domingo, 17 de agosto de 2008

A queda

Diego merecia uma medalha. Treinou muito, venceu o joelho operado e a dengue. Chegou concentrado como poucos em Pequim.

Fez uma apresentação perfeita, até o último salto... sabe aquela história do cara que sai da balada meio bêbado, meio com sono, mas se concentra tanto ao volante que vai direitinho até bem perto de casa, mas relaxa a poucos metros da garagem, acaba dormindo no voltante e bate o carro? Pois é, acho que foi mais ou menos isso que aconteceu com o Diego.

Ao pegar impulso para o último salto, talvez tenha perdido a concentração por meio segundo, já em comemoração interna pela bela apresentação. Erro fatal.

Também virão as teorias de que amarelou. Até pode ser, pois é notório que atletas brasileiros (ou os latinos, em geral) têm certa dificuldade em manter a calma nesses momentos de pressão. Eu, porém, não acredito muito nisso, já que a sua falha veio somente no último movimento, e não ao longo da apresentação.

Seja qual for o motivo, o fato é que Diego errou no momento mais importante de sua carreira esportiva; apenas um erro, é verdade.

Mas são pequenas diferenças como essa que separam os grandes atletas de todos os outros.

Em Londres, Diego terá outra chance de entrar neste seleto grupo.

Um comentário:

Anônimo disse...

Engraçado...estava agora mesmo ouvindo um comentarista (não foi Galvão ou o Oscar, "podexá" ehhaa)citando o mesmo: a extrema falta de habilidade dos nossos atletas em lidar com os acontecimentos eventuais que surgem e manterem a calma e a concentração naquele exato momento em que é mais preciso.
Diego vinha bem, achei até que iria teclar aqui que fiz comentário injusto em atribuir a ele prata ou bronze, e daí vem um tombo, para mim, nem tão grande, que o coloca em 6o.! Ele desabou emocionalmente e foi choro sem parar.Espero que Londres ele, mais maduro, supere.
Gostei da Daiane e os comentários, ultra lights e desencanados, sobre suas saídas da linha.Mostra maturidade de quem estava lá convicta de fazer o que podia e sabia, mas...sabe-se lá o motivo, o pé cisma em pular fora da linha limite.Ela não chorou, mas ficou desapontada; não pediu desculpas ao povo pois entendeu que nós entendemos que essas fatalidades acomentem a todos. Outra vez a maturidade falou mais alto e ela, desencanada, soube interpretar da melhor maneira possível o acontecido.
Daiane, seu futuro é na Confederação de Ginástica sendo o esteio e exemplo das gerações de atletas que despontarão na modalidade. Você sai das arenas mas segue teu trabalho, agora, por detrás delas.
Paula Boretti.