Ontem fui ao Morumbi assistir São Paulo x Portuguesa (que eu não chamo de "clássico" nem sob tortura).
Mas não vou falar do jogo em si, mas de um detalhe que talvez tenha passado despercebido da maioria dos 12 mil torcedores presentes.
Pouco antes das 18:00, como esperado, o trio de arbitragem entrou em campo; alguns minutos depois foi a vez dos jogadores da Portuguesa subirem dos vestiários. Eis que, de repente, o Hino Nacional começa a ser executado nos alto-falantes do estádio, e uma cena bisonha se desenhou em campo: de um lado, os jogadores da Lusa trocando passes de aquecimento, e do outro os tricolores entrando em campo arrastando dezenas de torcedores-mirins. Ao centro, o trio de arbitragem perfilado em "respeito" ao Hino. Alguns segundos depois, o quarto árbitro (que provavelmente também não tinha escutado a música) se juntou aos três primeiros, permanecendo até o final da execução - quando, finalmente, os jogadores do São Paulo terminavam de ser ovacionados pelas arquibancadas.
Eu não sabia se saudava meu time, se xingava o adversário ou se levantava em respeito ao Hino Nacional. Na dúvida, permaneci sentado, apenas observando o descalabro patriótico.
Também não sei de quem foi a falha: se do operador de áudio do estádio, das equipes que se atrasaram ou se da arbitragem que permitiu o suposto atraso. Mas este não é o ponto.
Dizem que existe uma lei estadual (ou federal) que exige a execução do Hino Nacional no início de todos os eventos esportivos. Não me dei ao trabalho de procurar tal ato legislativo, pois de qualquer forma não passará do resultado do "trabalho" de algum parlamentar que, por falta do que fazer ou por pura incompetência (ou os dois) resolveu passar uma lição forçada de Educação Moral e Cívica na população.
Seja por falta de educação - no sentido de formação escolar mesmo - ou pela própria natureza do povo brasileiro, não respeitamos tanto nossa história e símbolos como outros povos. Mas imposições desse tipo não resolvem a questão, e ainda podem gerar situações patéticas como essa de ontem no Morumbi.
segunda-feira, 28 de julho de 2008
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