quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Fim de ano olímpico

Chega dezembro e os programas esportivos ficam sem assunto. Sem o futebol, único esporte realmente apreciado no país, comentaristas ficam horas discutindo sobre possíveis contratações, citando fontes misteriosas que geralmente acabam por se comprovar erradas. O esporte nacional entra em sua hibernação anual, que durará até o mês de janeiro, quando começarão os cada vez mais inexpressivos torneios estaduais.

Quanto aos demais esportes, os tais "olímpicos", algumas notícias podem ser pescadas aqui e ali.

Em matéria da última revista Veja, Diego Hypolito contou como anda a vida desde o tombo em Pequim - e como este mesmo tombo fez com que ele perdesse cinco patrocinadores. Como sempre, vale apenas o número 1, o resto é resto. Mesmo que esse "resto" tenha ganho nove medalhas nas etapas da Copa do Mundo de Ginástica e tenha terminado, pelo quarto ano consecutivo, como o melhor atleta do ano no solo. (Não acho que a maior culpa dessa história seja das empresas que retiraram os patrocínios, pois para estas importa o lucro; e se o retorno financeiro no patrocínio esportivo no Brasil - tirando, claro, o futebol - só vem com uma medalha olímpica, o problema não é do mundo corporativo. Ele também não tem responsabilidade se esses atletas estão inseridos em uma estrutura que lhes permitem poucas oportunidades de viver do esporte.)

No atletismo, uma boa notícia: parte dos atletas da extinta Rede Atletismo formaram uma nova equipe, em parceria da mesma Rede com o Clube Pinheiros. Atletas de nível internacional terão um fim de ano mais tranquilo. Menos a maior atleta da modalidade na atualidade no Brasil, Maurren Maggi. A campeã olímpica continua desempregada. O absurdo dessa última frase dispensa comentários posteriores.

E, finalmente, novidades no Planalto. Como divulgado no Blog do José Cruz, o Governo estuda criar uma nova empresa estatal para gerir o esporte de alto rendimento no Brasil. Veja o que foi postado pelo jornalista:

"O suspeito segredo do Ministro

O ministro do Esporte, Orlando Silva, insiste em manter escondida a proposta de Medida Provisória criando a “Empresa de Excelência Esportiva – Brasil Esporte", mesmo depois que tornei público o documento, na quinta-feira.
Naquela mesma data, o ministro presidiu reunião do Conselho Nacional do Esporte, em Brasília e, inacreditavelmente, não fez qualquer referência à MP que altera, inclusive, a Lei Pelé (n. 9.615/98).
Conversei com alguns membros do Conselho. Eles ficaram surpresos com a notícia que leram em meu blog e o silêncio ministerial.

Ou seja, a mais alta instituição de assessoria ao gabinete de Orlando Silva ignora sobre os rumos do nosso esporte.

Isso demonstra como as principais questões são tratadas em nivel governamenta: em silêncio e, por isso, de forma suspeita.

Democracia

Na prática, propor criar uma nova instituição governamental – no caso a “Empresa de Excelência Esportiva” – sem discutir com os órgãos afins, nem mesmo o Conselho Nacional do próprio ministério, é um golpe.

É a forma mais vergonhosa de preparar o continuísmo, quando este governo chegar ao fim, pois o próprio ministro Orlando é o candidato ao cargo de presidente, indicado por políticos interesseiros.

No bom português é querer “se arrumar”, “se dar bem”, independentemente de quem vier a ocupar o Palácio do Planalto a partir de 2011.

Ou seja, tudo feito às escondidas, quando deveria ser público, pois a prática democrática assim recomenda."


Ou seja, os mesmo responsáveis por NÃO implantar uma política esportiva no Brasil (como demonstrado parágrafos acima) são aqueles que tentam se perpetuar na área - agora turbinada pela Copa 2014 e Rio 2016.

Nenhum comentário: