quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Mais uma polêmica do casal Rezende

Não é á toa que Bernardinho e Fernanda Venturini, apesar de suas inegáveis qualidades, têm tanta rejeição dentro do vôlei brasileiro.

"Recurso usado na inscrição de Fernanda desagrada rivais do Rexona


Paula Almeida e Roberta Nomura

Em São Paulo

Do UOL Esporte


A inscrição de Fernanda Venturini pelo Rexona-Ades na Superliga 2008/09 não foi bem recebida por todos os clubes participantes da competição. Embora a maioria tenha sido favorável ao registro da levantadora em reunião realizada na última segunda-feira, os três principais rivais da equipe carioca se abstiveram de votar.


O argumento utilizado por Finasa/Osasco, Pinheiros/Mackenzie e São Caetano/Blausiegel - coincidentemente as três equipes que sucedem o Rexona na classificação da Superliga - foi que o time comandado pelo técnico Bernardinho usou um aspecto nebuloso do regulamento para propor e conseguir inscrever a medalhista olímpica.

Segundo as regras da principal competição nacional, cada equipe pode registrar apenas dois jogadores que tenham valor máximo no ranking de atletas, isto é, 7 pontos. O Rexona já tem Érika e Fabiana com esta pontuação, e, segundo a lista divulgada em março, antes do início da Superliga, Fernanda também aparecia como atleta 7, embora estivesse afastada das quadras havia um ano.


Para poder inscrevê-la, o Rexona alegou que o último clube pelo qual a levantadora jogou foi o espanhol Murcia. Como atletas repatriadas perdem sua pontuação ao retornarem ao Brasil, Fernanda, de atleta com 7 pontos, ficou zerada.


"Se formos usar o bom senso, ela não poderia ser uma atleta repatriada", afirmou Rafael Prado de Castro, supervisor do Pinheiros, ao
UOL Esporte. "Nós sabemos que a Fernanda jogou há dois anos no Murcia, em 2006. Eles tentaram achar um buraco na regra", completou uma fonte próxima ao Finasa/Osasco.

Do outro lado da moeda está o Rexona, que faz questão de ressaltar que não utilizou artifícios a seu favor. "É uma questão de interpretar a regra. Tanto que o São Caetano e o Pinheiros votaram e depois pediram para mudar e se abster. Mas isso não muda em absolutamente nada. Seja 10 votos a 2, 8 a 0 com quatro abstenções ou 9 a 3, o que a gente tem certeza absoluta é que não fez nada contra o regulamento", explicou o supervisor do Rexona, Harry Bollmann Neto.

Na visão do São Caetano, a aprovação do registro de Fernanda contrariou o propósito inicial da formulação do ranking de atletas, criado pela CBV (Confederação Brasileira de Vôlei) na temporada 1992/93.


"O fato não é a Fernanda. O fato é que o ranking foi feito para equilibrar forças", salientou Maria Ivete Miotto Silva, supervisora da equipe do ABC. "No entendimento dos outros clubes, ela foi considerada repatriada. Ou seja, ela está voltando para o vôlei brasileiro, onde ela já estava".


Resignadas diante da aprovação da maioria, as três equipes que estão entre as quatro primeiras da Superliga, atrás somente do Rexona, se dizem conformadas com a situação.

"Eles não fizeram nada de ilegal, apenas se encaixaram em uma brecha que existe na regra, regra que foi concordada por todos nós em uma reunião antes do início da Superliga", disse Prado de Castro sobre o recurso utilizado pela equipe carioca. "O que precisa ser feito é criar critérios para a próxima temporada sobre o que é uma atleta repatriada".


Para Maria Ivete, a inclusão de Fernanda não deverá merecer atenção especial dentro das equipes. "Vamos ter que enfrentar o Rexona com ou sem a Fernanda", ponderou a supervisora do São Caetano, que não acredita que a levantadora tenha sido registrada apenas como forma de precaução como justificou a equipe do Rio de Janeiro.


Instruído a não falar sobre o caso, Luizomar de Moura foi conciso quando procurado pela reportagem. "Não temos muito o que falar sobre isso. O que eu sei é que a Fernanda é, ou foi, uma grande jogadora, e a presença dela vai engrandecer a Superliga", resumiu."

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