O basquete masculino, como esperado, não vai a mais uma Olimpíada. Apesar do Pré-Olímpico ter acabado - para nós - na sexta-feira passada, acho que ainda dá tempo de deixar meu breve comentário a respeito.
Quem foi para a Grécia deu o melhor de si. Até conseguiram levar o jogo no pau contra a anfitriã e Alemanha - pelo menos por um quarto. Depois desses começos animadores e imprevistos, as coisas voltaram ao normal e levamos duas sacoladas. Cheguei a ficar triste com a eliminação - e foi impossível não me emocionar ao ver Ruy de Freitas, o "Tio Ruy", medalha de bronze em Londres-48, chorando na matéria da ESPN.
Mas era óbvio, até para um mero expectador do basquete como eu, que a seleção convocada não tinha nível para a disputa do Pré-Olímpico - consequentemente, muito menos para os Jogos Olímpicos; também é claro que a CBB vive uma crise administrativa sem perspectiva de fim, pelo menos enquanto os atuais dirigentes lá permanecerem.
Quem não tem ao menos um campeonato nacional decente, não pode brigar por nada internacionalmente.
Então, para fugir do lugar comum, deixo a pergunta: porque os comentaristas de basquete, que estão muito mais por dentro do assunto do que eu, não levantaram esses pontos às vésperas da competição, ao invés de se perderem em vazias apostas na classificação brasileira? Pelos comentários prévios de Oscar, Wlamir Marques e Alberto Bial, por exemplo, o Brasil iria pra cima, de igual para igual, com qualquer seleção do Pré-Olímpico; após a derrota para a Alemanha, como que por mágica, mudaram completamente o tom, apontando o evidente baixo nível técnico do Brasil como culpado pela derrota. A tática do "Eu já sabia" surgiu sem cerimônia nas rodas de comentaristas.
Torcer faz parte, e empolgar a torcida também é papel dos comentaristas esportivos. Mas quando a verdade sobre os fatos fica encoberta pelo medo de errar - e se sujeitar a críticas de quem fora criticado - o valor dessa análise de especialistas fica seriamente comprometido.
ps: quanto ao esporte brasileiro, comentaristas medrosos e parciais, dirigentes incompetentes e falta de amor à camisa não são exclusividade do basquete.
segunda-feira, 21 de julho de 2008
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