quarta-feira, 12 de setembro de 2007

Ode a Calheiros

Queria mudar um pouco o tom, mas depois do acontecido hoje em Brasília, fica dífícil não falar em pilantragem.

A divulgação das gravações da 'Operação Perestroika' trouxe novamente à tona o nome do radialista Flávio Moreira, responsável por organizar, na década de 70, um esquema gigantesco de manipulação de resultados na Loteria Esportiva.

Segue abaixo parte da reportagem do jornalista Bob Fernandes, no Terra Magazine, que cita o tal Flávio Moreira:

"Exclusivo: PF expõe vísceras do Corinthians/MSI
Sábado, 8 de setembro de 2007, 14h00


O retorno de Moreira?

Em 1982 a revista Placar desvendou um esquema de manipulação de resultados dos jogos da Loteria Esportiva que se tornou conhecido como a "Máfia da Loteria". Sobressaía-se, então, um jornalista cearense de nome Flávio Moreira. Ele trabalhava na agência Sport Press e era quem escolhia os 13 jogos da loteca.

Descobriu-se que Moreira fazia a escolha de acordo com os grupos que manipulavam os resultados pelo país afora.


Pois é um tal Flávio Moreira quem procura Duprat -segundo o relatório da PF- para oferecer seus serviços para "classificar" o Corinthians no Campeonato Paulista, nega-se a falar mais pelo telefone e manda tirar suas referências com Paulo Pelaipe, diretor de futebol do Grêmio.


Duprat, surpreendentemente, o dispensa e a conversa não evolui ou, pelo menos, não tem novos registros nas escutas da PF.

Uma fonte ouvida pela reportagem garante que Flávio Moreira é Flávio Moreira."



"Dirigente esclarece ligação com Flávio Moreira
Domingo, 9 de setembro de 2007, 15h01

Na reportagem publicada pelo Editor-chefe deste Terra Magazine e pelo jornalista Juca Kfouri, da Folha de S. Paulo e do UOL, é citado Flávio Moreira. Este é velho personagem do futebol brasileiro. Teve papel destacado na "Máfia da Loteria", um esquema de manipulação da Loteria Esportiva desvendado pela revista Placar, em 1982.

Em trecho do relatório da Polícia Federal, na operação batizada Perestroika, e publicado neste Terra Magazine, é citado o diretor do Grêmio, Paulo Pelaipe.

Moreira diz a Renato Duprat, braço-direito informal de Dualib, que Pelaipe poderia dar referências sobre sua pessoa, segundo transcrição da PF. Pelaipe confirmou há pouco ter sido procurado por Flávio Moreira, mas esclarece que este teria apenas lhe oferecido uma "meia dúzia" de jogadores. Além de ser âncora da programação esportiva da Rádio Cidade AM, em Fortaleza, Ceará, Flávio Moreira é ainda empresário de jogadores."

E, por fim, as capas originais da Placar de 22 de outubro de 1982, com a reportagem sobre a 'Máfia do Apito'. Encontrei-a aqui em casa, em uma daquelas famosas arrumações de armário. Claro que era do meu pai, e é curioso que somente este exemplar da revista tenha sobrevivido ao tempo.


As histórias de Renan e Flávio, separadas 25 anos no tempo, têm temas diferentes. Mas ambas foram agraciadas com as bençãos da impunidade e não poderiam ter outro resultado senão a vergonha.

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