quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Do Painel FC, da Folha de São Paulo

"Fiéis. O presidente corintiano, Andres Sanchez, receberá o título de cidadão paulistano pela Câmara. O anúncio saiu publicado ontem no diário oficial. A homenagem foi arquitetada pela 'bancada corintiana' de vereadores."

Nota Esporte Brasilis: com todos os problemas que São Paulo convive diariamente, será que esses MERDAS não tem nada melhor pra fazer?

Fim de ano olímpico

Chega dezembro e os programas esportivos ficam sem assunto. Sem o futebol, único esporte realmente apreciado no país, comentaristas ficam horas discutindo sobre possíveis contratações, citando fontes misteriosas que geralmente acabam por se comprovar erradas. O esporte nacional entra em sua hibernação anual, que durará até o mês de janeiro, quando começarão os cada vez mais inexpressivos torneios estaduais.

Quanto aos demais esportes, os tais "olímpicos", algumas notícias podem ser pescadas aqui e ali.

Em matéria da última revista Veja, Diego Hypolito contou como anda a vida desde o tombo em Pequim - e como este mesmo tombo fez com que ele perdesse cinco patrocinadores. Como sempre, vale apenas o número 1, o resto é resto. Mesmo que esse "resto" tenha ganho nove medalhas nas etapas da Copa do Mundo de Ginástica e tenha terminado, pelo quarto ano consecutivo, como o melhor atleta do ano no solo. (Não acho que a maior culpa dessa história seja das empresas que retiraram os patrocínios, pois para estas importa o lucro; e se o retorno financeiro no patrocínio esportivo no Brasil - tirando, claro, o futebol - só vem com uma medalha olímpica, o problema não é do mundo corporativo. Ele também não tem responsabilidade se esses atletas estão inseridos em uma estrutura que lhes permitem poucas oportunidades de viver do esporte.)

No atletismo, uma boa notícia: parte dos atletas da extinta Rede Atletismo formaram uma nova equipe, em parceria da mesma Rede com o Clube Pinheiros. Atletas de nível internacional terão um fim de ano mais tranquilo. Menos a maior atleta da modalidade na atualidade no Brasil, Maurren Maggi. A campeã olímpica continua desempregada. O absurdo dessa última frase dispensa comentários posteriores.

E, finalmente, novidades no Planalto. Como divulgado no Blog do José Cruz, o Governo estuda criar uma nova empresa estatal para gerir o esporte de alto rendimento no Brasil. Veja o que foi postado pelo jornalista:

"O suspeito segredo do Ministro

O ministro do Esporte, Orlando Silva, insiste em manter escondida a proposta de Medida Provisória criando a “Empresa de Excelência Esportiva – Brasil Esporte", mesmo depois que tornei público o documento, na quinta-feira.
Naquela mesma data, o ministro presidiu reunião do Conselho Nacional do Esporte, em Brasília e, inacreditavelmente, não fez qualquer referência à MP que altera, inclusive, a Lei Pelé (n. 9.615/98).
Conversei com alguns membros do Conselho. Eles ficaram surpresos com a notícia que leram em meu blog e o silêncio ministerial.

Ou seja, a mais alta instituição de assessoria ao gabinete de Orlando Silva ignora sobre os rumos do nosso esporte.

Isso demonstra como as principais questões são tratadas em nivel governamenta: em silêncio e, por isso, de forma suspeita.

Democracia

Na prática, propor criar uma nova instituição governamental – no caso a “Empresa de Excelência Esportiva” – sem discutir com os órgãos afins, nem mesmo o Conselho Nacional do próprio ministério, é um golpe.

É a forma mais vergonhosa de preparar o continuísmo, quando este governo chegar ao fim, pois o próprio ministro Orlando é o candidato ao cargo de presidente, indicado por políticos interesseiros.

No bom português é querer “se arrumar”, “se dar bem”, independentemente de quem vier a ocupar o Palácio do Planalto a partir de 2011.

Ou seja, tudo feito às escondidas, quando deveria ser público, pois a prática democrática assim recomenda."


Ou seja, os mesmo responsáveis por NÃO implantar uma política esportiva no Brasil (como demonstrado parágrafos acima) são aqueles que tentam se perpetuar na área - agora turbinada pela Copa 2014 e Rio 2016.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

AAAVC - 55 anos

Mais uma vez abro espaço para o sentimentalismo aqui no blog.

Recebi hoje esse vídeo, feito pela atual gestão da Associação Atlética Acadêmica Visconde de Cairu - a Atlética da FEA-USP -, em comemoração aos 55 anos da entidade.

O tempo passa rápido mesmo. Lá se vão cinco anos daquele jantar de 50 anos da AAAVC, quando gerações diversas de mais de uma década se reuniram para celebrar momento tão especial, de tão querida entidade.

E ano que vem comemoro o aniversário de 10 anos da minha Presidência.

Quanta saudade.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

A última impressão é a que fica

O eterno bairrismo envolvendo paulistas e cariocas, algumas vezes saudável, outras patético, ganhou um prato cheio para a discussão nesse fim de ano futebolístico.

Afinal, qual foi o Estado vitorioso nesse ano: São Paulo ou Rio de Janeiro?

Do lado paulista, tivemos o título da Copa do Brasil do Corinthians, turbinado pela volta do Fenômeno. O Palmeiras liderou boa parte do Brasileirão, mas no final acabou até sem a vaga na Libertadores; vaga esta conseguida pelo São Paulo, pelo sétimo ano consecutivo, recorde nacional. A tabela final indica cinco times paulistas classificados, pelo menos, na zona da Sul-Americana, e um rebaixado à Série B - posição que será ocupada por outro paulista ano que vem.

Nada mal, mas ainda assim resta um clima de desânimo no Estado. O São Paulo ficou em uma honrosa terceira colocação, porém abaixo dos três títulos consecutivos desde 2006; o Palmeiras encerra 2009 de forma vexatória; o Corinthians teve um segundo semestre ridículo; e o Santos teve um ano inteiro ridículo.

O Rio venceu o Brasileirão após 9 anos - nas duas principais divisões, inclusive -, mas não classificou nenhum outro time para a Libertadores. Aliás, não terá nenhuma equipe na Sul-Americana de 2010. E por pouco não tem outro time rebaixado à Série B.

Entretanto, o Rio acaba o ano em festa. O Flamengo é o time do ano; o Botafogo escapou do rebaixamento vencendo três aspirantes ao título nas últimas rodadas; o Fluminense salvou o ano com a mais épica das campanhas de recuperação; e o Vasco voltou à Série A com sobras.

Repito a pergunta do começo: 2009 foi carioca ou paulista?

Cada lado terá a sua versão e, como sempre, não teremos um vencedor. O importante é o fato de, depois de vários anos de domínio paulista, essa discussão voltar à tona.

O que, por si só, é bom para todo mundo.

HEXA

O improvável passou perto na tarde carioca de ontem, mas no final prevaleceu a lógica e o Flamengo saiu campeão - como diria um bom gremista.

Campeão, não; Hexacampeão.

Pois se o Sport é o Campeão Brasileiro de 1987 de direito - já que a organizadora do torneio assim o reconhece - o Flamengo é o campeão de fato. Independentemente de qualquer questão jurídica a ser levantada, não dá para negar que a Copa União era o Campeonato Brasileiro daquele ano.

Nada disso tira o mérito do Sport, como também não acaba com a necessidade de, para sempre, a lista dos campeões brasileiros ter de vir acompanhada de um asterisco no ano de 1987, com o nome dos dois times.

Só que hoje o mérito é total do Flamengo.

Hexa justo, incontestável, maiúsculo.

Com direito a uma festa como há tempos não acontecia no Brasil.

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Complicado


GRUPO G
BRASIL

CORÉIA DO NORTE

COSTA DO MARFIM

PORTUGAL


A sorte do Brasil durou pouco.

Começou com a colocação no Grupo G, o preferido da CBF; continuou com o primeiro adversário, a Coréia do Norte, que não assusta.

Mas parou por aí.

Costa do Marfim - com Drogba & Cia - e Portugal - que mesmo pensando ser mais do que realmente é, ainda assim é uma seleção de respeito - fazem do grupo brasileiro um dos mais fortes da Copa 2010.

No fundo, eu até estava torcendo por um grupo desse jeito. Já tinha me cansado das primeiras fases contra adversários sem tradição ou graça, uma constante para o Brasil nas últimas Copas (confesso que dormi no meio do jogo contra a China, em 2002). Agora teremos motivos reais para assistir e torcer muito durante a primeira fase; pois a classificação, mesmo provável, não virá de mão beijada.

O adversário nas oitavas virá do Grupo H, com Espanha, Suíça, Honduras e Chile.

Esses serão os jogos do Brasil na primeira fase da Copa de 2010:

15/jun (ter) - Brasil x Coréia do Norte (Johannesburgo)
20/jun (dom) - Brasil x Costa do Marfim (Johannesburgo)

/jun (sex) - Brasil x Portugal (Cidade do Cabo)

Combinamos assim então: meio período na estreia, churrasco na classificação e feriado prolongado na confirmação do primeiro lugar.

A Copa do Mundo já começou.

E a África é logo ali.

ps: cerimônias desse tipo, quando organizadas fora dos EUA, tendem a ser chatas e sem graça. A de hoje ia por esse caminho. Mas, para sorte de quem estava assistindo, tínhamos Charlize Theron com uma das principais apresentadoras, que com charme e muito bom humor "salvou a hora".

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

E tome panetone

Lembra de toda a minha campanha contra o Rio-2016? De como que dizia que não acreditava naquela falação toda, justamente por não acreditar em nenhuma das pessoas envolvidas?

Então... é claro que basicamente tudo aquilo também se aplica à Copa-2014 - como, inclusive, já havia escrito neste blog no final de 2007, mas olhando também para o lado bom da coisa -; a diferença principal é que, como não houve debate nem disputa para a realização do evento no Brasil, já que sua candidatura única foi habilmente costurada por Ricardo Teixeira, as atenções em 2009 concentraram-se em 2016.

Mas a "farra da Copa" será ainda maior. E, mesmo antes de um tijolo sequer ter sido usado na preparação da Copa, já temos o primeiro escândalo, como publicado hoje no UOL:

"01/12/2009 - 10h58

Chefe da organização da Copa-2014 em Brasília é afastado por escândalo

Do UOL Esporte
Em São Paulo


O presidente da Federação Brasiliense de Futebol, Fábio Simão, foi afastado do comando das obras da Copa do Mundo de 2014 devido ao envolvimento no escândalo do suposto "mensalinho" pago pelo governo do Distrito Federal a parlamentares da base.


Chefe de gabinete do governador José Roberto Arruda, Simão já havia sido afastado do cargo na sexta-feira, mas a medida ainda não foi publicada, porque segunda-feira foi feriado local. "O afastamento alcança todas as suas atividades administrativas", esclareceu o corregedor do Distrito Federal, Roberto Giffoni, à Folha e S. Paulo.

Simão era o chefe do escritório da preparação de Brasília para o Mundial, e o responsável pelas obras do estádio Mane Garrincha para receber a Copa na capital federal. A reforma está orçada em aproximadamente R$ 700 milhões.

Antes de trabalhar no gabinete do governador Arruda, Simão era assessor do secretário da Casa Civil, José Geraldo Maciel, que, segundo as investigações da Polícia Federal, era o responsável pela distribuição das propinas. Simão teria recebido cotas de até R$ 60 mil, segundo o ex-secretário de Relações Institucionais Durval Barbosa.


Amigo do presidente da CBF, Ricardo Teixeira, Fábio Simão chegou a viajar como convidado para acompanhar a reunião da Fifa nas Bahamas, quando foram escolhidas as sedes da Copa do Mundo no Brasil, em maio deste ano.


O blogueiro
José Cruz já havia adiantado o afastamento de Simão no sábado, e inclusive revelou que, em entrevista antes da viagem às Bahamas, ele mostrou estar por dentro dos bastidores do Mundial de 2014 e até acertou todos os palpites que fez sobre a escolha das sedes."

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

A arbitragem eletrônica

Estava conversando com uns amigos meus ontem sobre a arbitragem eletrônica no futebol, assunto polêmico e cada vez mais recorrente no meio futebolístico. Já tinha pensado em escrever algo a respeito, ainda mais depois dos casos Simon e Henry do último mês. Então vamos lá ao que penso.

Em primeiro lugar, temos um ponto incontestável: a arbitragem brasileira é muito fraca. Enquanto não encararmos o problema no seu ponto principal, nunca o resolveremos. Maior qualificação para árbitros, através de uma CBF que assuma de vez a responsabilidade pelo assunto - que é dela mesma - é o primeiro passo. Não adianta nada querer apitar o jogo pela TV com um árbitro in loco despreparado, pois estaríamos apenas criando mais um motivo para confusão. Um STJD que se limitasse a questões disciplinares, de forma imparcial, e sem querer rever decisões tomadas pela autoridade máxima da partida também é um imperativo. Pois um "ente superior" que tem por costuma alterar o juízo do árbitro conseguem apenas desmoralizá-lo ainda mais.

Mas aí você vem e argumenta: "Mas a arbitragem erra em todo lugar! Olha só o lance do Henry, tirou a Irlanda da Copa! A arbitragem eletrônica é a única solução!"

Não tenho dúvida de que erros desse tipo acontecem - e continuarão acontecendo - em qualquer lugar, apesar de ter a sensação de que aqui eles são mais recorrentes. Então, para chegarmos ao nível da arbitragem do exterior, primeiro temos de pensar no que escrevi no segundo parágrafo.

Depois disso, e ANTES de se pensar na arbitragem eletrônica, acho que deve-se estudar mais a fundo a possibilidade da inclusão de mais árbitros em campo. E não árbitros meramente consultivos/decorativos, mas com real poder de decisão. Alguém tem alguma dúvida de que, se existisse um árbitro postado atrás do gol da Irlanda, o fatídico gol francês teria sido invalidado?

O basquete, com seu campo de jogo muito menor que o futebol, tem três árbitros; o vôlei também, mais quatro juízes de linha. Porque temos de continuar mantendo apenas um árbitro no campo de futebol que geralmente tem mais de 6000 m2, auxiliado por dois bandeirinhas com autoridade reduzida? Se este enorme espaço fosse mais racionalmente dividido, cada árbitro estaria sempre (em tese) mais próximo do lance, com maior chance de ver o que realmente aconteceu e com seus reflexos mais apurados, devido ao menor desgaste físico.

Atualmente, temos dois grandes exemplos da influência de aparatos tecnológicos que auxiliam na arbitragem de modalidades esportivas: o tênis e o futebol americano. A utilização destes recursos ajudou bastante a solucionar dúvidas em momentos importantes das partidas. Mas algumas ponderações devem ser feitas.

A introdução destes recursos é relativamente recente. E antes de sua adoção, ambos os esportes já contavam com diversos árbitros em campo. Ou seja, a tecnologia veio suprir uma lacuna que o homem provavelmente não conseguiria mais preencher - exatamente o que sugiro neste texto.

O uso deste aparato é regulado, pois seria inviável recorrer às imagens gravadas para solucionar todo e qualquer lance. Mesmo o tênis e o futebol americano, que já têm suas disputas sistematicamente interrompidas, pela própria natureza das modalidades, limitam o uso das imagens a momentos e circunstâncias específicas. Como fazer isso no futebol, um jogo que não tem tempos técnico ou seu cronômetro pausado em nenhum momento? Essa mesma limitação na utilização da tecnologia também impede que 100% das dúvidas sejam sanadas - portanto, o problema não é totalmente eliminado.

Por fim, temos que tanto o tênis como o futebol americano são esportes mais "restritos" que o futebol; o primeiro por sua áurea elitista, e o segundo por ser praticado em grande escala em basicamente um só país, tratado primordialmente como um negócio, o que torna mais fácil a implantação de novidades ou a alteração de regras. Como implantar a arbitragem eletrônica no futebol em uma escala mundial, o mais democrático dos esportes, mesmo que restrita às grandes competições?

E como fazer com as interrupções do jogo? No tênis, o 'hawk-eye' pode ser utilizado em duas ocasiões: em final de ponto ou se o atleta interrompe imediatamente sua disputa. Ou seja, o jogo já está parado, o que também é recorrente durante o jogo. No futebol americano, mesmo com o lançamento de vários lenços amarelos em campo a jogada continua, para ser interrompida apenas no seu término previsto na regra. Já no caso do nosso futebol, quando o juiz apita, o jogo pára (exceto em alguns jogos no Palestra Itália...); se não, o jogo segue. E aí, em que momento parar o jogo para olhar na TV o que realmente ocorreu? Pior: se o juiz apitou o impedimento, a jogada parou e pela imagem da TV constatou-se que não havia impedimento, o que fazer? Voltar a jogada?

Enfim, essas e outras questões poderiam ser resolvidas com discussões envolvendo especialistas no assunto.

Mas, antes de se criar esse problema, temos outros a serem resolvidos, com soluções mais fáceis e baratas.

Basta querer.

domingo, 29 de novembro de 2009

O campeonato dos improváveis


O PVC já havia dito que esse Brasileirão teria o campeão definido pelo número de vitórias improváveis obtidas por cada um.

Acertou. E eu vou mais além. Esse foi o Brasileirão de eventos mais improváveis que já vi nas minhas três décadas de vida.

O Flamengo fez tudo errado. Começou o ano quebrado, tendo problemas com diversas modalidades olímpicas. Um racha interno o deixou sem Presidente. A instabilidade de Cuca o deixou sem técnico. Para solucionar os problemas do time, efetivou o interino Andrade - mesmo contra todos os prognósticos -, acertou com o imprevisível Adriano e, para solucionar problemas jurídicos, trouxe de volta Petkovic; Andrade acertou o time, Adriano virou artilheiro e Pet o craque do Brasileirão. E será Campeão Brasileiro (Hexa) no domingo que vem.

O Palmeiras fez tudo certo. Evitou um racha da oposição no começo do ano, que poderia trazer de volta ao poder a turma do Mustafá, e elegeu uma personalidade acima de qualquer suspeita para Presidente. Mostrou mudança de mentalidade ao demitir Luxemburgo e se esforçar para trazer o Tri-campeão Muricy Ramalho. Peitou a "parceira" e segurou jogadores importantes na janela do meio do ano. Tudo para ser campeão. Mas Muricy não foi o mesmo dos últimos anos (ou foi exatamente o mesmo, mas essa é outra discussão), os tais jogadores não corresponderam à altura e o clube sucumbiu ao próprio descontrole, ilustrado pelo "caso Belluzzo" e a briga no Olímpico.

O São Paulo não se mostrou disposto a ser novamente campeão desde o começo do ano, com jogadores mais preocupados em derrubar Muricy Ramalho e a Diretoria mais interessada nas reformas para a Copa-2014. Só que os rivais vacilaram e o Tricolor chegou. E quando todos disseram que não vacilaria mais, até pelo retrospecto recente... vacilou. Tomou sete gols em dois jogos, não somou nenhum ponto e terá que se contentar com uma vaga na Libertadores - tendo que encarar, talvez, a fase preliminar na altitude boliviana.

O Internacional, em seu frustrante Centenário, montou um belo time que começou o torneio com um dos favoritos; depois saiu da briga, para mais à frente figurar novamente entre os favoritos. Só não será campeão porque precisa da ajuda do arquiinimigo mortal Grêmio, e aí já seria improvável DEMAIS.

O Fluminense estava rebaixado. Escapar da Série B era impossível com a campanha do 1o turno. Mas com uma reação sem precedentes o Tricolor chega à última rodada fora da zona de rebaixamento, apesar do difícil confronto em Curitiba. Mas poucos duvidam que escape.

Reação parecida teve o Cruzeiro, que após amargar a depressão pós-Libertadores deixou as últimas posições para brigar, com boas chances, por uma vaga no próximo torneio continental.

Já o Sport, que depois do brilhante 2008 fez bonito no primeiro semestre, desandou e terminará o Brasileirão como o pior dentre os 20 participantes.

E não pára por aí.

Geralmente, os times que brigam pelo título se diferenciam dos demais pela organização; o que, dentre outros indicadores, é definida pela manutenção da comissão técnica ao longo da competição. Pois bem, dos quatro times que chegam à última rodada com chances matemáticas de título - o que por si só já é improbabilísimo - todos trocaram de técnico ao longo do campeonato.

Quanto aos talentos individuais, outras surpresas.

Mesmo já tendo sido o Imperador, acho que poucos acreditavam que Adriano seria o que foi: o principal e mais decisivo jogador do Flamengo (mesmo que suas constantes ausências de treinos e a queimadura do final da semana mostrem que profissionalismo não é mesmo seu forte). Petkovic, então, provavelmente surpreendeu até ele próprio. De quase-aposentado a quase-Bola de Ouro, as atuações do sérvio foram impressionantes. Outros veteranos, como Marcelinho Paraíba e Paulo Baier, mesmo brigando contra o rebaixamento até o final, foram os pricipais jogadores de seus respectivos times.

Tudo isso fez do Brasileirão-09 o mais emocionante - e, porque não, o MELHOR - Campeonato Brasileiro dos últimos anos, e provavelmente será lembrado como um dos mais legais da história.

Até porque será vencido por uma multidão de milhões de rubro-negros que deixará sempre viva as lembranças desta conquista. A não ser que outro improvável, quase impossível, aconteça no próximo dia 5.

Aí sim, seremos surpreendidos novamente.

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Em nome do Pai

Para mim, a ESPN é o melhor canal de esportes da TV brasileira. Eles podem até ficar um pouco atrás do Sportv em matéria de eventos ao vivo, mas seu time de comentaristas é incomparavelmente melhor, além de não encontrarem as limitações impostas pela Rede Globo - de tempo e de opinião.

Mas foi ridícula a cobertura excessiva que o canal fez da Segunda Divisão do Campeonato Carioca, vencida pelo "grande" América. Time do Todo-Poderoso José Trajano, Diretor de Jornalismo da emissora.

A desculpa de que Romário era uma notícia relevante não cola, já que a campanha americana vem sendo acompanhada desde a queda, ano passado, e a presença do Baixinho em campo limitou-se a 20 minutos do último jogo.

Trajano usou o poderoso meio de comunicação que tem em mãos para satisfação de necessidades pessoais; além disso, obrigou a todos do canal a exaltar a glória e a importância do título do Mequinha.

Ridículo, pois nada poderia ser mais inexpressivo do que esse título, vencido por um time que perdeu sua pouca relevância décadas atrás.

Será que os canais também farão tal cobertura para a Segundona do Paulistão, acompanhando a provável volta do Guarani?

Porque, se é para comparar, o Bugre dá de 10 x 0 no América.

domingo, 8 de novembro de 2009

Mistério

Carlos Eugênio Simon é um mistério.

É difícil de saber se ele é ruim, covarde ou safado.

O gaúcho deve estar na Copa de 2010, a terceira de sua carreira. Mas sua coleção de erros - graves - é impressionante. De todos os tipos, contra todos os times, em todos os campeonatos. Como pode um árbitro com um currículo como o dele ter tanto prestígio?

Hoje, no jogo do Maracanã, ele errou absurdamente duas vezes no mesmo lance. Na bola alçada na área, Obina cabeceou para fora; foi marcado escanteio para o Palmeiras.

Na sequência do lance, gol. Seja por peso na consciência pelo primeiro erro, seja por pura ruindade, Simon anulou o gol legal. Tão bisonho quanto o pênalti não marcado para o Atlético-MG na Copa do Brasil de 2007 - no mesmo Maracanã, no mesmo gol, praticamente no mesmo lugar do gol de hoje.

Para o bem do futebol brasileiro, seria bom que Simon investisse em sua carreira internacional.

E nunca mais apitasse no Brasil.

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Mais do mesmo

Quase tudo o que foi dito abaixo sobre o Palmeiras, com pequenas diferenças, se aplica ao São Paulo.

O empate no Sul, na quarta-feira, pode não ter sido um mau resultado. O Grêmio está imbatível em seus domínios nesse Brasileirão, e o ponto conquistado pode, em tese, ser comemorado.

Porém, cada ponto perdido a essa altura pode comprometer o título.

E o "luxo" de ter três expulsos num jogo como esse - sendo dois atacantes, em lances grotescos - sugere que, ao contrário de um ponto ganho, pode ter representado dois pontos perdidos em Porto Alegre, e não um ganho.

A comemoração Tricolor pelo empate terá de esperar mais três rodadas, quando será a vez do Palmeiras viajar a Porto Alegre.

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Estranha comemoração


O Palmeiras comemorou o empate contra o Corinthians como vitória.

Pela história do jogo, até faz sentido. Tiveram Marcos expulso já no 1o tempo, só não ficaram com nove em campo porque o Héber Roberto Lopes - que vem tendo um bom ano - se acovardou e foi buscar duas vezes o resultado adverso, debaixo de um sol saariano. Um ponto na raça, digno de campeão.

Mas a história pode ser vista sob outro prisma.

O Palmeiras, que já teve cinco confortáveis pontos de diferença para o vice-líder, gastou toda a gordura. E os últimos dois pontos de vantagem se foram justamente no empate em Presidente Prudente. Faltam cinco rodadas, e analisando a tabela dos dois primeiros colocados, a situação do Verdão não me parece ser tão tranquila.

Palmeiras e São Paulo têm três confrontos iguais: Grêmio no Olímpico, Botafogo no Engenhão e Sport em casa. O jogo no Sul será dificílimo para ambos, mas vejo uma ligeira vantagem para o Palmeiras, pois na atual rodada o Tricolor gaúcho ainda sonha com uma vaga na Libertadores; daqui três rodadas, quando teremos Grêmio x Palmeiras, esse sonho já deve ter acabado, e a vontade gremista de vencer, diminuído.

Mas nos outros dois confrontos, acho que o Tricolor terá menos dificuldade. Enquanto o Sport visita o Palestra na 35a rodada, ainda com possíveis matemáticas chances de escapar do rebaixamento, sua vinda ao Morumbi já será acompanhada do acesso à Série B 2010 - motivação zero. O Botafogo terá ótimas razões para vencer tanto um quanto outro, mas um possível desespero na última rodada, quando receberá o alvi-verde, pode tornar o jogo ainda mais dramático - lembrando que, no mesmo horário, o São Paulo estará jogando no Morumbi contra o rebaixado Sport.

Ou seja: o Palmeiras terá de definir a parada antes da última rodada - a não ser que a mala branca para os pernambucanos seja gorda...

Quanto aos outros dois jogos de cada, temos o Palmeiras indo ao Maracanã encarar um embalado Fluminense, que em nada lembra aquele Flu que fez merecer o provável rebaixamento. O que, há algumas rodadas, eram três tranquilos pontos na conta, transformou-se em batalha; e, na penúltima rodada, receberá o Atlético-MG, que se não estiver ainda brigando pelo título estará vivíssimo na luta por uma vaga na Libertadores. Nada fácil.

Já o Tricolor recebe o Vitória na 35a rodada - vitória perfeitamente possível - e na penúltima visita o Goiás, time que não assusta mais ninguém. Além do mais, a torcida paulista em Goiânia é muito grande, e teremos pelo menos metade do estádio vestida de vermelho, preto e branco.

Para finalizar, temos o momento de cada um. Enquanto o Palmeiras conquistou quatro dos últimos 9 pontos, o São Paulo tem 100% de aproveitamento. Nenhum dos dois vêm apresentando um bom futebol - exceção feita ao 2o tempo do Palmeiras contra o Goiás - mas o menor fraquejo que seja a essa altura pode ser fatal.

Está tudo aberto. Até o Galo pode chegar, embora, com dois pontos a menos e uma tabela bem mais complicada, a tarefa seja difícil.

Mas a comemoração palestrina do último domingo deve se transformar, rapidamente, em trabalho.

Do jeito que o Muricy gosta.

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

De novo, a mala

O final do campeonato se aproxima e suspeitas da velha 'mala branca' começam a pipocar.

Dessa vez não foi apenas uma suspeita, mas uma claríssima confissão de Val Baiano, como mostrado no blog de Conrado Giulietti, da ESPN.

Os puristas a condenam, mesmo sabendo que ela existe e que é tão inevitável quanto "os impostos e a morte."

Eu sou da opinião de que tal prática é um problema exclusivo de quem paga e de quem recebe. A simples oferta de uma recompensa financeira para outros jogadores vencerem determinada partida não macula por si só o confronto, já que o ato de vencer não é totalmente controlável - ao contrário do ato de perder, que não só pode ser facilmente forçado por um grupo de indivíduos como é, por sua natureza, contrário ao espírito de qualquer disputa, que encerra em si o objetivo da vitória.

Quer pagar, paga; quer receber, recebe.

Mas que tudo seja feito direito para evitar tais discussões.

Cartão nele!

O sensacional Brasileirão-09 teve outro espetacular início de rodada ontem à noite.

Mas o melhor ficou por conta da comemoração do terceiro gol cruzeirense, por Adílson Batista, lembrando seus tempos de zagueiro dos Pampas.

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Segura a massa

Nunca coloquei o Atlético entre os candidatos ao título, mesmo tendo ele permanecido nas primeiras posições por boa parte do campeonato.

Quanto ao Flamengo, achava que, por causa da bagunça administrativa na qual se encontrava no começo do ano, se contentaria em escapar do rebaixamento.

Mas já não dá mais para negar que ambos disputam sim o título, já que tanto um quanto outro tem uma vantagem com relação aos demais concorrentes: a massa.

E quando a massa empurra, é difícil segurar.

É bem verdade que a grandeza do Galo mingue a olhos vistos, ano após ano, sendo o rótulo de "grande" ostentado por mera tradição histórica; e que, mesmo o Flamengo, gigante eterno só por ser Flamengo, já não é aquele que conquistou torcedores Brasil afora nos anos 70/80.

Porém, num campeonato disputado - e sensacional - como esse, qualquer vantagem ajuda. E se não bastasse o melhor momento vivido pelos dois, na fase decisiva da competição, a avalanche vinda das arquibancadas poderá ser decisivol nessa hora.

Pois nem o incompleto Palmeiras, o indeciso Internacional, o desinteressado São Paulo ou o atrasado Cruzeiro têm a massa aos seus lados como Atlético e Flamengo.

As últimas sete rodadas dirão se esse diferencial será suficiente para o título.

sábado, 17 de outubro de 2009

Madrugada olímpica

Do O Dia Online

"Helícóptero da polícia é derrubado no Morro São João

Dois policiais morreram carbonizados dentro da aeronave. 120 PMs fazem operação no Morro dos Macacos e no Morro São João

Rio - Dois policiais militares morreram carbonizados dentro de um helicóptero Fênix da Policia Militar, que foi atinigido por traficantes do Morro dos Macacos, Zona Norte do Rio de Janeiro. O piloto fez um pouso forçado na Vila Olímpica do Sampaio, mas a aeronave acabou pegando fogo.

De acordo com as primeiras informações, a hélice do helicóptero e o piloto foram atingidos. Além dos mortos, que ainda não foram identificados, outros três teriam ficados feridos.

O helicóptero Águia da Policia Civl, que é blindado, foi chamado para dar apoio à Polícia Militar e está sobrevoando o Morro dos Macacos.

O tiroteio no Morro dos Macacos começou por volta da 1h da manhã, quando, segundo a polícia, traficantes do Morro do São João invadiram o local. Três corpos já foram encontrados dentro de um Peugeot preto, em um dos acessos à comunidade.

Moradores fazem manifestação

No início da manhã, moradores do Morro dos Macacos iniciaram uma manifestação nas imediações da comunidade, na manhã deste sábado, queimando pneus e outros objetos na Rua Rua Visconde de Santa Isabel, em Vila Isabel, na Zona Norte do Rio. O tráfego de veículos na via está interrompido.

A população protestava contra a não interferência da Polícia Militar em um intenso tiroteio que apavora moradores da região desde às 3h. Durante o protesto, moradores dos Macacos teriam tentado invadir a carceragem da 20ª DP (Vila Isabel) com o objetivo de linchar presos de uma facção rival à do morro. Alguns vidros da delegacia chegaram a ser quebrados, mas o policiamento foi reforçado no local.

"Nós não consideramos uma tentativa de invasão. Na verdade, houve uma tentativa dos moradores de chamar a atenção da polícia. O que nós fizemos foi reforçar o policiamento", afirmou o coordenador das carceragens da Polícia Civil, delegado Orlando Zacone.

PM, Bope e Core reforçam a segurança

Por volta das 9h deste sábado, aproximadamente 120 policiais militares iniciaram uma operação na região do Morro dos Macacos, em Vila Isabel, e no Morro São João, no Engenho Novo.

O confronto entre traficantes no Morro dos Macacos também alterou a rotina de dezenas de moradores de Vila Isabel e bairros vizinhos, na madrugada deste sábado. Temendo serem alvos de balas perdidas, pedestres e motoristas evitaram transitar por áreas próximas dos acessos ao morro. Segundo a polícia, o tiroteio seria entre traficantes rivais.

A PM reforçou o policiamento no local. Cerca de 20 viaturas, do 6º BPM (Tijuca) e 3º BPM (Méier), foram destacadas para fazer o patrulhamento nos bairros que circundam o Morro dos Macacos. Agentes do Bope (Batalhão de Operações Especiais) e da Core (Cordenadoria de Recursos Especiais) também estão no local.

Alguns moradores, que chegavam do trabalho, preferiram aguardar o fim do tiroteio, e se alojaram em praças e bares da região."

"Tiros provocam incêndio em escola municipal

Fogo atingiu duas salas de aula da escola municipal Jornalista Assis Chateaubriand em um dos acessos do Morro dos Macacos

Rio - Duas salas de aula da escola municipal Jornalista Assis Chateaubriand, em Vila Isabel, em um dos acessos do Morro dos Macacos, estão pegando fogo nesse momento. O fogo teria sido provocado por tiros disparados na rede elétrica da escola. Os tiros teriam sido disparados durante o confronto entre traficantes de quadrilhas do Morro do São João, no Engenho Novo, e do Morro dos Macacos."

"Três ônibus são incendiados no Jacarezinho

Rio - Três ônibus foram incendiados nas imediações da favela do Jacarezinho, na Zona Norte do Rio. A Polícia Militar não sabe informar se o caso tem ligação com o confronto entre traficantes no Morro dos Macacos, em Vila Isabel. Não há informações de feridos.

O fogo atingiu a rede elétrica da região."

Nota Esporte Brasilis: ao contrário do que disse Lula, o Brasil ainda não pertence à primeira classe. E o Rio, aos poucos, vai deixando a ilusão de grandeza de lado para voltar a conviver com a dura realidade.

Vote na Poliana


"Poliana vence pela 8ª vez e só precisa largar quarta-feira para levar Copa do Mundo

Do UOL Esporte
Em São Paulo


Poliana Okimoto comprovou, mais uma vez, seu domínio na Copa do Mundo de maratonas aquáticas de 2009. Neste sábado, ela venceu a prova de 10km de Dubai, nos Emirados Árabes, sua oitava vitória em 11 etapas do circuito na temporada.

Com 196 pontos acumulados, a brasileira já garantiu, matematicamente, o primeiro lugar até o final da Copa do Mundo. Para ser declarada campeã da Copa do Mundo, porém, ela precisa disputar a última etapa do circuito, na próxima quarta-feira, em Sharjah, também nos Emirados Árabes.


'Agora falta uma provinha só. Falta muito pouco. Estou ansiosa para que aconteça logo. A gente plantou muito e agora que está colhendo os resultados', disse a nadadora, após vencer em Dubai.


Na última volta da prova, Poliana arrancou do 14º lugar para o primeiro, superando a alemã Ângela Maurer e a campeã olímpica russa Larissa Ilchenko, segunda e terceira colocadas, respectivamente."


Nota Esporte Brasilis: sem dúvida, um resultado expressivo, que merece os parabéns. E Poliana pode vencer mais uma disputa, esta na internet. O site americano The Water is Open, especializado em competições aquáticas em mar aberto, está escolhendo a melhor atleta da modalidade em 2009. Poliana estava em sexto lugar até ontem, quando passou a circular um email pedindo votos à atleta; agora, sábado à tarde, ela já tem mais de 15.000 votos, ocupando a terceira posição. Se quiser votar, acesse o site.

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Transparência Olímpica

A Prefeitura do Rio de Janeiro anunciou a criação do site Transparência Olímpica, que tem como objetivo ser uma ferramenta de controle das obras relativas ao Jogos Olímpicos de 2016 (o link já se encontra ao lado).

O site ainda não disponibiliza muitas informações (Apesar de já ter gerado discussões internas na Prefeitura carioca; chegou a ser divulgada uma estimativa dos gastos, sem o consentimento de Paes, que chegou a repreender publicamente os assessores responsáveis. As informações foram posteriormente retiradas.), mas promete ser um meio eficaz e, como o próprio nome diz, transparente de controle de verbas públicas na empreitada olímpica.

Aguardemos para ver se ao menos essa promessa será cumprida.

Piada olímpica

"A cidade com a melhor qualidade de vida do Hemisfério Sul."

Eduardo Paes, em entrevista ao Estado de S. Paulo, ao ser perguntado sobre sua projeção para o Rio em 2017, e insistindo em não ser levado a sério.

Em defesa de Dunga

Para a última rodada das Eliminatórias, Dunga convocou seis jogadores que atuam no Brasil: Victor (Grêmio), Miranda (São Paulo), Sandro (Internacional), Diego Souza (Palmeiras), Diego Tardelli (Atlético-MG) e Adriano (Flamengo).

Os seis times brigam por posições imporantantes no campeonato (título ou Libertadores) e foram desfalcados em jogos importantes, num momento decisivo da competição.

Apenas o Inter venceu seu primeiro jogo desfalcado; os demais empataram ou perderam.

Dunga não deve ser criticado pela convocação dos jogadores - mesmo que os mesmos não joguem as partidas contra Bolívia e Venezuela. Ele fez o certo, pois faltando menos de um ano para a Copa, tem pouco tempo para definir as últimas vagas em aberto do grupo. A convocação, mesmo que para ficar no banco de reservas, é a oportunidade que o técnico tem para avaliar o jogador. E, em se tratando de Copa do Mundo, todas as observações são importantes.

Errado está o calendário brasileiro - e sul-americano - que não interrompe suas competições mesmo em datas oficiais FIFA.

A CBF não está nem aí, pois sua única preocupação é a Seleção. Dela não se pode esperar muito mesmo.

Os clubes, maiores interessados, não se organizam para reivindicar mudanças, visto que se ocupam com questões de curto prazo, como adiantamento de cotas e venda de jogadores. Mudanças estruturais, além de darem muito trabalho, não trazem resultados rápidos - e provavelmente estão aquém da capacidade intelectual dos nossos dirigentes.

Então não reclamem.

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Consciência olímpíca

Do Estado de S. Paulo
Boleiros - Daniel Piza

"Alguns comentários em alta me levam a voltar ao tema da Olimpíada de 2016 no Rio. Sou a favor dela, como da Copa de 2014. Gosto de eventos esportivos e eles atraem investimentos e atenção e, ainda, confirmam a presença crescente do Brasil na arena mundial. Mas vejo gente séria baixando a guarda. Primeiro, os excessos ufanistas são deploráveis, antes de mais nada porque levados a sério por boa parte da população. Essa história de que sediar uma Olimpíada faz do Brasil um país 'de primeira classe', como disse chorando o presidente Lula, é de chorar mesmo.

Repito: o Rio não foi escolhido primordialmente por sua infra-estrutura, nem mesmo por sua indiscutível beleza; o fator número 1 foi o ineditismo do continente. O bom momento do Brasil e a boa imagem de Lula colaboraram, mas daí a supor que 'estamos quase lá' requer uma alienação incrível. Mesmo que tudo seja feito corretamente - promovendo o esporte brasileiro e reorganizando o urbanismo carioca, ao contrário do que houve no Pan -, ainda assim os problemas centrais da nação não terão sido atacados. Na mesma semana da festa, divulgou-se o IDH do Brasil, ranking no qual estamos longe de ser potência...

Segundo, alegar que 'se for por causa da corrução, não fazemos nada', como escreveu o ótimo Xico Sá, não me parece sensato. Respeito ao dinheiro público não é princípio negociável, salvo por aqueles que, como a ministra Dilma Rousseff, atiram dardos no TCU quando ele sugere paralisar uma obra com suspeitas de graves irregularidades. Querer uma Olimpíada sem superfaturamento e incompetências é o oposto de torcer contra o Brasil. No Fla-Flu dos debates, quem mais sai comemorando são os poderosos."

(grifos meus)

Nota Esporte Brasilis: uma aula de como apoiar os Jogos, deixando de lado o patriotismo barato ou interesses pessoais.

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Ocaso do Centenário

Após perceber que até a vaga na Libertadores estava indo pro brejo, a Diretoria Colorada resolveu mandar o técnico Tite embora. Faltando apenas 11 rodadas para o fim do Brasileiro, a "solução" encontrada foi Mário Sérgio, que não figura entre os principais técnicos do Brasil (já foi algum dia?) e chegou com aquele discurso batido de "brigar por títulos".

O erro não foi cometido agora, mas no final do ano passado - como escrevi neste mesmo blog.

A conquista da Sul-Americana tirou a coragem dos dirigentes colorados de buscar um nome mais adequado ao seu Centenário. Tite é um cara sério, bom técnico, mas apenas bom. O Internacional tinha planos maiores para 2009, mas o comandante não estava à altura.

Já que a casa pegou fogo, resolveram ao menos salvar os móveis. Talvez o "choque" causado pela mudança de treinador dê ao Inter os pontos que faltam para garantir presença na Libertadores 2010, pois o Brasileiro 2009 foi pro saco.

O Internacional cometeu o mesmo erro que o São Paulo, também no final de 2008, que inebriado pela conquista do Hexa, não percebeu que o tempo de Muricy já se esgotara no Morumbi - foi preciso os jogadores "passarem o recado" em campo, e a perda de mais uma Libertadores, para que o Tricolor caísse na real.

O São Paulo pagou o preço com o provável primeiro ano sem títulos desde 2005.

E o Inter, com um Centenário nada especial.

Veja como foi a comemoração dos 100 anos de outros "grandes" clubes brasileiros:

Botafogo (2004): recém promovido da Série B, passou o ano sem títulos. Colocação no Brasileiro: 20o.
Flamengo (1995): venceu apenas uma Taça Guanabara, e assistiu ao fracasso do trio Romário/Edmundo/Sávio. Colocação no Brasileiro: 21o.
Fluminense (2002): Campeão Carioca. Colocação no Brasileiro: 4o.
Vasco (1998): Campeão Carioca e da Libertadores. Colocação no Brasileiro: 10o.
Grêmio (2003): sem títulos. Colocação no Brasileiro: 20o.
Atlético-MG (2008): sem títulos. Colocação no Brasileiro: 12o.

Humor olímpico

"Copa 2014, Rio 2016... vamos enforcar 2015!"

José Simão, no UOL.

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Começou cedo

Do UOL Esporte (trechos), indicado pelo Blog do Jsé Cruz, o qual recomendo a leitura.

"04/10/2009 - 20h10

Para Lula, discutir transparência de gastos 'diminui papel do Brasil' para 2016

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou neste domingo, em Bruxelas, que questionar a transparência dos investimentos previstos para os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, em 2016, é um argumento para diminuir o papel do Brasil.

'Eu acho que ficar com esse argumento agora, que eu já ouvi algumas pessoas dizerem, seria colocar o Brasil outra vez no papel pequeno que alguns querem colocar todo santo dia. Certamente o povo brasileiro saberá fiscalizar o uso do dinheiro', afirmou o presidente a um grupo de jornalistas."

Nota Esporte Brasilis: fiscalizar o povo até sabe, pois irregularidades são encontradas aos montes; o problema surge na hora de punir...

"Perguntado pela BBC Brasil sobre como o governo pretende garantir a transparência, Lula respondeu: 'Garantindo. Primeiro com o simples pressuposto de que as pessoas são honestas até que provem o contrário'."

Nota Esporte Brasilis: essa última frase é tão bisonha que nem merece comentário. Resumindo, o tal patriotismo de botequim surge novamente, agora para facilitar a farra com dinheiro público.

Resposta ao patriotismo de botequim

O Presidente Lula, um dia após a vitória da candidatura do Rio, resolveu atacar "os que sempre torcem contra". Segundo o site Globoesporte.com, "Lula citou a Copa de 2014 para ilustrar seu argumento. - Quando ganhamos a disputa por 2014, tinha gente dizendo que o Brasil não estava preparado. É o tipo de gente que levanta de manhã, vê o sapato velho e diz: 'Não vai caber no meu pé' – afirmou o presidente. Lula se referiu a 'pessoas que sempre torcem contra o Brasil', mas não quis citar nomes durante a entrevista."

Não me surpreende essa postura, já que a maioria dos "patriotas" brasileiros age da mesma forma, e falar para uma platéia atenta e eufórica é sempre fácil.

Para nós que criticamos, queremos a verdade, não toleramos pilantragem e repudiamos o "jeitinho brasileiro", essa é a hora de tomar porrada; mas eu prefiro porrada a embarcar em qualquer onda ufanista para ficar bem com a galera. Cada um com seus valores, nada mais.

Em sua coluna de hoje no Estado de S. Paulo, o jornalista Paulo Calçade escreveu algo que caberia perfeitamente como uma resposta ao Sr. Presidente:

"É assustador constatar que muita gente neste País ainda defenda o pensamento único, a adesão sem limites ao tom emocional de uma disputa, onde o importante é vencer, não refletir."

Pensar, argumentar e saber respeitar. Simples assim.

Dificultado apenas por aqueles que insistem em embarcar nesse patriotismo convencional de quinta categoria.

Frase olímpica

"Temos uma oportunidade e muitos riscos."

Luiz Gonzaga Belluzzo, Presidente do Palmeiras, sobre o Rio-2016, na ESPN Brasil.

O que há de bom nisso tudo

Independentemente das promessas a respeito do Rio-2016 serem ou não cumpridas, o Brasil terá alguns benefícios - ou já teve - quase que inerciais, só pelo fato de a cidade ter sido escolhida a sede dos Jogos. Entre elas, podemos citar:

1) Crescimento econômico: projeções indicam que no ano olímpico, e até mesmo nos que antecedem os Jogos, o PIB do país sede pode apresentar crescimento de até 0,5%, o que é sensacional. Dinheiro será investido no Brasil e no Rio de Janeiro - cabe aos responsáveis saber aplicá-lo da melhor forma possível.

2) Revitalização do Rio de Janeiro: com a vinda de um evento desse porte, melhorias na cidade são indispensáveis. Investimentos públicos da ordem de R$ 28 bilhões estão previstos em obras de infraestrutura. Existem (poucos) exemplos de cidades que se transformaram após a realização dos Jogos, com benefícios duradouros para sua população - resta saber o que efetivamente será feito, e a que custo.

3) Imagem do país no exterior: a força política e o potencial econômico apresentado pelo Brasil na candidatura Rio-2016 (em grande parte decorrentes do carisma de Lula e da competência de sua política externa) permitirão ainda mais a entrada de investimentos externos no país e a participação do Brasil em discussões relevantes de interesse mundial. A percepção do mundo com relação ao Brasil é bem melhor do que já foi no passado - mesmo que a realidade, como sabemos, ainda está longe dos filmes apresentados pelo COB.

4) Desenvolvimento do esporte nacional: na pior das hipóteses, teremos dois ciclos olímpicos com fartura de recursos, já que o maior sinal de desenvolvimento de um país, quando se trata de Jogos Olímpicos, é a quantidade de de medalhas conquistadas. É bem provável que essa melhora já seja sentida em Londres-2012, visto que a meta do COB para 2016 é colocar o Brasil entre os 10 primeiros colocados. O fato é que atletas ainda desconhecidos, ainda nem profissionais, serão muito beneficiados como os Jogos no Brasil - mas, o sucesso de um legado esportivo consistente, que envolva não apenas uma grande quantidade de medalhas em 2016, passará obrigatoriamente pela implantação de políticas públicas permanentes visando o desenvolvimento do esporte em âmbito nacional, que trará não só um maior número de medalhas em 2016, mas, principalmente, em 2020, 2024, 2028... esse sucesso ainda demorá alguns anos para ser medido com segurança.

A realização dos Jogos, por si só, já é boa a curto prazo para o Brasil.

Para que esses resultados sejam também sentidos no longo prazo, temos de contar com a competência e vontade dos responsáveis.

E é aí que mora o problema.

Reflexões olímpicas

Olhando o post abaixo, já decorridos alguns dias do anúncio do Rio como cidade-sede dos Jogos Olímpicos de 2016, confesso que posso ter exagerado um pouco. O sinal de luto ficou pesado para um acontecimento das proporções da decisão do COI. Mas ele reflete o meu sentimento ao ver Jacques Rogge, com um envelope em mãos, pronunciar 'Rio de Janeiro' com aquele sotaque carregado.

Fiquei triste durante toda a sexta-feira, já que de nada adiantara a minha torcida contra, e assisti a consagração daqueles por qual não tenho nenhum apreço - ao contrário, nutro profundo desprezo. Nem o choro do Lula seria capaz de me comover.

Hoje, segunda-feira, já digerido o choque inicial, já é possível começar a enxergar outros pontos da questão; que, por ser tão complexa, não aceita uma posição radical e inflexível de nenhum dos lados.

Mas calma: se você acha que mudei de opinião só para me alinhar com a maioria, pode parar. Para que não reste dúvidas sobre a minha posição sobre os Jogos Olímpicos no Brasil, usarei letras garrafais: SOU CONTRA A REALIZAÇÃO DE EVENTOS DESSE PORTE NO BRASIL, E TORCI CONTRA A CANDIDATURA RIO-2016. PORÉM, UMA VEZ VITORIOSA, DESEJO QUE OS JOGOS SEJAM NÃO SÓ UM SUCESSO, MAS QUE O PAÍS SAIBA APROVEITAR A OPORTUNIDADE E UTILIZE OS RECURSOS GERADOS EM BENEFÍCIO DO BRASIL E DAQUELES QUE MAIS NECESSITEM. E QUE HAJA REALMENTE UM LEGADO, ESPORTIVO, ECONÔMICO E SOCIAL - EMBORA NÃO ACREDITE QUE ISSO VÁ ACONTECER.

(Apenas como prova de que não desejo o fracasso dos Jogos de 2016, retirei do blog o logo contrário à candidatura do Rio, que ficava aí do lado direito das postagens.)

E por que não acredito? Porque não confio nas pessoas responsáveis pelo projeto Rio-2016. Carlos Artur Nuzman comanda o esporte olímpico brasileiro há anos, com poucos avanços, adotando métodos nada democráticos para se manter no poder e tratando o esporte como um projeto pessoal de auto-promoção; o Ministro Orlando Silva, que em pleno século XXI ainda prega a causa comunista, encara o esporte como mero trampolim político; Sérgio Cabral tem em seu rol de amigos e aliados o casal Garotinho, além de diversos problemas com a justiça; Eduardo Paes era Secretário de Esportes do Rio de Janeiro durante o Panvergonha-2007. Aliás, todos os citados acima também tiveram participação efetiva naquela gastança desenfreada e impune.

E, claro, acima de tudo e todos, do bem e do mal, temos o Presidente Lula. Que, se pode se orgulhar das verdadeiras conquistas obtidas em seu governo nos campos social, econômico e político (este último fundamental para a vitória do Rio), ainda é o chefe de um dos governos mais CORRUPTOS da história da democracia brasileira - é um defeito meu não esquecer das coisas, e o mensalão continua vivo na minha memória.

Não em venham com a historinha de que 'Corrupção tem em todo lugar'. Até é verdade, mas não aceito. Não duvido que até em países como, por exemplo, a Noruega (1a posição no Ranking IDH) existe corrupção, mas existem algumas diferenças básicas entre a pilantragem nórdica e a tupiniquim.

Senão, vejamos:
1) Aqui a corrupção é MUITO maior, já que o Brasil é reconhecidamente um dos países mais corruptos do mundo;
2) O estrago da corrupção no Brasil também é mais significativo aqui do que em países desenvolvidos, já que a população brasileira é mais carente e ainda temos um longo caminho a percorrer;
3) Mais importante: a corrupção na Noruega é problema... da Noruega. Sou brasileiro, moro no Brasil e por isso tenho que me preocupar, combater e me indignar com a corrupção do Brasil. Dizer que ela é inevitável, e que por isso deve ser relevada, é de um conformismo grotesco e inaceitável.

Enfim por essas e outras, não acredito em um legado significativo, mesmo que algumas dessas pessoas já não estejam à frente da empreitada em 2016. A essência permanecerá a mesma, já que não se muda a mentalidade de um povo, cultivada ao longo de mais de meio século, em apenas sete anos.

Apesar disso, torcerei para estar errado, já que a vitória "deles" também será a minha vitória. Mesmo que alguns poucos ganhem (bem) mais que a maioria - o que, para mim, já é fato consumado - se realmente houver um legado para a cidade do Rio de Janeiro e para o país, para o esporte brasileiro e para a consciência do nosso povo, ficarei feliz. Meus filhos crescerão no Brasil pós-2016 (e, obviamente, pós-2014, só para lembrar que o que vale para as Olimpíadas vale também, em boa parte, para a Copa do Mundo), e se essa farra de hoje se materializar em avanços no futuro, ótimo.

Dentre tudo o que escrevi, falei mais de política do que de esporte (a escolha do COI também não privilegiou mais aspectos políticos do que esportivos?). A discussão em torno dos Jogos, daqui até 2016, deve também girar primordialmente em torno da política, no sentido de fiscalizarmos e cobrarmos aqueles que assinarão contratos e cheques. Esse debate é importante e fundamental para que as coisas ocorram como devem ocorrer.

Para encerrar, vou me permitir deixar tudo isso de lado um pouco, por apenas algumas linhas, para deixar registrado o ponto fundamental da questão, que não pode passar am branco:

O BRASIL SERÁ SEDE DE UMA OLIMPÍADA.

O que, para um apaixonado por esportes, é fantástico; e, para o país, uma oportunidade única.

Parabéns ao Rio.

Boa sorte a todos.

E tomara que eu esteja errado.

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Eles venceram

O Rio da Janeiro é a sede dos Jogos Olímpicos de 2016.

A corja olímpico-política brasileira finalmente conseguiu o que queria.

Quando eu me recuperar do baque escrevo mais.

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Do UOL Esporte

"Um ano após medalha inédita, Fernanda Oliveira desabafa: 'A casa está caindo'

Bruno Doro
Em São Paulo

Fernanda Oliveira conquistou, nas Olimpíadas de Pequim, a primeira medalha de uma velejadora brasileira na história. O bronze da classe 470 feminina, ao lado da proeira Isabel Swan, foi comemorado, mas não deu lucro. Um ano após subir ao pódio, a situação de Fernanda só piorou.

'A casa está caindo. Não tenho patrocínio e estou mantendo o projeto só com o que eu recebo da Confederação', conta a velejadora gaúcha. Enquanto Isabel aproveita a fama e viaja com o Comitê Organizador dos Jogos Rio-2016 como uma das caras do esporte olímpico brasileiro, Fernanda luta para se manter só da vela.

Aos 30 anos, está em sua quarta campanha olímpica, testando uma nova proeira, Ana Barbachan. Muito elogiada por Fernanda, ela foi escolhida em um conjunto de atletas bem mais restrito do que aquele de onde surgiu sua antecessora. O que pesou a favor de Ana foi o fato de morar em Porto Alegre.

'Ela já foi timoneira, velejou bastante de 420, pode me ajudar na tática, algo que as outras meninas com quem velejei antes não conseguiam. Agora, pesou também ela ser gaúcha. Não tinha como fazer como fiz com a Isabel', diz Fernanda, lembrando que ela bancou a estadia da companheira no Sul durante o ciclo olímpico passado.

O projeto, aliás, foi um dos grandes responsáveis pelo sucesso de Fernanda em 2008. Com patrocínio de uma marca de cosméticos, ela montou uma equipe multidisciplinar, com técnico, preparador físico, psicólogo. Trouxe Isabel de Niterói, no Rio, para morar em Porto Alegre. Viajou muito, fez intercâmbios, trouxe as italianas Giulia Conti e Giovana Micol, líderes do ranking mundial em boa parte de 2008, ao Brasil, para treinos.

'Hoje, eu consigo manter a mesma equipe, mas está ficando vez mais difícil. No ciclo olímpico passado, eu conseguia pagar todo mundo, mas não sobrava nada para mim. Hoje, a situação continua a mesma. Montei uma palestra e estou fazendo alguns eventos, mas tudo isso é para bancar o projeto. Continuo sem ganhar nada', afirma a velejadora.

A tantas dificuldades, soma também a falta de entrosamento com Ana. Sem ritmo, elas não velejaram juntas no circuito europeu neste ano. O único evento do qual participaram foi a Semana Pré-Olímpica de Weymouth, que serviu para conhecer a raia em que serão disputas as regatas dos Jogos Olímpicos de Londres, em 2012.

Na Inglaterra, terminou em 15º lugar. Completou só duas regatas entre as dez primeiras. 'Ainda não temos desenvoltura nas manobras. Mas eu senti que temos um potencial muito grande. Várias vezes, andamos em quinto lugar, sexto, mas perdíamos nas manobras. E fomos bem principalmente no vento forte, que era um ponto fraco. Então, podemos evoluir. Mas não vamos andar na frente imediatamente. Vai demorar'."

Nota Esporte Brasilis: essas duas últimas notícias mostram o que o COB (não) tem feito pelo esporte brasileiro nos últimos anos. O Complexo Deodoro, único legado efetivo do Pan-2007, está ameaçado; e uma medalhista olímpica paga do próprio bolso para continuar no esporte.

Enquanto isso, R$ 100 milhões de reais já foram investidos na candidatura Rio-2016 - que, se for bem sucedida, servirá apenas para fazer a alegria daqueles que tratam o dinheiro público como privado, visando a interesses particulares em detrimento do desenvolvimento do esporte nacional.

Notícias pré-olímpicas - 4

Do Estado de S. Paulo

"Tiro, nova dor de cabeça para o COB

Promessas em vão e inoperância dos dirigentes ameaçam o funcionamento do Centro Nacional em Deodoro

Bruno Lousada, RIO

A dois dias do anúncio da sede dos Jogos de 2016, o presidente da Confederação Brasileira de Tiro Esportivo (CBTE), Frederico Costa, ameaçou abandonar no fim do ano o Centro Nacional de Tiro Esportivo, localizado no Complexo Esportivo de Deodoro (zona oeste), um dos poucos legados do Pan de 2007. Alegou que a confederação não tem mais condições de bancar o equipamento, que consome R$ 420 mil por ano, e disse que cansou de pedir ajuda e de ouvir promessas de dirigentes do Comitê Olímpico Brasileiro (COB) e das autoridades do País.

'Sustento o Centro de Tiro desde o fim do Pan. Já gritei, fui atrás das autoridades, mas entra num ouvido e sai pelo outro', declarou Frederico Costa ao Estado. 'Todos prometem que vai sair uma verba hoje ou amanhã e isso já faz dois anos.'

Para o dirigente, as promessas ficaram 'na conversa'. 'Por isso, em dezembro, retiro os meus funcionários de lá', comentou. 'Não aguento mais ouvir que vão ajudar a manter aquilo. Aqui no Brasil é muito fácil construir.' Frederico Costa explicou que o gasto com a instalação representa mais de um terço da verba (de R$ 1,1 milhão) arrecadada pela confederação graças à Lei Piva (que destina 2% da receita das loterias federais do País ao COB e ao Comitê Paraolímpico).

Segundo o dirigente, o custo o impede de investir mais na formação de atletas e no desenvolvimento do esporte, que deu ao Brasil a primeira medalha olímpica de ouro, com Guilherme Paraense, em 1920. 'Se o equipamento quebrar, não temos dinheiro para consertar. Já disse ao ministro do Esporte (Orlando Silva) e ao presidente do COB, Nuzman, que vai haver mais um legado abandonado.'

Construído para o Pan, o Centro de Tiro consumiu R$ 70 milhões dos cofres públicos e será usado nos Jogos de 2016, caso o Rio seja sede. É instalação de nível internacional e receberá em 2010 a Copa das Américas, classificatória para a Olimpíada de 2012.

A Assessoria de Imprensa do COB informou que tentou, e não conseguiu, contato com os dirigentes da entidade, todos envolvidos com a candidatura do Rio. Ressaltou, porém, que o equipamento é de responsabilidade do Exército e está sob coordenação do Ministério do Esporte. Em nota, o ministério afirmou que 'vem colaborando decisivamente com o desenvolvimento do tiro esportivo e, consequentemente, com as atividades da CBTE'."

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Nova sede, velhos problemas


Foi lançada ontem a pedra fundamental da nova sede da CBF, no Rio. Custará por volta de R$ 80 milhões, sendo R$ 25 milhões de responsabilidade da Prefeitura da cidade, para a construção de um museu.

Segundo Eduardo Paes, uma obra que será "muito importante para a cidade" - mesmo sendo utilizada por uma entidade privada, que busca apenas favorecer interesses próprios.

A CBF (Confederação Brasileira de Futebol) deveria zelar pelo futebol brasileiro, e não somente pela Seleção Brasileira; gestão de clubes, calendário, soluções para o êxodo de jogadores - essas e outras seriam questões pertinentes à Confederação, e não apenas cotas de patrocínio para a Amarelinha.

Ricardo Teixeira enche os cofres da entidade, constrói uma bela sede, enquanto, no próprio Rio de Janeiro, o esporte se esfacela.

O Vasco está na Série B. Botafogo e Fluminense (este, com a sua sede social caindo aos pedaços) devem estar lá no ano que vem. O Flamengo, com uma série crise política e financeira, ocupa apenas a 8a colocação do Brasileirão, longe da briga pelo título.

A maior culpa por suas situações, claro, é dos próprios clubes.

Mas a CBF poderia - ou melhor, DEVERIA - se empenhar em melhorias estruturais no futebol, e não permitir que tal discussão, divulgada ontem pelo Painel FC da Folha de São Paulo, fosse novamente levantada:

"A Globo Esporte, braço da emissora que cuida de eventos esportivos, enviou proposta aos clubes para alterar o formato do Brasileiro. Sugere a volta do sistema de mata-matas, com duas vagas na Libertadores para os dois primeiros na fase de classificação e outras duas para o campeão e o vice. Caso se repitam, elas seriam dos semifinalistas. A Globo também sugere uma inversão na janela de transferência. Quatro semanas em janeiro e 12 entre junho e agosto, o que permitiria a jogadores repatriados atuar já no mês de junho."

Demos um grande passo à frente com a adoção do sistema de pontos corridos; mas a CBF, movida por interesses próprios - e da sua grande parceira, a Rede Globo - poderá ajudar no retrocesso (aliás, muitos clubes também devem aderir à idéia, pois planejamento e competência não combinam com nossos dirigentes).

O futebol, como sempre, sairá perdendo.

Ao contrário da CBF - que ganhou até uma sede nova.

Notícias pré-olímpicas - 3

Da ESPN.com

"Na reta final por 2016, Rio dá vexame e 'perde' Copa do Mundo de natação

A Federação Internacional de Natação (Fina) anunciou nesta terça-feira que o Rio de Janeiro não receberá a etapa brasileira da Copa do Mundo de natação, marcada para outubro. Segundo a entidade máxima do esporte, a cidade alegou falta de verba devido à dificuldade para conseguir investidores para o evento.

"Eles dizem não ter recursos financeiros. Não conseguiram verba, e por isso afirmaram que não poderão organizar o evento", disse Cornel Marculescu, diretor executivo da Fina. A etapa carioca já foi removida do calendário do site da entidade, e também não será realizada entre 2010 e 2013, a pedido das autoridades esportivas brasileiras.

O cancelamento de um evento internacional aparece em momento delicado para a cidade, que disputa com Chicago, Madri e Tóquio o direito de organizar a Olimpíada de 2016. A decisão sai na sexta-feira, em Copenhague. Entretanto, Marculescu evitou especular sobre um possível efeito do cancelamento na candidatura olímpica carioca.

"Só posso falar o que sei sobre o meu esporte, e o que sei é que não haverá Copa do Mundo no Rio pelos próximos quatro anos. A Olimpíada é uma coisa diferente, e eles têm propostas muito boas para os esportes aquáticos", disse o dirigente.

Sem o Rio, a Copa do Mundo deste ano terá apenas cinco etapas, em Durban (África do Sul), Moscou, Estocolmo, Berlim e Cingapura. Entre 2010 e 2013 serão sete etapas, em Berlim, Estocolmo, Moscou, Dubai, Cingapura e duas cidades ainda a serem definidas, na China e no Japão."

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Notícias pré-olímpicas - 2

Da Folha

Segunda-feira, 28 de setembro de 2009
"Rio-2016 gasta quase R$ 1 mi em hotel

Delegação do país, que inclui Cielo, Guga, Parreira e Pelé, passará a semana em Copenhague na corrida pela Olimpíada

Campanha carioca leva mais de 200 pessoas para a Dinamarca; limite por país na cerimônia de escolha, na sexta, é de 60 convidados

RODRIGO MATTOS
SÉRGIO RANGEL
ENVIADO ESPECIAL A COPENHAGUE

A candidatura brasileira abriu os cofres para impressionar os eleitores do COI (Comitê Olímpico Internacional), que escolherão na sexta-feira a sede dos Jogos-2016. O comitê de postulação praticamente fechou um dos hotéis mais sofisticados da capital dinamarquesa e transformou o local numa espécie de embaixada carioca. Até uma bandeira brasileira foi colocada no topo do prédio.
A Rio-2016 deve gastar, na estimativa mais conservadora, R$ 900 mil para abrigar dirigentes, políticos, prestadores de serviços e atletas no Hotel SKT Petri. Segundo funcionário do comitê, 230 dos 268 quartos estão fechados para receber o estafe brasileiro.
Até ontem, a candidatura do Rio não divulgara oficialmente o número de integrantes da delegação. Mas ao menos 200 pessoas estarão em Copenhague com as contas pagas por verba privada e pública -alguns quartos serão escritórios.
As delegações oficiais podem contar com 60 integrantes no dia da eleição, no Bella Center.
Chicago, Madri e Tóquio, adversárias do Rio, também têm hotéis-sedes em Copenhague.
A Rio-2016 não informou o custo de hospedar a delegação. Para calcular o valor gasto pela candidatura carioca neste item, a reportagem levou em conta apenas a diária do quarto mais barato, que mede 24 metros quadrados, no SKT Petri.
Cada apartamento custa 210 euros (R$ 500). O valor foi multiplicado pelo número de quartos e por sete diárias, tempo que a maioria da comitiva brasileira gastará na cidade.
Alguns funcionários chegaram na semana passada para preparar o ambiente. Atletas, ex-esportistas e técnicos, como Cesar Cielo, Guga e Carlos Alberto Parreira, chegam aos poucos. A velejadora Isabel Swan já estava por lá ontem.
O hotel escolhido pela candidatura brasileira é o único da Dinamarca que faz parte da seleta lista dos Hotéis Design. O local é famoso por receber eventos de moda e conferências. E seu restaurante é conhecido pela comida refinada.
Para ficar com a cara brasileira, agora o hotel conta com uma recepção de pessoas com uniformes da Rio-2016 que falam português. Fotos da cidade e bandeiras da candidatura decoram o salão principal.
A delegação do comitê carioca, no entanto, não se limita ao hotel SKT Peter. Alguns membros do comitê de candidatura foram autorizados a ficar no hotel Marriot, onde se hospedam todos os membros do COI.
Entre eles, estão o presidente da candidatura, Carlos Arthur Nuzman, e o seu mais famoso defensor, Pelé, que chegou ontem. Os custos do ex-jogador são pagos pelo próprio COI.
Cada uma das quatro cidades postulantes à Olimpíada teve direito a alguns quartos neste hotel para tentar aproximação com os eleitores nos últimos dias de campanha.
Já luxuoso hotel Nimb, que tem apenas 13 quartos e só usa móveis exclusivos, vai abrigar as autoridades brasileiras ligadas à candidatura. Durante a semana, estarão hospedados no local o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ministro do Esporte, Orlando Silva Jr., o prefeito do Rio, Eduardo Paes, e o governador Sérgio Cabral.
No total, a candidatura Rio-2016, que consumiu recursos do município, do governo, da União e da iniciativa privada, tem previsão de custos de R$ 101 milhões. O Ministério do Esporte investiu mais cerca de R$ 25 milhões em ações do projeto de forma direta até a metade do mês passado."

Notícias pré-olímpicas - 1

Do Terra

Sábado, 26 de setembro de 2009, 19h12
"Rio tem projeto mais caro
entre as candidatas

A candidatura olímpica do Rio de Janeiro para 2016 apresentou o projeto mais caro entre as quatro concorrentes de acordo com as necessidades de desenvolvimento do país e com o tamanho desta grande urbe onde vivem mais seis milhões de pessoas.

O alto custo chega a US$ 13,92 bilhões, dos quais 72% correspondem ao orçamento destinado às diversas obras de infraestrutura necessárias, incluindo as custosas reformas do aeroporto e do metrô. A candidatura carioca apresentou garantias plenas para pagar o alto preço dos Jogos, que foram assumidas em partes iguais pelo Governo federal, estadual e municipal.

O orçamento operacional soma US$ 2,82 bilhões e será financiado em parte pelo Comitê Olímpico Internacional (COI) (31%), patrocinadores (20%) e a venda de entradas (14,4%), porcentagem que equivale a apenas US$ 406 milhões, a menor renda de ingressos entre as quatro candidatas.

No capítulo de infraestruturas, a candidatura do Rio pretende gastar US$ 11,1 bilhões, que correspondem a obras de transporte (50%), saneamento (12%), energia (8%), segurança (7%), instalações esportivas (4%), Vila Olímpica (4%), outras vilas (8%) e centro de imprensa (2%), entre outras.

No que diz respeito às praças esportivas, os Jogos do Rio contarão com 33 instalações, sendo que 10 delas já estão concluídas e não necessitarão de reformas fundamentais, oito serão reformadas, nove serão construídas de zero e ainda serão instaladas outras seis estruturas temporárias.

A Vila Olímpica contará com 32 prédios de 12 andares e capacidade para 17.700 camas, e alojará a metade dos atletas a menos de 10 minutos a pé de seus centros de competição. No entanto, tanto a Vila como a maioria das instalações estão localizadas a 35 quilômetros da principal área hoteleira, nos bairros de Ipanema e Copacabana, onde a grande maioria do público ficará hospedada.

As enormes distâncias representam um desafio para o sistema de transporte que, se não funcionar com perfeição, pode criar problemas críticos, segundo o relatório do COI.

Por isso, foi desenhado um caro programa de melhorias, que significará um importante legado para a cidade e que, em grande medida, será executado mesmo que o Rio não seja escolhido para sediar os Jogos.

O sistema de transporte terá 70 quilômetros de pistas duplas exclusivas para ônibus, ainda por construir, que custarão US$ 1,23 bilhão, e que apoiarão os 300 quilômetros de pistas que serão reservados para a livre circulação dos veículos da "família olímpica".

Além disso, serão concluídas as obras do anel viário (US$ 600 milhões), será ampliada o sistema de metrô e de trem (US$ 1,31 bilhão), será renovado o parque de composições destas linhas (US$ 1,35 bilhão) e será ampliado o aeroporto internacional (US$ 400 milhões).

A oferta de alojamento garante 13.000 quartos de hotel, 25.000 em vilas de nova construção, 8.500 em seis navios de cruzeiro ancorados no porto e 1.700 apartamentos.

O COI pôs em dúvida as garantias apresentadas para os navios e apartamentos, e alertou ainda sobre os riscos financeiros na construção das vilas.A maior delas, perto da Vila Olímpica e o núcleo central dos Jogos, abrigará 15.000 profissionais em apartamentos duplos de três estrelas."

Nota Esporte Brasilis: apenas lembrando que as melhorias no transporte público, despoluição da Baía de Guanabara, entre outros, já estavam previstos para o Pan-2007 - e não saíram do papel; boa parte das instalações esportivas está sub ou inutilizada, além de terem custado muito mais do que o previsto; e os apartamentos da Vila do Pan causam mais transtorno do que conforto para seus moradores, como pode ser visto em http://www.associacaodaviladopan.com.br/

CHI-CA-GÔÔ


Um maluco amigo meu resolveu correr a maratona de Chicago, ano passado, e trouxe de lá duas pulseirinhas da campanha da cidade para sediar os Jogos Olímpicos de 2016.

Usarei as mesmas até sexta-feira, numa corrente positiva para a 'Wind City'.

O que também significa ser a favor do Brasil.

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

A foto explica

Considero este post tão banal que quase não o publiquei, ainda mais devido ao seu personagem principal - um mau caráter de quinta categoria. Mas vai lá.

Kléber achou a coisa mais normal do mundo visitar a Mancha Verde na semana em que enfrentaria o Palmeiras. Não é.

Até no mundo corporativo, em que o a profissionalismo deixa pouco espaço ao sentimentalismo, temos casos de "amor à camisa", mesmo que forçados pela cultura de cada empresa: funcionários da Ambev não bebem Coca-Cola; os da Microsoft não podem ter iPod. E assim vai.

No futebol, mesmo com a necessidade da profissionalização da gestão dos clubes e federações, a emoção é o principal combustível. Visitar o rival antes de um confronto é inaceitável, sob qualquer circunstância, e querer se explicar é muita canalhice.

O jogador fez o que fez, alguns dias depois o Cruzeiro perdeu para o Palmeiras e, quando saiu substituído, é claro, tomou vaia. E como se não bastasse tudo isso, Kléber ainda acenou para a torcida palmeirense que gritava o seu nome.

A seguir, as declarações do jogador, publicadas no site da UOL:

"Eu fiquei tão surpreso como vocês (jornalistas), até porque a conversa que tive com os torcedores é que não teria vaias. Infelizmente, houve vaias. Não esperava acontecer o que aconteceu. Agora é pensar na minha vida, no futuro, em mim, deixar algumas coisas de lado." "Deixei muito claro na conversa que tive com os torcedores que se me vaiassem a minha vontade era de não permanecer no Cruzeiro e eu sou homem de palavra." "Hoje já não tenho mais vontade de permanecer no Cruzeiro, hoje já não tenho a vontade que eu tinha antes."

Discurso típico do jogador mimado e metido a malandro, que cria a confusão, posa de vítima e força a saída de um clube sem arcar com seus compromissos.

Teve mais: "Vou entrar em campo e vou me dedicar ao máximo. Vou tentar vencer o jogo porque sou um cara profissional, sou pago pelo Cruzeiro, vou tentar me dedicar ao máximo."

Se ele fosse realmente "profissional", não teria ido bater uma bola em plena recuperação de contusão, com a torcida organizada do próximo adversário de seu time.

Podemos estar presenciando mais um talento do futebol ficar aquém do que pode, por pura falta de estrutura e caráter.