segunda-feira, 5 de outubro de 2009

O que há de bom nisso tudo

Independentemente das promessas a respeito do Rio-2016 serem ou não cumpridas, o Brasil terá alguns benefícios - ou já teve - quase que inerciais, só pelo fato de a cidade ter sido escolhida a sede dos Jogos. Entre elas, podemos citar:

1) Crescimento econômico: projeções indicam que no ano olímpico, e até mesmo nos que antecedem os Jogos, o PIB do país sede pode apresentar crescimento de até 0,5%, o que é sensacional. Dinheiro será investido no Brasil e no Rio de Janeiro - cabe aos responsáveis saber aplicá-lo da melhor forma possível.

2) Revitalização do Rio de Janeiro: com a vinda de um evento desse porte, melhorias na cidade são indispensáveis. Investimentos públicos da ordem de R$ 28 bilhões estão previstos em obras de infraestrutura. Existem (poucos) exemplos de cidades que se transformaram após a realização dos Jogos, com benefícios duradouros para sua população - resta saber o que efetivamente será feito, e a que custo.

3) Imagem do país no exterior: a força política e o potencial econômico apresentado pelo Brasil na candidatura Rio-2016 (em grande parte decorrentes do carisma de Lula e da competência de sua política externa) permitirão ainda mais a entrada de investimentos externos no país e a participação do Brasil em discussões relevantes de interesse mundial. A percepção do mundo com relação ao Brasil é bem melhor do que já foi no passado - mesmo que a realidade, como sabemos, ainda está longe dos filmes apresentados pelo COB.

4) Desenvolvimento do esporte nacional: na pior das hipóteses, teremos dois ciclos olímpicos com fartura de recursos, já que o maior sinal de desenvolvimento de um país, quando se trata de Jogos Olímpicos, é a quantidade de de medalhas conquistadas. É bem provável que essa melhora já seja sentida em Londres-2012, visto que a meta do COB para 2016 é colocar o Brasil entre os 10 primeiros colocados. O fato é que atletas ainda desconhecidos, ainda nem profissionais, serão muito beneficiados como os Jogos no Brasil - mas, o sucesso de um legado esportivo consistente, que envolva não apenas uma grande quantidade de medalhas em 2016, passará obrigatoriamente pela implantação de políticas públicas permanentes visando o desenvolvimento do esporte em âmbito nacional, que trará não só um maior número de medalhas em 2016, mas, principalmente, em 2020, 2024, 2028... esse sucesso ainda demorá alguns anos para ser medido com segurança.

A realização dos Jogos, por si só, já é boa a curto prazo para o Brasil.

Para que esses resultados sejam também sentidos no longo prazo, temos de contar com a competência e vontade dos responsáveis.

E é aí que mora o problema.

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