A Libertadores desse ano está sensacional. Me arrisco a dizer que é a melhor dos últimos tempos, se não em nível técnico, pelo menos em emoção. Basta lembrarmos de alguns confrontos que tivemos até agora:
Chivas x Vélez: os mexicanos fizeram 3x0 na ida, e na volta quase que os centenários argentinos devolvem o placar, com direito a gol no fim do jogo.
Universitário x São Paulo: confronto de nível técnico sofrível, mas a decisão por pênaltis no Morumbi encerrou dramaticamente o confronto.
Banfield x Inter: com jogador expulso e desvantagem de 1x3, o Colorado conseguiu reverter o resultado em Porto Alegre.
Flamengo x Corinthians: quase 50 milhões de torcedores pararam para assistir o duelo que teve final épico.
Alianza Lima x Universidad Chile: mesmo perdendo em casa, os peruanos quase conquistaram a vaga no Chile, com direito a gol polêmico no final.
E isso foi só as oitavas de final. Nas quartas, o São Paulo recuperou a autoridade perdida nos últimos anos e se vingou do Cruzeiro com sobras; e o Chivas repetiu as oitavas, em um 3x2 agregado contra o Libertad.
Mas foi a noite de ontem que mostrou, de verdade, o que é Libertadores.
Em dois confrontos memoráveis, com frio, pressão da torcida e indecisão até os últimos minutos, Inter e Flamengo tiveram destinos opostos na competição. Os gaúchos, com inteligência, souberam administrar a partida e com um golpe mortal aos 43 do 2o tempo, eliminaram os atuais campeões Estudiantes, do monstro Verón. Como é típico de nossos hermanos, o jogo terminou em pancadaria, tornada ainda mais medíocre devido ao goleiro reserva do Inter, Lauro. Briga entre atletas profissionais é lamentável, mas a covardia é pior ainda. O cara sai do banco, acerta o Desábato pelas costas e sai correndo pro vestiário. Se é macho pra bater, que seja macho pra apanhar também. E a imprensa brasileira, mais ufanista ainda em ano de Copa, cansou de condebar o zagueiro argentino, sem dar muita bola ao goleiro. Ridículo.
Agora, o Inter terá novamente o São Paulo pela frente, mas com Fernandão do outro lado. Imperdível.
Em Santiago, o acanhado e orgânico estádio de Santa Laura pulsava. E o Flamengo que parecia morto ficou vivo até os segundos finais. A festa chilena no golaço de Montillo foi daquelas coisas que te fazem levantar do sofá (exceto rubro-negros, claro), enquanto o silêncio após o gol do Adriano levou as unhas à boca. A chuva de pedras, pilhas e bolas de golfe, ao contrário, dão vergonha até em nós brasileiros, por fazermos parte de um torneio que consegue ser tão sensacional e medieval ao mesmo tempo.
Chivas, Universidad de Chile, Inter e São Paulo seguem na briga.
Uma "pena" que, antes do grand finale, temos toda uma Copa do Mundo pela frente...
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