Raras são as vezes que podemos acompanhar ao vivo o nascimento e o ocaso de um ídolo, ainda mais quando tanto o início como o fim são gloriosos.
Poucos viram o início de Pelé, pois quando o Rei iniciou sua série milenar de gols a TV ainda era artigo de luxo e de alcance limitado.
O mesmo podemos falar de tantos outros, como Adhemar Ferreira da Silva, Éder Jofre, Maria Esther Bueno.
Com Ayrton Senna já foi diferente, mas se aquela corrida sob chuva em Mônaco em 1984 é inesquecível, todos preferem esquecer sua última curva em San Marino.
É verdade que vimos diversos jogadores de futebol, vôlei e basquete, mas tanto paixões clubísticas como a própria natureza dos esportes coletivos acabam, de certa forma, dividir as glórias entre aqueles que as conquistam - mesmo que, indubitavelmente, "pertençam" mais a uns poucos do que os outros.
Nos esportes individuais não há essa divisão dos louros.
E no caso de Guga, não há paralelo. Principalmente para a minha geração, pois dos atletas citados neste texto poucos pertencem a ela.
Foi único, pois em um esporte sem tradição em nosso país, conseguiu ser melhor do que todos os outros. E foi unânime, pois não há quem não o olhe com carinho, com alegria, com gratidão.
Não houve paixão clubística, rivalidade (lembram dos "amigos" Nelson e Ayrton?) ou até algum lado obscuro em sua carreira que pusesse em xeque a idolatria ao atleta.
Será com orgulho que contarei a meus filhos que, numa manhã de julho de 1997, ao voltar de um simulado do cursinho, assisti ao vivo a conquista do primeiro título de Roland Garros de Gustavo Kuerten; e que 11 anos depois, em uma manhã de maio - coincidentemente outro domingo - pude ver sua última partida.
Na mesma quadra.
Com a mesma camisa.
Com a mesma alegria.
domingo, 25 de maio de 2008
Assinar:
Postar comentários (Atom)
4 comentários:
Guga foi único, sem dúvida. Exemplificou em suas partidas a raça, a vontade de lutar, o amor pelo seu país, pela sua família, a gratidão pelos que torciam por ele. O cara de bem com a vida, que gostava de surfar e sair com os amigos, vai deixar muita saudade. Impossível não guardar as batalhas memoráveis contra Safin, Norman, aquela virada no US Open contra o Max Mirny, o freguês Kafelnikov, o Masters de Lisboa ...o que dizer então dos jogos da Davis, aquela esquerda na paralela, ou cruzada com tanto ângulo que jogava os oponentes quase que na torcida...
obrigado Guga.
Guga podia ter feito muito mais se não fosse a lesão mas tudo que ele fez foi mais do que qualquer um poderia prever, o maior tenista do Brasil em toda a história, um dos apenas sete a vencer 3 vezes em Roland Garros, marcou uma época e jamias será esquecido.
Se puder de uma olhadada no meu blog que também tem homenagem ao guga
http://netesporte.blogspot.com
Como você é muleke! Enquanto você voltava de um simulado no cursinho (Guga 3 x 0 Brugera), eu estava numa reunião da InterUSP, que naquele ano seria em Marília!
Abraços!
E parabéns pelo post, não vou nem comentar muita coisa pois você e o André já disseram tudo.
Edu Pascale.
E se não me engano esse foi o seu segundo InterUSP, já que no de 1995 você "não pôde ir"...
Abraço.
Postar um comentário