Acontece agora em Campinas o provável maior clássico do interior: Guarani x Ponte Preta. Mesmo sem a força de outros tempos, o embate ainda tem seu charme e atrai atenção, pelo menos no âmbito do futebol paulista.
O Estadão de hoje publicou matéria sobre a atual situação financeira das equipes, que já não vêm bem há tempos. O Guarani quase sucumbiu às dívidas estratosféricas, e a situação dentro de campo ficou tão ruim que demorou dois anos para subie da Série C à B. A Ponte vive dias um pouco melhores, mas nada invejável.
E ambos os times enfrentam o dilema de ter de vender seus estádios para saldar dívidas.
Enquanto lia a referida matéria, tive uma idéia, que guardei para mim por ora por achar polêmica demais. Mas, ao final do texto, percebi que ela não era tão fora da realidade assim, tanto que a Prefeitura de Campinas também a teve: por que Guarani e Ponte não dividem um estádio? Não só conseguiriam sair do buraco financeiro em que se encontram, com a receita da venda do Brinco e do Majestoso, como evitariam a volta para a penumbra, com a divisão de despesas de uma arena que, com o devido planejamento, pode ser rentável.
As torcidas, com certeza, acharão loucura. Dividir o estádio com o maior rival? Jamais!
Só que essa não é uma decisão para os torcedores, mas para os gestores das duas agremiações, responsáveis por seus patrimônios e cientes das dificuldades.
Em plena corrida para se tornar cidade-sede da Copa-2014, muito se discute sobre a construção de novos estádios, e sobre sua futura utilização. Cidades não tão grandes apresentam projetos grandiosos - e caros - para arenas com futuro incerto. A questão também cabe para os rivais abordados neste post: Campinas precisa de dois estádios? Ou seria muito mais racional que, em uma decisão de negócios, os dois se unissem para, juntos, voltarem a ser parte dos grandes clubes do futebol brasileiro?
Os dois, inclusive, já tomaram decisões desse tipo - embora de menor impacto - semelhantes, ao contratar a mesma empresa para gerir programas de marketing dos clubes.
Não custa lembrar que Cruzeiro e Atlético, com certeza uma das três maiores rivalidades do futebol brasileiro, dividem há décadas a mesma casa, sem nenhum prejuízo para as partes.
Ter o mesmo estádio é um pouco mais complicado, reconheço.
Mas o esporte brasileiro precisa de atitudes como essa, com mais razão e menos emoção.
Pois é assim que se faz negócios - coisa que o esporte já é faz tempo.
(Nota: a foto mostra o Brinco de Ouro e o Moisés Lucarelli, em foto aérea da década de 70.)
domingo, 8 de fevereiro de 2009
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