O título pode parecer estranho, vindo de um paulistano orgulhoso como eu e sem nenhuma ligação afetiva com Caio Martins. Mas como fanático por futebol e esportes em geral, tenho meus motivos.
O Botafogo, lar de Garrincha e Nílton Santos, teve esses dois jogadores como protagonistas de um dos maiores times da história do futebol brasileiro. Com a nacionalização do futebol brasileiro no início da década de 70, as glórias passadas não tiveram uma continuidade. Conquistou apenas um Campeonato Brasileiro, em 1995, e após essa data se afundou juntamente com os outros times cariocas.
O clube quase faliu, perdeu sua sede em General Severiano e quase perdeu as eperanças com o rebaixamento à Série B em 2002. Foi então que um grupo de botafoguenses fanáticos, liderado por Bebeto de Freitas - do vôlei, mais uma vez - resolveu botar ordem na casa. Sem planos mirabolantes, mas estruturados e de longo prazo. Voltaram à Série A no campo e nunca prometeram milagres à torcida. Pelo contrário, deixaram clara a situação do clube.
Aos poucos, as finanças foram sendo arrumadas e os resultados - para os atuais padrões do clube - aparecendo. Recuperaram sua sede social, realizam ações de marketing voltadas ao torcedor, vêm investindo no seu centro de treinamento para categorias de base e na aposta em um trabalho consistente no profissional. Aí entra a competência do Cuca, que se mostrar ser capaz de ganhar títulos pode se tornar um dos maiores técnicos da nova geração. Finalmente, o time estampa a marca de um patrocinador em sua camisa após anos sem essa importante fonte de renda.
O Botafogo vem se reestruturando com trabalho sério e suas próprias forças. Sem parcerias misteriosas ou contraindo ainda mais dívidas visando reultados no curto prazo. Um exemplo a ser seguido no futebol.
É por isso que torço para o sucesso do Botafogo, e de qualquer outro projeto com as mesmas características. O que não significa necessariamente que torço para serem campeões brasileiros, pois tenho meu próprio time de coração e não acredito que o Botafogo tenha força para isso nesse momento. Mas gostaria de ver cada vez mais cases como esse no futebol e no esporte brasileiro, pois esta é a única forma de sucesso duradouro. Planejamento, nada mais que isso.
E que, quando a situação esteja revertida definitivamente, o Bebeto saiba que cumpriu o seu papel e deixe a direção do clube, pois uma "ditadura" só é justificável em tempos de crise e no curto prazo. Uma sucessão planejada também faz parte do processo de reestruturação.
terça-feira, 19 de junho de 2007
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