A aposentadoria é o momento mais difícil da carreira de um atleta. Além de deixar de lado a atenção e o carinho das pessoas, ele abdica de algo que ele de melhor, num momento altamente produtivo de sua vida. Imagino como deve ser difícil deixar para trás uma condição confortável e tão duramente conquistada, mas é uma etapa inevitável.
O pior é quando esse momento chega antes da hora, como pode ser o caso da jogadora Kátia, da seleção brasileira de basquete, recentemente cortada do time por problemas cardíacos. Para ela, o que está em jogo não se resume a questões de ego ou carência, mas da própria sobrevivência.
Como grande parte dos atletas brasileiros, Kátia tem origem humilde, com minguadas oportunidades de vencer na vida, e encontrou no seu talento para jogar basquete a melhor - e talvez única - maneira de ter uma vida digna. Não é de se estranhar, muito menos recriminar, sua declaração que prefere morrer jogando do que abandonar o esporte.
Ela tem apenas 24 anos.
A situação da Kátia reflete a realidade do esportista padrão brasileiro, pessoas que nascem à margem da sociedade e que conseguem, através de talento nato e muito trabalho, atingir um patamar social inicialmente impensável. Impedidos de desempenhar sua profissão, as portas se fecham novamente tornando seu futuro escuro e incerto.
Mais triste que esse quadro analisado como um todo, só mesmo um caso particular como o de Kátia para dar cara e nome ao drama.
domingo, 24 de junho de 2007
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