segunda-feira, 5 de maio de 2008

O fim dos estaduais

Ao contrário da maioria - ou, pelo menos, de boa parte - dos fãs de futebol, não sou a favor do fim dos Campeonatos Estaduais. Acho que do modo que o futebol foi estruturado no Brasil, até em razão das características geográficas, os estaduais têm espaço no calendário. Mesmo que o interesse das torcidas, principalmente nos grandes centros, seja maior em ver frustrada a alegria do rival do que em adicionar mais essa taça à galeria.

A única coisa que precisa ser revista é seu formato, pois um Campeonato Paulista (só para ficar no exemplo do meu Estado) com 20 times e quatro meses de duração é inconcebível. O excesso de times abaixa o nível e o excesso de meses encobre o que é mais importante. Semana que vem começa o Brasileirão sem nem dar tempo da galera respirar. Isso para não falar da Libertadores e da Copa do Brasil.

O título da postagem só faz referência mesmo ao fim dos Campeonatos Estaduais de 2008, então vamos a eles - ou a alguns deles.

Não tivemos grandes surpresas nos principais campeonatos, já que todos os favoritos terminaram campeões. Começando pelo Rio Grande do Sul, com uma impressionante goleada do Inter sobre o Juventude. Digna de um favorito ao título nacional de 2008 com um recém-rebaixado à Série B. A nota triste ficou no banco do Juventude, com o Zetti vendo cada vez mais sua carreira de técnico indo pro espaço. Depois de maus resultados e escolhas, o ex-goleiro acumulou em uma semana uma eliminação para o Corinthians-AL e o vexatório desfecho no Gauchão.

Subindo um pouco e parando no Paraná, tivemos o Coritiba ganhando o título em plena Arena da Baixada. E com mais um papelão do Sr. Petraglia, ao proibir a entrega da taça alegando motivos de segurança. Cada vez mais o Atlético-PR se torna o time mais antipático do futebol brasileiro e fica mais longe da elite.

Em São Paulo, o Palmeiras pôde enfim tomar posse do que já era seu, já que o título havia sido conquistado semana passada em Campinas. Ou melhor, semana retrasada, no mesmo Palestra Itália. O melhor time do campeonato saiu da fila e deu mais um recorde para Wanderley Luxemburgo.

No Maracanã, outra nota triste no banco de reservas. O Cuca é um cara simpático, honesto, trabalhador, mas tem "Perdedor" escrito na testa. Suas entrevistas, sejam nas vitórias ou derrotas, mais parecem pedido de desculpas. Ele até arma bons times, mas não consegue ganhar nada. Esse é outro que tem que rever a sua postura, senão não haverá Botafogo que o aguente. E o Flamengo, continua emocionando (já imaginaram como será a estréia do Ronaldo?).

Enfim, no Mineirão, apenas uma revanche de 2007. A diferença entre Cruzeiro e Atlético-MG, seja pela situação atual ou por suas histórias, é ainda maior do que os 5x0 do 1o jogo. Para um time que está prestes a eliminar o Boca Juniors da Libertadores, esse título não deve (pode) significar muito. A não ser, como já dito no primeiro parágrafo, para tirar um sarro dos rivais na 2a de manhã.

Dos cinco campeões listados acima, quatro são candidatos diretos ao Campeonato Brasileiro. Dificilmente o título escapará de um desses quatro ou do São Paulo, o quinto da lista de favoritos (ok, incluo o Fluminense por desencargo de consciência).

Em tempo: a foto desta postagem é uma homenagem ao ABC de Natal, Campeão Potiguar de 2008 e o maior vencedor estadual do Brasil, com 50 títulos.

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