quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Único

Depois de um jogo como o de ontem, me fiz de novo a pergunta: como pode alguém não gostar de futebol?

(Tudo bem, talvez seja um pouco demais generalizar desse jeito. Como o esporte, em sua essência, representa um embate de forças intrínsicamente ligado ao universo masculino, e visto que o futebol, mesmo que mundial, adquiriu no Brasil, país carregado de emoção, traços únicos, reformulo a questão: como pode um brasileiro não ser alucinado por futebol?)

Alguns dizem que a Sul-Americana não vale nada, não passa de uma Segunda Divisão da Libertadores. Não há dúvida de que esta é incontestavelmente mais importante que aquela, mas nem por isso a Sul-Americana perde sua relevância. Se ela não goza de tanto prestígio entre os brasileiros, é muito por culpa de dirigentes pouco interessados torná-la atraente.

Onde já se viu premiar o 13o colocado de uma competição com alguma coisa? A Sul-Americana já começa errado desde o começo.

Também "ajuda" o fato de que o brasileiro, mesmo vivendo em um país atrasado e atolado em problemas, não se contenta com nada que não seja o melhor. Se o título não for da Libertadores, ou a medalha não for de ouro, nada vale.

Agora, pergunte a algum colorado se a noite de ontem não foi especial.

Além de ser protagonista de uma partida épica, o Internacional tornou-se o único time detentor de todos os títulos possíveis, atualmente, a um clube de futebo brasileirol; o único "Campeão de Tudo".

Não tenho a menor dúvida de que, caso o Grêmio não consiga reverter a vantagem do São Paulo no domingo, o fim de ano Colorado será muito mais alegre do que o Tricolor.

Pois, nesse caso, o título da "Série B" vale mais do que a vaga na "Série A".

Impossível não perceber isso.

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