Foi lançado em São Paulo o Movimento "Fora Dualib", por corinthianos inconformados com a vergonhosa situação atual do clube. Caso obtenham sucesso, o clube terá solucionado o primeiro de seus problemas e poderá planejar tempos melhores.
Que bom seria se movimentos como esse fossem replicados a outros a favor da "derrubada" de qualquer dirigente esportivo que se apossou do cargo de presidência como se este fosse vitalício. Exemplos não faltam: além de clubes de futebol como Vasco, Cruzeiro, o próprio Corinthians, temos as federações nacionais de futebol, basquete, esportes aquáticos, comitê olímpico, e com certeza outros. Independente de o trabalho ser ou não bem realizado (e geralmente não é), esse reinado é errado e prejudica o desenvolvimento do esporte nacional.
Um dos princípios da democracia é a periódica alternância de dirigentes e/ou ideologias no poder, através da escolha das pessoas aptas a fazê-la dentro de suas comunidades. E um dos requisitos básicos para uma maior produtividade de uma empresa, associação, etc, é a existência de uma concorrência forte e sadia. No caso do esporte, com mandatos renovados após seu término através de estatutos deficientes e políticas populistas, esses dois princípios citados são deixados de lado, favorecendo apenas aqueles que estão no poder e seus protegidos. Perde-se novas idéias, novos projetos, novas pessoas; perpetua-se a incompetência, o descaso e a corrupção. A democracia (mesmo com seus defeitos, ainda a forma mais justa de se governar) é escandalosamente esquecida, e a busca por melhorias perde a importância, já que se torna conflitante com interesses pessoais.
Não acompanho em detalhes o trabalho de alguns desses dirigentes, como por exemplo o Coaracy Nunes. Seu jeito carismático até pode estar aliado a uma boa administração, mas a direção de uma confederação importante como a de esportes aquáticos não pode ficar na mão de uma pessoa por 20 anos! A renovação não só é necesária como fundamental, e se o trabalho vem sendo bem feito com certeza encontrará outras pessoas capazes para o seu prosseguimento. Com a vantagem de não perpetuar práticas ruins, anti-éticas e até ilegais.
E outro ponto triste da história é que esse assunto só chega à imprensa após o "levante" de algum atleta, ou grupo de atletas, contra essa prática. Aurélio Miguel, Oscar, Hortência e Gustavo Kuerten são alguns exemplos. Mas se esse é o jeito, que seja. Pois ainda prefiro que uma ou outra modalidade seja prejudicada por um período de tempo para depois colher os frutos da mudança, do que ser obrigado a jogar contra o meu próprio país, torcendo por desastres administrativos em eventos como o Pan e uma eventual Copa do Mundo (desastres estes que já estão ocorrendo), para que mudanças drásticas sejam tomadas.
As diferentes esferas de um país são reflexo do próprio país como um todo, e visto nossa história passada e presente, é esperado que o esporte brasileiro seja a bagunça que é. Mas justamente por ser apenas um microcosmo do Brasil, as soluções são mais fáceis de serem postas em prática.
sexta-feira, 18 de maio de 2007
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