nem sabia que existia tal esporte) e CBFM (Confederação Brasiliera de Futebol de Mesa - o popularíssimo 'futebol de botão').
Não poderiam ficar de fora, claro, as entidades que cuidam dos esportes para deficientes físicos, ainda mais em um momento como esse em que têm início os Jogos Para-Panamericanos. Mais do que importantíssima ferramenta de inclusão social, esse tipo de prática esportiva nos oferece gratuitamente uma verdadeira lição de vida, superação e vitória.

A idéia dessa pesquisa foi de proporcionar àqueles que venham acessar o blog um jeito rápido de conhecer sobre estas entidades que cuidam - ou deveriam cuidar - do nosso esporte. A inclusão ou não das Confederações não significa meu apoio ou a a falta dele a qualquer uma delas.

Conhecendo seus trabalhos, dirigentes e resultados fica mais fácil fazer as críticas e cobranças necessárias. E também de dar os devidos parabéns.

Curiosidade

São Paulo e Atlético-PR não são rivais históricos, mas nos últimos anos têm feito jogos importantes e decisivos, principalmente para o Tricolor paulista.

Pelas quartas-de-final do Campeonato Brasileiro de 2001, o Furacão bateu o São Paulo por 2x1 e arrancou para a conquista de seu único título da competição.

Em 2005, pela primeira vez na história dois times do mesmo país decidiram a Libertadores. Lá estavam São Paulo e Atlético-PR. Empate em 1x1 no primeiro jogo em Porto Alegre e vitória de 4x0 do time paulista no Morumbi. Tricampeão da América.

Na última rodada do Campeonato Brasileiro do mesmo ano, os dois times se enfrentaram no Morumbi. Foi o último jogo do São Paulo antes de embarcar para o Japão, onde conquistaria pela terceira vez o Mundial Interclubes - agora, da FIFA. O São Paulo venceu por 3x1 e ganhou um pouco mais de moral para a viagem.

Ano passado, na antepenúltima rodada do Brasileirão, novamente um Morumbi lotado assistiu ao confronto entre as duas equipes, e novo empate em 1x1 garantiu o Tetra Brasileiro ao São Paulo.

Ontem à tarde, o frio estádio da capital paulistana foi palco de novo duelo, vencido pelo Tricolor. Os 2x0 garantiram a liderança e o Troféu Osmar Santos, dado ao time campeão do primeiro turno do campeonato. Desde que foi instituído o sistema de pontos corridos, o time que terminou na frente o primeiro turno sagrou-se campeão.

Resta saber se o São Paulo terá competência para manter a escrita. E receber as faixas na Arena da Baixada, na última rodada do Brasileirão, dia 2 de dezembro.

sábado, 11 de agosto de 2007

Os técnicos e a tática

Enquanto os jogadores brasileiros são cada vez mais valorizados no exterior, a imagem dos nossos técnicos não consegue acompanhar o mesmo ritmo. Abel Braga, campeão da Libertadores e Mundial de 2006 pelo Internacional, derrotando inclusive o poderoso Barcelona, retornou ao Colorado após cerca de quatro meses, no lugar do demitido Gallo.

Abel deveria ter deixado o Inter em alta após a final do Mundial, pois a cobrança sobre um time que ganhou tudo é acima do normal, e geralmente não compatível com a vontade de vencer do time. Não saiu e acabou demitido. Teoricamente não deveria ter problemas para encontrar outro time, inclusive do exterior, pois não é qualquer técnico que consegue parar um time extraordinário com um elenco apenas comum. Mesmo assim, não conseguiu emprego nem no mediano Campeonato Português - ou, pelo menos, uma proposta que o interessasse - e a volta ao Beira-Rio acabou sendo boa para ambas as partes. Abel volta ao mercado para um clube ao qual está acostumado e valorizado, e o Inter contrata um profissional competente para tirá-lo da posição atual no Campeonato Brasileiro.

Seleções inexpressivas à parte, o futebol internacional não dá a mínima para técnicos brasileiros. Vanderley Luxemburgo foi e voltou rápido do Real Madrid, sem deixar saudades. Zico está muito bem, mas ainda em uma liga de escalão mais baixo. A exceção é Felipão, na Seleção Portuguesa. Mas os exemplos são poucos para a grandeza do nosso futebol.

Em uma entrevista à revista Trivela, o jogador do Inter Fernandão disse que os técnicos brasileiros são muito menos preparados do que os estrangeiros, estando "anos-luz atrás dos europeus". Pode ser. É estranho mesmo que os grandes times europeus não tenham brasileiros no comando. Talvez seja um reflexo da própria cultura futebolística brasileira, a qual prega que basta o talento nato do jogador para se resolver uma partida. Esquemas táticos ficam em segundo plano. Com isso, cria-se uma legião de profissionais preocupados em falar a língua dos jogadores e da torcida, mas sem o conhecimento necessário para fazer a leitura de um jogo de futebol. Os que sabem, como o Luxemburgo, se destacam.

Essa idéia, porém, está cada vez mais ultrapassada, e a tática ganha jogo hoje em dia sim. Basta ver a Itália campeã de 2006, e os atuais times do Campeonato Brasileiro. Com elencos pobres e nivelados, aquele que conseguir extrair o máximo da qualidade de cada atleta, encaixando-a em um esquema bem definido, tem maiores chances de sucesso. O lance genial do craque é cada vez mais raro, até porque os próprios craques também são.

Ainda acredito que o jogador brasileiro é, na média, mais genial que os demais. Mas nossos técnicos têm que entender que o futebol muda com o passar do tempo, e adaptações são necessárias para se viver melhor ou, até, sobreviver (não sou eu quem fala isso, mas Darwin). E nesse contexto entra um maior conhecimento tático do jogo, além de noções gerais de cultura que fazem a diferença num ambiente estrangeiro. Caso contrário, não são apenas esses profissionais que sairão perdendo, mas o próprio futebol brasileiro.

sexta-feira, 10 de agosto de 2007

Separados no nascimento


Muito parecidos o Ronald Golias e o técnico do "Ricardo" Nery.

quarta-feira, 8 de agosto de 2007

E agora, José?

O Conselho Deliberativo do Corinthians votou ontem à noite pelo afastamento, por no máximo 60 dias, de Alberto Dualib e Nesi Curi. Foram 264 votos a favor do afastamento e apenas cinco contra (todos da família Dualib).

Com isso, o impeachment do Presidente fica mais perto. Se ele resolver voltar depois desse prazo - o que é improvável - dificilmente escapará do processo que o destituirá de vez do cargo.

Mas... quem assumirá em seu lugar? Roque Citadini? Andrés Sanchez? Marlene Matheus?

Não acredito que a situação corintiana mudará, pois o clube continuará sendo administrado por pessoas extremamente incapazes para tal. Afinal, os mesmos conselheiros que votaram contra Dualib ontem aprovaram a "parceria" com a MSI três anos atrás. Remar a favor da maré é fácil, e quando o barco começa a afundar os ratos são os primeiros a pular fora.

E a maré corintiana flui em círculos ao redor da incompetência. Desde 1910.

Obs: Citadini, apesar dos pesares, sempre foi contra a MSI.

terça-feira, 7 de agosto de 2007

Mais uma do STJD

É possível um jogador comemorar uma suspensão de cinco jogos? Para Souza, do Flamengo, é.

No dia 22 de julho, o atacante rubro-negro agrediu com uma cotovelada o Tcheco, do Grêmio. Foi expulso, e não contente o agrediu de novo quando estava deitado na maca.

Ontem aconteceu o julgamento, e os votos dos auditores foram:

1) Relator do processo, Rodrigo Castilho Ribeiro: cinco jogos pela expulsão e nove jogos pela agressão fora de campo.

2) Primeiro auditor, Flávio Zveiter: cinco jogos.
Obs: o sobrenome não engana. Ele é filho do ex-Presidente do STJD Luis Zveiter, e foi nomeado auditor pelo próprio pai em 2000, quando ainda era estudante de Direito. Também é (ou foi) namorado da Cicarelli e Lívia Lemos.

3) Segundo auditor, Henrique Dominica: seis jogos pela agressão e dois pela expulsão. Pede também o indiciamento de Tcheco por simulação.

4) Terceiro auditor, José Diniz: absolve o atacante pela expulsão (!!!) e dois jogos pela agressão fora de campo. Também pede julgamento ao meia Tcheco por simulação.

5) Presidente Wanderley Rebello de Oliveira Filho: cinco jogos de suspensão.

O resultado final, como já dito, foi de suspensão por cinco jogos, dos quais um já foi cumprido. Abaixo, o link com os detalhes do julgamento e o vídeo do lance.

http://www.julgamentosouza.globolog.com.br/

Dá para entender o motivo da comemoração do jogador.

Joel neles

Com a frase "Se ficar de palhaçada, mete a porrada", Joel Santana ganhou as manchetes e possivelmente uma denúncia no STJD por incitação à violência. É claro que a grande imprensa esportiva já tomou partido, ficando contra ou a favor da declaração de Joel. Os metidos a românticos se posicionaram contrariamente ao treinador, pois no futebol-arte vale tudo, e o drible é a maior contribuição do Brasil para o esporte; já os mais conservadores (chatos, para alguns) condenaram a ordem.
Dribles e toques de classe são sim indispensáveis ao bom futebol mas desde que usados de forma objetiva, com o objetivo de buscar o gol ou de se livrar de um adversário. Quando é feito com a única intenção de humilhar outro jogador, assume outra conotação. Malabarismos e firulas, quando se está com a partida ganha, têm cada vez menos espaço e compreensão no futebol profissional de hoje em dia. Porém, toda vez que um episódio como esse do Joel ocorre, os tais românticos saem em defesa da individualidade do jogador brasileiro, dando como exemplo maior Garrincha.

Só se esquecem de uma coisa: o futebol mudou demais desde a época de Mané. Naqueles tempos, o profissionalismo engatinhava. Jogadores iam para casa após os jogos de ônibus (Nílton Santos comprou seu primeiro carro só depois dos 30); dirigentes espremiam seus jogadores até a última gota em excursões caça-níqueis mundo afora; jogadores eram levados do bar diretamente para o jogo (de novo, Garrincha). Tudo isso é impensável para os dias de hoje, quando o dinheiro tem um papel fundamental no jogo e atletas são reconhecidos como profissionais. Para o bem ou para o mal, o futebol não é o mesmo de 50 anos atrás.

Mudanças não são exclusividade do futebol, claro. Se o esporte mudou foi porque o mundo também mudou. Fumar não é mais elegante, e sim desagradável; formas aceitáveis de discriminação há alguns anos, hoje dão cadeia; crianças não brincam de roda, mas descem na boquinha da garrafa. A sociedade evolui em alguns casos e involuiu em outros, cada mudança levou algum tempo até se firmar mas hoje são fatos consumados. O mesmo ocorre com o futebol, onde jogadores ganham salários milionários, têm seus jogos mostrados em todo o mundo mas também se apegam menos a amores clubísticos do que antigamente. Benefícios e malefícios andam lado a lado.

Além de não ser mais aceitável o pedido para 'quebrar' um adversário (se é que algum dia isso foi bonito), Joel foi pego em mais uma inovação das últimas décadas. Com microfones potentes colocados pertos dos bancos de reserva, qualquer suspiro é captado ao vivo. Não tenho dúvida que técnicos de antigamente falavam a mesma coisa - mas, além de ser "mais aceitável", ninguém ouvia. E tudo isso junto pode render a Joel Santana até dois anos de suspensão, até porque ele pertence a esse grupo de técnicos que não largaram o passado.

Não vi o lance do jogo Santos x Flamengo. Mas a minha opinião é a seguinte: jogadas de efeito não podem morrer nunca, desde que realizadas para se ganhar o jogo. Mesmo se feita de outra forma não justifica uma agressão, mas a explica. O jogador que abusa do deboche sabe dos riscos que corre. Mas, em hípótese alguma, a ordem pode partir do técnico, e acho sim que Joel merece uma punição. Nem que seja para servir de exemplo.

segunda-feira, 6 de agosto de 2007

O que pode e o que não pode

O Procurador Geral Paulo Schmitt fará uma denúncia contra Muricy Ramalho no STJD, em virtude das críticas do treinador com relação à absolvição do Dodô.

Ao dizer que "no Brasil tudo acaba em pizza" e que "o exame anti-doping perdia a credibilidade", o técnico do São Paulo, segundo o Procurador, infringiu o artigo 190 da Lei Desportiva Brasileira: "Manifestar-se de forma desrespeitosa ou ofensiva contra ato ou decisão de entidade de administração do desporto e da Justiça Desportiva."

A pena pode variar de 70 a 720 dias de suspensão.

Um jogador pode ser absolvido depois de ser pego no exame anti-doping.

Os responsáveis pelo julgamento podem ser Conselheiros do clube em que o jogador atua.

Mas criticar tudo isso, não pode.

sábado, 4 de agosto de 2007

Gauchadas

Como são-paulino, tenho sofrido bastante ultimamente com os times do Rio Grande do Sul. Fomos eliminados, com méritos, das duas últimas Libertadores por eles. No jogo contra o Internacional pelo segundo turno do Brasileiro de 2006 no Morumbi, uma faixa da torcida colorada exibia os dizeres "09.08.06 - Para sempre". Essa foi a data da primeira partida da final da Libertadores 2006, quando Rafael Sóbis marcou duas vezes e enterrou o sonho do tetra. Doeu.

Já dediquei algumas vezes neste blog espaço ao bom trabalho que vem sendo realizado nos Pampas. Os bons resultados não são frutos do acaso e são merecidos. É preciso saber reconhecer uma derrota justa. Mas, sob alguns aspectos, os gaúchos extrapolam.
Com os decorrentes confrontos em Libertadores e Brasileiros dos últimos anos, criou-se uma rivalidade entre o São Paulo e os dois grandes de Porto Alegre. Seria saudável se mantida dentro de campo, mas as Diretorias dos clubes fazem questão levá-las para fora dele.

Na final da Libertadores de 2006, o Inter protagonizou uma armação que passou despercebida do grande público. Havia, na época, um imbróglio legal que impedia Ricardo Oliveira de disputar o segundo jogo - por culpa da Conmebol, que sem explicação atrasou em uma semana a data da final, quando o contrato do jogador com o São Paulo já estaria encerrado. A Diretoria do São Paulo foi eficiente em conseguir a liberação do jogador, provando que nem ele nem o Bétis - que detinha os direitos do atleta - seriam punidos devido a uma prorrogação de uma semana do contrato. Estava tudo certo, mas inexplicavelmente o Bétis não o liberou. O Inter foi campeão por ser melhor que o São Paulo, sem discussão. Porém, semanas após o fim da Libertadores, Rafael Sóbis e Jorge Wagner são negociados com o time de Sevilla. Foi feio, não precisava. E foi criado um mal-estar entre os clubes sem necessidade.

Toda vez que o São Paulo (posso falar com mais propriedade pois é o time que mais acompanho) vai jogar em Porto Alegre a Diretoria do clube gaúcho em questão faz o possível para criar um clima de guerra, tão peculiar àquela região do País. O cenário já está armado para o jogo de amanhã, depois que o Diretor de Futebol do Grêmio, Paulo Pelaipe, afirmou que o time paulista teria dificuldades no Olímpico. Tudo por causa de uma cláusula no contrato de Marcel, ex-jogador do São Paulo emprestado ao Grêmio, que o impede de atuar neste jogo. Independente disto (de certa forma, até parecido com o que fez o Inter em 2006) o comentário do gremista foi infeliz e a única coisa que ele pode conseguir com isso é inflamar ainda mais a já explosiva torcida tricolor do sul.

Isso sem falar nas narrações de rádio de um locutor imbecil que não me dou ao trabalho de saber o nome, que faz questão de exaltar os feitos gaúchos humilhando e desrespeitando os adversários. Quem já ouviu sabe do que estou falando.

Os gaúchos já têm em sua histórica eventos que os tornam mais diferentes e menos brasileiros que o resto do País (observação sem nenhum cunho pejorativo). Os séculos de colonização e guerras da região dos Pampas criaram uma região com uma história riquíssima e um povo orgulhoso de suas raízes. Como em nenhum outro lugar do Brasil, os gaúchos preservam e cultuam suas origens até com uma certa dose de virilidade, que tanto marcou maragatos e chimangos, e que ainda se encontra presente em tricolores e colorados.

Espero que essa história continue sendo a marca do povo gaúcho, pois representa um dos mais belos retalhos da colcha cultural brasileira, e que seu lado belicoso fique imortalizado pela romântica visão dos Terra Cambarás. Comentários infelizes e atos emocionais de dirigentes não trazem benefício para ninguém, e podem resultar eventualmente em tragédia.

E que o jogo de amanhã, tão importante para o campeonato, tenha suas manchetes escritas apenas por seus lances e gols.

sexta-feira, 3 de agosto de 2007

Cariocadas

Nessa semana, Ricardo Teixeira condenou a preparação do Seleção para a Copa da Alemanha, citando ainda o fato de jogadores voltarem à concentração bêbados depois das folgas. Disse que daquele jeito não seria possível ganhar a Copa. Como se não tivesse sido ele quem tivesse negociado com a cidade de Weggis o circo armado.

Na nota emitida pela CBF, no dia de sua re-eleição, foi exaltado o trabalho do dirigente nos últimos 18 anos com todos os títulos conquistados pela Seleção no período. Belo presidente esse, que guarda os louros da vitória para si e atribui as derrotas a terceiros. Do Genro Pródigo, porém, não podíamos esperar coisa melhor.

Já ontem, o STJD absolveu por 5 votos a 3 o jogador Dodô da acusação de doping. As provas apresentadas pela defesa, de que o atleta havia sido vítima de contaminação, foi acatada pelos auditores responsáveis em julgar o caso. Acredito que o Dodô não tenha se dopado intencionalmente, e que o laudo emitido pela USP seja sério. Mas também mantenho minha opinião que a legislação a respeito do doping deva ser a mais rigorosa possível. O argumento da contaminação acidental pode ser admitida como um atenuante para a pena, não como prova para absolvição. Um precedente perigoso foi aberto.

Para terminar, os cinco auditores que votaram a favor da absolvição são Virgílio Val, Paulo Valed Perry, Caio Rocha, José Mauro Couto e Francisco Mussnich. Esses dois últimos têm uma característica em comum: são conselheiros do Botafogo.

Alto meretrício

O futebol brasileiro é uma puta de luxo de pernas abertas. Os estrangeiros vêm, fazem o que querem e deixam o dinheiro em cima do criado-mudo. O próximo vem com os lençóis ainda quentes e repete o feito do primeiro, tirando como querem a sua pureza. E o ciclo se repete sucessivamente - ou pelo menos até o final da janela de contratações.
Alexandre Pato tem 17 anos, atuou em exatos 27 jogos e fez 12 gols pelo Internacional-RS, e antes de virar ídolo já é do Milan. Ilsinho, bem menos talentoso que Pato, foi encostado no Palmeiras e aproximadamente um ano após estrear no São Paulo já arrumou as malas para a Ucrânia. Nada disso assusta mais. O que assusta é a passividade de quem dirige nosso futebol.

Há como impedir que jogadores com 20 anos ou menos saiam do Brasil? Não, mas deve haver um meio de dificultar isso ou minimizar os seus impactos. Com gestões mais profissionais e competentes os clubes teriam mais dinheiro em caixa, conseguindo assim oferecer melhores salários aos seus jogadores. Com um calendário adequado ao europeu, essas saídas não desmontariam times no meio do Brasileirão, dando tempo aos técnicos em reorganizar a casa para a disputa. Não sei se algo pode ser feito com relação à legislação (acho que não). Enfim, dá para fazer alguma coisa. Se a casa já pegou fogo, que se salve ao menos os móveis.

Com toda essa zona, temos três grandes consequências:

1) Um Campeonato Brasileiro de baixo nível técnico: nenhum futebol perde mais de 800 jogadores em um ano e sai ileso. Não perdemos apenas craques, mas jogadores médios que fariam grande diferença na atual conjuntura. Renato, do Flamengo, e Dênis Marques, do Atlético-PR, são exemplos disso.

2) Surgimento de bons jogadores vindos do nada: antigamente, a ordem natural das coisas era um jogador despontar em algum time de um centro periférico do Brasil, se transferir para um grande clube e só mais tarde ser finalmente vendido para a Europa. Hoje, a etapa do meio desapareceu. Empresários já vendem seus atletas, ainda jovens, direto de um Vitória-BA para algum time pequeno da França. Claro que o jogador não tem maturidade para encarar o desafio, e após um ano tanto ele como o time querem seu empréstimo de volta para o Brasil. Miranda, do São Paulo, ilustra bem isso. Ou pior: se o jogador dá certo, fica por lá mesmo sem ter nenhuma história por aqui. Que o digam Pepe, Deco, Kuranyi...

3) Uma seleção de apátridas: a primeira nação de um jogador de futebol é o seu clube. É lá que ele conhece o mundo do futebol, apresenta o seu talento e encanta multidões. É impossível falar que Alexandre Pato é ídolo no Inter, assim como o Kaká é no São Paulo e o Gaúcho no Grêmio. Não tiveram tempo para ser. Com isso, a tendência é termos no futuro uma Seleção em uma Copa sem ídolos nacionais. Já não estávamos muito longe disso na Alemanha.

E não dá para culpar os jogadores de falta de amor à camisa ou precipitação. Um argumento - válido - é que com um pouco de paciência, o destino dele poderia ser Milão ou Munique, e não Zagreb ou Kiev. Mas para quem não tem nada, é justo querer se agarrar à primeira boa chance de mudar de vida. Alguns milhões de reais, para quem veio da periferia, compensam o frio polar e o esquecimento proporcionados por esses centros obscuros.

Estamos assistindo de camarote à prostituição do futebol brasileiro, a um ritmo desenfreado. E quem ganha mais com isso não são nem as putas ou os clientes da zona, mas sim os cafetões.

quarta-feira, 1 de agosto de 2007

Os 10 piores - Rio 2007

Conforme prometido, segue a minha lista dos 10 piores momentos do Pan.

1) Vôlei feminino: outra amarelada histórica. Derrotas são explicáveis e compreensíveis, mas existe um limite.

2) Comentários de ex-atletas: as TVs investiram pesado na contratação de ídolos do esporte para comentarem os jogos. Tirando raros exemplos (Ana Moser foi um deles), foi um show de asneiras, capitaneado pelo Rei da Imbecilidade, Oscar Schmidt.

3) Vaias cariocas: provavelmente teria acontecido em qualquer lugar, mas a falta de cultura e educação dos torcedores atrapalhou muitas disputas.

4) Vanderlei Cordeiro de Lima: o nosso porta-bandeira mostrou despreparo para a competição, abandonando a Maratona antes do fim por causa de cãibras.

5) Choro da Jade Barbosa: tudo bem que ela se recuperou e ganhou o ouro em outra prova, mas um atleta de ponta (jndependente da idade) deve ter controle emocional durante as competições e saber lidar com seus erros.

6) Lesão de Flávio Canto: a falta de sorte tirou medalha certa para o judô.

7) A comemoração de Aline Campeiro: a levantadora de peso da categoria até 48kg, ficou emocionadíssima com seu primeiro erguimento e pulou no colo do técnico para comemorar. Estava tão efusiva que torceu o joelho e ficou fora da briga pela medalha.

8) Perda da medalha de prata de Zenaide Vieira, nos 3000 com obstáculos: após liderar boa parte da prova, perdeu a liderança no último obstáculo e, achando que já tinha garantido a prata, relaxou. Foi ultrapassada nos últimos metros e ficou com o bronze.

9) Hóquei feminino: após confusões e brigas durante a preparação, a Seleção foi dissolvida e novas atletas convocadas - alguma até pela internet. Tomaram 53 gols durante a competição, não fizeram nenhum e ainda apanharam de 21x0 das argentinas.

10) O comportamento na quadra de Larissa e Juliana: amigas como elas não precisam de inimigas. Ganharam o ouro, mas deram uma aula de falta de companheirismo.

Cornetar é fácil, e a lista podia ir longe...