segunda-feira, 5 de novembro de 2007

Barrichello em duas rodas

Alexandre Barros se aposentou. A partir de 2008 o Brasil não terá mais nenhum representante na MotoGP. Com ele, provavelmente se vai a chance de voltarmos a sediar uma etapa do calendário internacional, distante desde 2004, por divergências entre os organizadores e a Prefeitura do Rio de Janeiro - principalmente causada por descaso e falta de apoio desta última.

Não que vá fazer muita diferença para o cotidiano dos amantes do esporte, mas é curioso que um atleta que tenha representado o País por 21 anos, na maior categoria de sua modalidade, tenha tido tão pouco reconhecimento e tenha um ocaso tão discreto. Se Alexandre tivesse sido um campeão na MotoGP seria ídolo nacional, assim como são todos os esportistas tupiniquins que se destacam em alguma modalidade esportiva, não importa qual seja ela. Mas corridas de moto não estão listadas entre nossas diversões favoritas, e Barros nunca ganhou nada, portanto essa despedida acaba não tendo grande impacto.

A trajetória de Alexandre tem suas semelhanças com a de Rubens. Ambos têm longas carreiras em modalidades de ponta, o que por si só já os confere (ou pelo menos, deveria) grande qualidade. Não existem muitos loucos por aí dispostos a largar na mão de qualquer barbeiro máquinas avaliadas em milhões de dólares. Assim como Barrichelo tem o respeito de seus pares, aposto que Barros goza do mesmo prestígio. Para efeitos nacionais, porém, o segundo acabou não tendo a mesma projeção do primeiro. Consequentemente, não teve também a mesma pressão. É de se pensar o que é melhor.

Aparentemente, os dois passaram longe de se tornarem vitoriosos. Só que a verdade é bem diferente, se levarmos em conta que durante todas suas vidas, tanto Alexandre quanto Rubens não deixaram de fazer, nem por um dia sequer, o que mais amam. No melhor lugar possível para tal. E sendo extremamente bem pagos.

Aposto que eles não ligam (muito) para as críticas. Eu não ligaria.

Nenhum comentário: