quinta-feira, 29 de maio de 2008

O certo e o (muito) errado

O Sport surpreendeu a todos ao eliminar Palmeiras, Internacional e Vasco e chegar à final da Copa do Brasil. O Leão deixou para trás dois fortes candidatos ao título do Campeonato Brasileiro em vitórias pra lá de convincentes, e fará uma festa mais do que justa na Ilha do Retiro se levar o caneco.

A trajetória corintiana foi ainda mais surpreendente. Em poucos meses saiu da frustração de uma eliminação precoce no Campeonato Paulista e da amargura da estréia na Série B para a final do 2o torneio mais importante do Brasil. É verdade que a sorte voltou para o Parque São Jorge, pois o único adversário mais ou menos de respeito na competição foi o Botafogo, já nas semi-finais. Mas não é culpa do Corinthians e não tira o mérito.

Tanto Sport como Corinthians, por motivos diferentes, merecem o título da Copa do Brasil.

Mas nenhum deles merece - nem poderia - estar na Libertadores 2009.

domingo, 25 de maio de 2008

O último troféu de um ídolo

Parabéns, Guga.

E obrigado.

Tributo a um ídolo

Abaixo, grandes momentos e títulos de Gustavo Kuerten como tenista profissional:

Finais em simples e duplas: 42 (31 campeonatos e 11 vice-campeonatos)
Títulos em simples: 23 campeonatos e 8 vice-campeonatos

  • 1996 - Campeão do Challenger de Campinas (Saibro)
  • 1997 - Campeão do Challenger de Curitiba (Embratel Cup) (Saibro)
  • 1997 - Campeão do Grand Slam de Roland Garros (França) (Saibro)
  • 1997 - Vice - Campeão do Master Series de Montreal (Canadá) (Rápida)
  • 1997 - Vice - Campeão do ATP Tour de Bolonha (Itália) (Saibro)
  • 1998 - Campeão do ATP Tour de Palma de Mallorca (Espanha) (Saibro)
  • 1998 - Campeão do ATP Tour de Stuttgart (Alemanha) (Saibro)
  • 1999 - Campeão do Master Series de Monte Carlo (Mônaco) (Saibro)
  • 1999 - Campeão do Master Series de Roma (Itália) (Saibro)
  • 2000 - Campeão do ATP Tour de Santiago (Chile) (Saibro)
  • 2000 - Campeão do ATP Tour de Santiago (Chile) (Saibro)
  • 2000 - Vice - Campeão do Master Series de Miami (E.U.A.) (Rápida)
  • 2000 - Vice - Campeão do Master Series de Roma (Itália) (Saibro)
  • 2000 - Campeão do Master Series de Hamburgo (Alemanha) (Saibro)
  • 2000 - Campeão do Grand Slam de Roland Garros (França) (Saibro)
  • 2000 - Campeão do ATP Tour de Indianápolis (E.U.A.) (Rápida)
  • 2000 - Campeão do Master Cup de Lisboa (Portugal) (Rápida)
  • 2001 - Campeão do ATP Tour de Buenos Aires (Argentina) (Saibro)
  • 2001 - Campeão do ATP Tour de Acapulco (México) (Saibro)
  • 2001 - Campeão do Master Series de Monte Carlo (Mônaco) (Saibro)
  • 2001 - Vice - Campeão do Master Series de Roma (Itália) (Saibro)
  • 2001 - Campeão do Grand Slam de Roland Garros (França)(Saibro)
  • 2001 - Campeão do ATP Tour de Stuttgart (Alemanha) (Saibro)
  • 2001 - Campeão do Master Series de Cincinnati (E.U.A.) (Rápida)
  • 2001 - Vice - Campeão do ATP Tour de Indianápolis (E.U.A.) (Rápida)
  • 2002 - Campeão do ATP Tour Brasil Open na Bahia (Brasil) (Rápida)
  • 2002 - Vice - Campeão do ATP Tour de Lyon (França) - (Rápida)
  • 2003 - Campeão do ATP Tour de Auckland (Nova Zelândia) (Rápida)
  • 2003 - Vice - Campeão do Master Series de Indian Wells (E.U.A.) (Rápida)
  • 2003 - Campeão do ATP Tour de São Petesburgo (Rússia) (Rápida)
  • 2004 - Vice - Campeão do ATP Tour de Viña Del Mar (Chile) (Saibro)
  • 2004 - Campeão do ATP Tour Brasil Open na Bahia (Brasil) (Saibro)

Títulos em duplas: 8 campeonatos e 2 vice-campeonatos

  • 1996 - Campeão do Challenger de Campinas (Saibro)
  • 1997 - Campeão do ATP Tour de Santiago (Chile) (Saibro)
  • 1996 - Campeão do ATP Tour de Bratislava (Rep. Eslovaca) (Saibro)
  • 1996 - Campeão do ATP Tour de Punta Del Este (Uruguai) (Saibro)
  • 1997 - Campeão do ATP Tour de Bolonha (Itália) (Saibro)
  • 1997 - Campeão do ATP Tour de Estoril (Portugal) (Saibro)
  • 1997 - Campeão do ATP Tour de Stuttgart (Alemanha) (Saibro)
  • 2001 - Campeão do ATP Tour de Acapulco (México) (Saibro)
  • 2002 - Vice - Campeão do Master Series de Paris (França) (Rápida)
  • 2002 - Vice - Campeão do ATP Tour Brasil Open na Bahia (Brasil) (Rápida)
(fonte: Wikipedia)

Nascimento e adeus a um ídolo

Raras são as vezes que podemos acompanhar ao vivo o nascimento e o ocaso de um ídolo, ainda mais quando tanto o início como o fim são gloriosos.

Poucos viram o início de Pelé, pois quando o Rei iniciou sua série milenar de gols a TV ainda era artigo de luxo e de alcance limitado.

O mesmo podemos falar de tantos outros, como Adhemar Ferreira da Silva, Éder Jofre, Maria Esther Bueno.

Com Ayrton Senna já foi diferente, mas se aquela corrida sob chuva em Mônaco em 1984 é inesquecível, todos preferem esquecer sua última curva em San Marino.

É verdade que vimos diversos jogadores de futebol, vôlei e basquete, mas tanto paixões clubísticas como a própria natureza dos esportes coletivos acabam, de certa forma, dividir as glórias entre aqueles que as conquistam - mesmo que, indubitavelmente, "pertençam" mais a uns poucos do que os outros.

Nos esportes individuais não há essa divisão dos louros.

E no caso de Guga, não há paralelo. Principalmente para a minha geração, pois dos atletas citados neste texto poucos pertencem a ela.

Foi único, pois em um esporte sem tradição em nosso país, conseguiu ser melhor do que todos os outros. E foi unânime, pois não há quem não o olhe com carinho, com alegria, com gratidão.

Não houve paixão clubística, rivalidade (lembram dos "amigos" Nelson e Ayrton?) ou até algum lado obscuro em sua carreira que pusesse em xeque a idolatria ao atleta.

Será com orgulho que contarei a meus filhos que, numa manhã de julho de 1997, ao voltar de um simulado do cursinho, assisti ao vivo a conquista do primeiro título de Roland Garros de Gustavo Kuerten; e que 11 anos depois, em uma manhã de maio - coincidentemente outro domingo - pude ver sua última partida.

Na mesma quadra.

Com a mesma camisa.

Com a mesma alegria.

sexta-feira, 23 de maio de 2008

Tal tio, tal sobrinho

Após 15 anos, outro Senna comemora uma vitória em Mônaco.

Comparações - III

Ao contrário do que disse o PVC, o São Paulo não é o Boca do Brasil.

Mesmo o maior clube do Brasil não é igual ao maior clube da Argentina.

Pois o Boca não faz o que o São Paulo fez ontem no Maracanã.

O Boca faz o que o Boca fez ontem no Jalisco.

Comparações - II

Impossível comparar Telê Santana com qualquer outro. Algumas coisas são únicas.

Mas há uma coisa em comum com ele, Cuca e Muricy Ramalho ligadas aos São Paulo e à Libertadores.

Todos proporcionaram momentos de glória a times menores e sem expressão.

Que o digam Vélez Sarsfield, Once Caldas e Fluminense.

Comparações - I

Assim como o Santos de 2007, o São Paulo de 2008 apostou todas as suas fichas na Libertadores.

E ambos perderam.

Para o Santos restou juntar os cacos e brigar por uma posição honrosa no Campeonato Brasileiro e a vaga na Libertadores do ano seguinte.

É justamente - e apenas - isso que resta para o São Paulo em 2008.

quinta-feira, 22 de maio de 2008

Desabafo emocional e parcial

Desde quando comecei a escrever esse blog me propus a deixar paixões clubísticas de lado, pelo menos ao postar neste espaço, pois fazer do Esporte Brasilis uma extensão de arquibancada de estádio não era - e continua não sendo - a minha intenção. Sinceramente, acho que obtive êxito nesse ponto, tantos elogios que recebi de amigos que torcem para outros times e que se tornaram leitores deste blog.

Mas é impossível ser imparcial com o ocorrido ontem à noite no Maracanã. Portanto, nas linhas que virão a seguir, esqueçam o olhar crítico e sem viés que marcou esse blog desde o início; quem estará por trás do teclado será um fanático torcedor tricolor, ainda abalado, triste, puto, envergonhado.

Nem sei direito por onde começar, pois durante todas as horas que permaneci acordado desde o fim do jogo até agora pensei em coisas para colocar aqui, coisas pertinentes mas não necessariamente diretamente ligadas umas às outras. A minha vontade é cuspí-las de uma vez só, até como forma de terapia. Talvez até resulte num texto meio sem pé nem cabeça, mas não tão sem pé nem cabeça como ser eliminado da Libertadores aos 47 do 2o tempo.

Claro que buscaremos culpados. É normal. Mais normal que isso, também, é botar a culpa no técnico. E o Muricy, mesmo sem ser o único culpado, tem sua parcela de responsabilidade sim.

Para embasar meu ponto, vamos a uma breve retrospectiva histórica. O São Paulo tornou-se o maior clube de futebol do Brasil nos últimos 20 anos, no embalo de conquistas extraordinárias e de uma maior profissionalização do futebol brasileiro. Grande parte desse sucesso deveu-se, claro, às conquistas e participações na Taça Libertadores da América. Os títulos de 92/93, inclusive, mudaram a estrutura de todo o nosso futebol, conferindo ao torneio continental uma importância, para nós brasileiros, até então inédita. Basta lembrar que a única emissora a transmitir a campanha de 1992 foi a Rede OM; hoje, está no horário nobre da Globo.

Pois bem, partindo dessas premissas, vamos analisar as campanhas dos técnicos tricolores nas campanhas de 92/93/94/04/05/06/07:

Telê Santana
3 participações - 2 títulos, 1 vice-campeonato
Campanha: 16V, 7E, 7D
Campanha no Morumbi: 14V, 1E

Cuca
1 participação - Semi-final
Campanha: 8V, 1E, 3D
Campanha no Morumbi: 5V, 1E

Leão/Paulo Autuori
1 participação - 1 título
Campanha: 9V, 4E, 1D
Campanha no Morumbi: 7V

Muricy Ramalho
3 participações - 1 vice-campeonato, 1 oitavas-de-final, 1 quartas-de-final
Campanha: 17V, 7E, 8D
Campanha no Morumbi: 13V, 1E, 2D

Pelos números acima, sem uma análise mais crítica, talvez até tenhamos um equilíbrio. Mas alguns fatos devem ser lembrados:

1) O São Paulo ficou 19 anos sem perder uma partida de Libertadores no Morumbi; no primeiro ano de Muricy (2006) ele perdeu duas, sendo uma delas na final.

2) O São Paulo nunca tinha tinha sido eliminado, no período, antes das semi-finais; Muricy Ramalho foi eliminado duas vezes antes dessa fase, em três participações.

3) O São Paulo nunca havia perdido um mata-mata para times brasileiros na Libertadores, em seis confrontos; dos quatro confrontos contra times brasileiros na era Muricy, foram três derrotas.

4) Muricy Ramalho teve três oportunidades de vencer a competição, contando com grande experiência do clube, bons times, dinheiro e tranquilidade para trabalhar. Falhou em todas.

Acho o Muricy um grande técnico de futebol. Ninguém alia gosto pelo futebol, seriedade e boa índole como ele. Com tempo, sabe armar bem seus times e conquistar bons resultados, caso contrário não teria sido campeão brasileiro por pontos corridos por duas vezes seguidas. E sou grato a ele por isso. Mas existe uma diferença fundamental entre Campeonato Brasileiro e Libertadores: os jogos decisivos em torneios por pontos corridos são dotados de tensão moderada, enquanto os confrontos de mata-mata elevam essa tensão a níveis estratosféricos. Dá quase para ver esse nervosismo pairando no ar, quando o árbitro apita o início do jogo. E o grande defeito do Muricy Ramalho é justamente esse, a falta do controle emocional. Seus nervos à flor da pele contaminam os jogadores, o que ficou muito claro nas participações tricolores nas últimas três Libertadores. Basta lembrar a expulsão de Josué com menos de 15 minutos na final de 2006, ou a atuação apática contra o Grêmio ano passado, ou a hecatombe do Maracanã de ontem.

Ontem, com o gol de Adriano, o São Paulo se classificou para as semi-finais da Libertadores. Esse era o roteiro cantado por todos, ganhar por 1x0 em casa e fazer um gol fora de casa. Mas por falta de tranquilidade o time tomou um inacreditável gol 1 minuto depois, e outro ainda mais inexplicável 2 minutos após encerrado o tempo regulamentar.

Esse não pode ser o perfil de um comandante campeão de Libertadores.

Ah, esqueci de um ponto. Disse que existia uma diferença fundamental entre Libertadores e Campeonato Brasileiro, já discorrida acima. Mas, para nós são-paulinos, existem duas. A Libertadores é MUITO mais importante que o Campeonato Brasileiro. Como também já disse linhas acima, a grandeza sem paralelos do São Paulo foi construída com base na Libertadores, minha geração cresceu apaixonada pela competição e pela imagem de indestrutibilidade do Tricolor na competição, principalmente dentro do Morumbi. Imagem esta que foi demolida nos anos de Muricy Ramalho. De imbatível a motivo de chacota em menos de dois anos.

Isso é inconcebível.

Justamente, e unicamente por isso, Muricy não deve mais ser o técnico do São Paulo. Não deve perder o respeito, pois ganhou títulos importantes e, pessoalmente, lhe sou muito grato por isso. Mas falhou, um tanto quanto bisonhamente, em três Libertadores. E deve pagar o preço por isso, pois mesmo não sendo o único culpado, é o comandante, e essa pessoa sempre tem responsabilidade pelos atos de seus comandados.

Não vou falar sobre a Diretoria, pois já a critiquei bastante em outras postagens e não quero ser repetitivo.

Mas vou falar sobre alguns jogadores.

Vossa Santidade Rogério Ceni: já passou da hora de você fazer uma consciente auto-crítica e admitir que 2008 tem sido o pior ano de sua carreira. Você é ídolo e tem crédito, mas já encheu o saco ouvir suas respostas mal criadas depois de cada frango engolido.

Joílson: merece demissão por justa causa. Volta ontem para o Botafogo, e no caminho aproveita e vai pra PUTA QUE O PARIU.

"Ricky": desculpe lhe dizer, mas você não é o Ronaldinho Gaúcho. Se quiser ter o respeito como jogador (pois, como pessoa, todos merecem) faça por merecer.

Aloísio: você é um cara muito legal. Impossível não simpatizar com você. Mas também é impossível ter no time um atacante que não saiba fazer gols. Resolva esse problema, o quanto antes.

Dagoberto: seu futebol é igual o Atlético-PR, acha que é grande mas é só mais um. Tomara que tenha pesadelos eternos com o gol pateticamente perdido na semana passada, que teria mudado completamente a história.

Acho que é mais ou menos isso. Não vou reler o texto para ver se ficou bom, se tem erros de português, etc. Foda-se, vai assim mesmo. A ficha ainda não caiu direito, nem quis ver os programas de esporte hoje, e vai demorar um pouco para a paixão retomar seu lugar, que hoje está ocupado pelo ódio. Mas ela vai conseguir, não tenho dúvida disso, mais cedo do que imagino. Pois se o futebol é capaz de provocar a mais doídas tristezas, também gera a mais incontidas alegrias.

O jogo contra o Fluminense foi uma tragédia, o mais perto que tivemos - em termos de Libertadores - daquela fatídica noite de 31 de agosto de 1994. Só espero que o São Paulo se recupere mais rápido dessa vez, e não demore outros 10 anos para retomar o seu lugar.

E é isso.

quinta-feira, 15 de maio de 2008

Sensacional



Não está diretamente relacionado ao futebol brasileiro, mas não pude deixar de colocar aqui.

Tá errado

Desde de 2003 que a Copa do Brasil não tem quatro semi-finalistas da Série A do Campeonato Brasileiro.

Neste ano de 2008, há o agravante de nenhum dos três times da elite do futebol brasileiro - Vasco, Botafogo e Sport - ser remotamente favorito ao título do principal torneio nacional.

Mas, mesmo assim, algum deles (ou o Corinthians) estará na Libertadores do ano que vem.

Enquanto não tivermos uma Copa do Brasil anual e com a participação de todos os clubes das Séries A e B, não deixarei de repudiar essa forma de acesso à Libertadores. Além de dar menos valor à própria Copa do Brasil.

O sonho acabou

Agora é (quase) definitivo: Rebeca Gusmão pegou um gancho de dois anos e não vai a Pequim.

O choro da nadadora não convence - pelo menos não a mim - e a punição me parece ser justíssima.

E merecida.

Pois o que esse país mais precisa, além de ídolos, são exemplos de moralidade.


domingo, 11 de maio de 2008

Pérola da semana

"Essa cidade, que já foi a capital de três impérios, tem um novo Imperador." - Galvão Bueno, após a vitória de Felipe Massa, pela terceira vez consecutiva, no GP da Turquia.

Puta hipocrisia

Nem ia escrever nada sobre início do Brasileirão. Primeiro porque já está meio tarde, e segundo pois após a semana incrível das oitavas-de-final da Libertadores, esse início tornou-se um tanto quanto desinteressante - o que já vem se tornando rotina. Mas com a notícia abaixo publicada no site oficial do São Paulo, não me contive:

"Arbitragem prejudica o São Paulo

Equipe paulista agora pensa na partida de quarta, contra o Fluminense, pela Taça Libertadores

SPFC - 10/5/2008

A arbitragem voltou a prejudicar o São Paulo na temporada 2008. Depois de interferir em vários jogos da equipe no Campeonato Paulista, o carioca Luís Antônio da Silva Santos foi o personagem principal da derrota da equipe de Muricy Ramalho para o Grêmio por 1 a 0. Ele inventou uma falta de Alex Silva em Roger. No decorrer do lance, saiu o gol de Pereira. O time agora só pensa na partida de quarta, contra o Fluminense, pela Taça Libertadores da América."

A Diretoria Tricolor volta a se sentir injustiçada pela arbitragem. Mas todos que assistiram o jogo desta tarde puderam notar que:

1) Houve falta - boba - de Alex Silva em Roger no lance do gol;

2) O árbitro realmente cometeu um erro grave na partida, ao deixar de marcar um pênalti... a favor do Grêmio, cometido pelo Zé Luis.

O erro maior, porém, foi de planejamento da Diretoria do clube ao não montar um elenco compatível à disputa de duas competições importantes simultâneas, forçando seus jogadores a um desgaste excessivo.

Mas, como sempre, é muito mais fácil botar a culpa no juiz. Mesmo quando ela não exista.

E Muricy: se é para colocar um time em campo com a predisposição de derrota, que ele seja formado pela molecada de 18 anos, e não por aqueles que em quatro dias disputarão uma quarta-de-final de Libertadores.

ps: só para constar, então, começou o Campeonato Brasileiro de 2008, que promete ser o mais disputado dos últimos anos. Tentarei ser mais assíduo com minhas postagens, mas como tenho andado muito ocupado ultimamente, não dá para prometer.

segunda-feira, 5 de maio de 2008

O fim dos estaduais

Ao contrário da maioria - ou, pelo menos, de boa parte - dos fãs de futebol, não sou a favor do fim dos Campeonatos Estaduais. Acho que do modo que o futebol foi estruturado no Brasil, até em razão das características geográficas, os estaduais têm espaço no calendário. Mesmo que o interesse das torcidas, principalmente nos grandes centros, seja maior em ver frustrada a alegria do rival do que em adicionar mais essa taça à galeria.

A única coisa que precisa ser revista é seu formato, pois um Campeonato Paulista (só para ficar no exemplo do meu Estado) com 20 times e quatro meses de duração é inconcebível. O excesso de times abaixa o nível e o excesso de meses encobre o que é mais importante. Semana que vem começa o Brasileirão sem nem dar tempo da galera respirar. Isso para não falar da Libertadores e da Copa do Brasil.

O título da postagem só faz referência mesmo ao fim dos Campeonatos Estaduais de 2008, então vamos a eles - ou a alguns deles.

Não tivemos grandes surpresas nos principais campeonatos, já que todos os favoritos terminaram campeões. Começando pelo Rio Grande do Sul, com uma impressionante goleada do Inter sobre o Juventude. Digna de um favorito ao título nacional de 2008 com um recém-rebaixado à Série B. A nota triste ficou no banco do Juventude, com o Zetti vendo cada vez mais sua carreira de técnico indo pro espaço. Depois de maus resultados e escolhas, o ex-goleiro acumulou em uma semana uma eliminação para o Corinthians-AL e o vexatório desfecho no Gauchão.

Subindo um pouco e parando no Paraná, tivemos o Coritiba ganhando o título em plena Arena da Baixada. E com mais um papelão do Sr. Petraglia, ao proibir a entrega da taça alegando motivos de segurança. Cada vez mais o Atlético-PR se torna o time mais antipático do futebol brasileiro e fica mais longe da elite.

Em São Paulo, o Palmeiras pôde enfim tomar posse do que já era seu, já que o título havia sido conquistado semana passada em Campinas. Ou melhor, semana retrasada, no mesmo Palestra Itália. O melhor time do campeonato saiu da fila e deu mais um recorde para Wanderley Luxemburgo.

No Maracanã, outra nota triste no banco de reservas. O Cuca é um cara simpático, honesto, trabalhador, mas tem "Perdedor" escrito na testa. Suas entrevistas, sejam nas vitórias ou derrotas, mais parecem pedido de desculpas. Ele até arma bons times, mas não consegue ganhar nada. Esse é outro que tem que rever a sua postura, senão não haverá Botafogo que o aguente. E o Flamengo, continua emocionando (já imaginaram como será a estréia do Ronaldo?).

Enfim, no Mineirão, apenas uma revanche de 2007. A diferença entre Cruzeiro e Atlético-MG, seja pela situação atual ou por suas histórias, é ainda maior do que os 5x0 do 1o jogo. Para um time que está prestes a eliminar o Boca Juniors da Libertadores, esse título não deve (pode) significar muito. A não ser, como já dito no primeiro parágrafo, para tirar um sarro dos rivais na 2a de manhã.

Dos cinco campeões listados acima, quatro são candidatos diretos ao Campeonato Brasileiro. Dificilmente o título escapará de um desses quatro ou do São Paulo, o quinto da lista de favoritos (ok, incluo o Fluminense por desencargo de consciência).

Em tempo: a foto desta postagem é uma homenagem ao ABC de Natal, Campeão Potiguar de 2008 e o maior vencedor estadual do Brasil, com 50 títulos.

quinta-feira, 1 de maio de 2008

Lado B

A quarta-feira futebolística foi sensacional. Não bastasse o jogaço Chelsea x Liverpool e a rodada das oitavas da Libertadortes, tivemos a definição dos confrontos das quartas-de-final da Copa do Brasil. Com destaque para os times paulistas.

O Corinthians, mesmo com todos seus contras, consegue fazer coisas comoventes. Quase eliminado, colocou 50 mil torcedores no Morumbi e goleou. Seria de se invejar, se não lembrássemos de todos os fatos recentes e de que, essa torcida que comparece e apóia, é a mesma que arma emboscadas na estrada e prega o "No amor ou no terror". Mas, como os próprios corintianos dizem, "Aqui é curíntia!"

O São Caetano, quietinho, também avançou. E acabou ajudando o Corinthians, que agora terá dois jogos em casa e terá um caminho mais fácil às semis.

E o Palmeiras... quis ser dono de três títulos sem ter ganho nenhum (ainda) e deu vexame. Não tenho dúvidas que estará na Libertadores de 2009 e é candidato fortíssimo ao penta Brasileiro. Mas "Sua Santidade" Luxemburgo precisa de terapia para resolver seus problemas com mata-matas; e "El Mago" precisa começar a decidir jogos importantes, pois só deboche - que, segundo o próprio, é o seu forte - não ganha jogo.

O destaque da próxima rodada, porém, será o clássico "quero ser grande" Botafogo x Atlético-MG. Não tanto pelo futebol - em condições normais, dá Botafogo fácil - mas por possíveis episódios extra-campo. Ano passado foi aquela confusão toda, e duvido que os lados não tentem usar isso de algum modo, se for conveniente.

Por fim, analisemos as quartas da Copa do Brasil:

Corinthians x São Caetano
Vasco x Corinthians-AL
Internacional x Sport
Atlético-MG x Botafogo

Daí sairá um representante brasileiro na próxima Libertadores, competição que teoricamente reúne os melhores times da cada país da América do Sul. Mas, pergunto: quais desses times brigará pelo título do próximo Campeonato Brasileiro? Um, no máximo. Ou dois, se considerarmos a Série B.

Acho a Copa do Brasil um torneio muito legal, que dá a oportunidade de times de diferentes lugares e níveis se enfrentarem em condições "mais iguais". É um formato que dá certo em quase todos os países europeus e não teria porque não dar certo aqui. Mas é um absurdo que de um torneio assim saia um classificado para a competição mais improtante do continente. Até porque os melhores times do Brasil - considerando o último Campeonato Brasileiro - são impedidos de disputá-lo.

Se a Copa do Brasil fosse anual, com a participação de todos os participantes das Séries A e B, essa vaga ainda seria discutível (a princípio, sou contra), mas justificável. E sua conquista seria ainda mais importante do que já é.

Mas do jeito que é formatada hoje, a Copa do Brasil nada mais é do que um torneio feito para o segundo escalão achar que é grande, e para os dirigentes desses times atingirem a glória através da incompetência.

Lado A

As oitavas-de-final da Libertadores que promete ser a mais disputada dos últimos tempos não poderia ter começado melhor para os times brasileiros. Até quem não ganhou saiu satisfeito, e as chances da competição ter times brasileiros, pelo menos até as semi-finais, é grande.

O melhor 1o colocado Fluminense me surpreendeu. Achei que a falta de experiência e peso na camisa fossem falar mais alto na fase eliminatória, mas a vitória de ontem mostrou o contrário. Ainda acho que não tem força para chegar a uma final e disputar o título, mas o Once Caldas também não tinha.

O São Paulo também conseguiu um bom resultado, mesmo tendo jogado mal de novo e sem conseguir passar confiança para seus torcedores. O time não tem futebol nem pinta de campeão, e acho que dificilmente arrumará a casa a tempo. Mas o provável é que faça o duelo de Tricolores nas quartas.

O Cruzeiro, com uma camisa mais feia do que a outra, conseguiu um excelente resultado em Buenos Aires. Não vi o jogo, mas me lembrou bastante o confronto entre Boca x São Paulo pela Sul-Americana no ano passado, quando o time brasileiro tomou sufoco o jogo todo, esteve perdendo por 2x0 e achou um gol no final, que mudou tudo. Mas, se o Cruzeiro tem a seu favor um time embalado e o Mineirão lotado, o Boca conta com a mística e o melhor jogador em atividade nas Américas. Vai ser um jogaço - e espero que mais tarde que 17:40.

Contra o América, que em outros tempos seria um adversário duríssimo, o Flamengo já definiu a parada. O maior desafio do Mengo agora será a inconveniente mudança de técnico, totalmente fora de hora. Mas isso será assunto pra se pensar depois. Teremos, pela primeira vez na história, dois times cariocas nas quartas-de-final de uma mesma Libertadores.

Não dá pra falar muito do Santos, já que temos apenas 13 minutos do 1o tempo. O Peixe vai depender muito do resultado de hoje se quiser enfrentar o Flamengo na próxima fase. De qualquer jeito, é o time mais fraco dentre os brasileiros.

As chances de termos, ao menos, dois brasileiros nas semi-finais, são enormes. E dependendo do confronto Cruzeiro x Boca Juniors, até mais.