O judô proporcionou nosso primeiro herói olímpico.
O depoimento de Eduardo dos Santos já marcou a participação brasileira na China, pois poucas vezes superação e humildade conseguem ser tão comoventes. Minhas palavras não saberiam expressar com justiça o momento, portanto deixo a imagem falar por si.
A história de Eduardo será usada como exemplo da perseverança do povo brasileiro - aquele que "não desiste nunca" - e com certeza será bem explorada pela mídia, COB, Governo e oportunistas de plantão. Não será surpresa se o Eduardo for convocado para alavancar o projeto Rio-2016, como uma mostra do orgulho que o Brasil sente por seus atletas.
Me senti muito feliz pelo Eduardo. Pessoas como ele realmente merecem tudo do melhor.
Mas o sentimento que veio à minha mente, ao ver seu depoimento, não foi orgulho; muito menos o tal "orgulho de ser brasileiro".
Foi vergonha.
Pois esse é o tratamento que meu país dá a seus atletas de nível olímpico.
Descaso completo e total falta de apoio, seguidas por uma cobrança por bons resultados; caso contrário, vira motivo de chacota em programas esportivos (comandados por imbecis que mal sabem falar sobre futebol).
E enquanto continuamos a ser um país fudido e mal pago, que destrata não só seus atletas, mas também seu próprio povo, ainda sobrevive essa idéia ufanista, do quão maravilhoso é o Brasil.
Eu já cansei disso, e não engulo mais. País do futuro o caralho.
Parabéns ao Eduardo, a sua família e àqueles que o ajudaram a chegar nesse nível.
A vocês sim, cabe o orgulho.
quinta-feira, 14 de agosto de 2008
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Um comentário:
Fabio, se descortinarmos o mundo dos esportes veríamos tanta podridão que, certamente, ninguém mais se interessaria a colocar os filhotes nem prá jogar pelada de bola de meia.
Sei que estou ficando chata e enfadonha de tanto teclar sobre o Nado Sincronizado, mas é do que eu posso falar com conhecimento de causa. Até que as atletas tragam medalhas (posição não interessa no ranking) elas ficarão nos quartos piores, nos hotéis sem estrutura adequada e fazendo a preparação e ambientação, como foi agora para Pequim, em Belém! Possíveis madalhistas foram para países, cidades que margeiam a China para se adequarem ao fuso, alimentação, cheiros, costumes e a temperatura.
Tratamento diferenciado é uma coisa; agora, descaso é bem diferente.
Esse adágio tão hipócrita, para mim pelo menos,*venham para competir, não para ganhar* é apelativo e vergonhoso quando se percebe, e tem conhecimento, que o tratamento dado a um altleta é diferenciado de outro exatamente por ganhar e não competir.
Não fique chateado em não mais acreditar no País, mas use esse seu espaço bacana prá que leiam e contagie outros a reverter o quadro.
Paula Boretti.
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