terça-feira, 29 de setembro de 2009

Nova sede, velhos problemas


Foi lançada ontem a pedra fundamental da nova sede da CBF, no Rio. Custará por volta de R$ 80 milhões, sendo R$ 25 milhões de responsabilidade da Prefeitura da cidade, para a construção de um museu.

Segundo Eduardo Paes, uma obra que será "muito importante para a cidade" - mesmo sendo utilizada por uma entidade privada, que busca apenas favorecer interesses próprios.

A CBF (Confederação Brasileira de Futebol) deveria zelar pelo futebol brasileiro, e não somente pela Seleção Brasileira; gestão de clubes, calendário, soluções para o êxodo de jogadores - essas e outras seriam questões pertinentes à Confederação, e não apenas cotas de patrocínio para a Amarelinha.

Ricardo Teixeira enche os cofres da entidade, constrói uma bela sede, enquanto, no próprio Rio de Janeiro, o esporte se esfacela.

O Vasco está na Série B. Botafogo e Fluminense (este, com a sua sede social caindo aos pedaços) devem estar lá no ano que vem. O Flamengo, com uma série crise política e financeira, ocupa apenas a 8a colocação do Brasileirão, longe da briga pelo título.

A maior culpa por suas situações, claro, é dos próprios clubes.

Mas a CBF poderia - ou melhor, DEVERIA - se empenhar em melhorias estruturais no futebol, e não permitir que tal discussão, divulgada ontem pelo Painel FC da Folha de São Paulo, fosse novamente levantada:

"A Globo Esporte, braço da emissora que cuida de eventos esportivos, enviou proposta aos clubes para alterar o formato do Brasileiro. Sugere a volta do sistema de mata-matas, com duas vagas na Libertadores para os dois primeiros na fase de classificação e outras duas para o campeão e o vice. Caso se repitam, elas seriam dos semifinalistas. A Globo também sugere uma inversão na janela de transferência. Quatro semanas em janeiro e 12 entre junho e agosto, o que permitiria a jogadores repatriados atuar já no mês de junho."

Demos um grande passo à frente com a adoção do sistema de pontos corridos; mas a CBF, movida por interesses próprios - e da sua grande parceira, a Rede Globo - poderá ajudar no retrocesso (aliás, muitos clubes também devem aderir à idéia, pois planejamento e competência não combinam com nossos dirigentes).

O futebol, como sempre, sairá perdendo.

Ao contrário da CBF - que ganhou até uma sede nova.

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