Alberto Dualib chegou hoje pela manhã em São Paulo, deixando o aeroporto por uma saída alternativa, evitando assim o contato com imprensa e torcedores. Após 60 dias de infrutífera e cara viagem a Londres, voltou para a reunião do Conselho que, entre outros assuntos, discutirá as contas de 2006 do clube. Em caso de reprovação das mesmas - o que seria lógico, visto o absurdo do balanço apresentado - pode ser instaurado um processo de impeachment no clube.
A oposição vê nisso a solução para os problemas do Corinthians, mas é apenas uma das muitas ações a serem tomadas. O buraco é bem mais embaixo. E por mais que eu tente ter uma visão imparcial deste clube, não consigo. Até de meu outro grande rival de São Paulo - sobre o qual pretendo escrever amanhã - já desenvolvi uma opinião mais racional. Mas da turma do Parque São Jorge é difícil.
A solução para o Corinthians, que serviria também de lição ao futebol brasileiro, é seu rebaixamento para a Série B e anos, anos de fila. Explico.
Ao longo de 96 anos de história, a administração do clube foi incapaz de construir algo sólido e que fosse de utilidade para gerações futuras. É o único clube grande de São Paulo que não tem estádio nem centro de treinamento apropriado. Para mim essa é a maior prova de incompetência em termos de gestão esportiva, e apenas tirar o Dualib não resolveria o problema. Quem entraria no seu lugar? A estratégia tem que ser mudada, não somente as peças.
A forma de estruturar seus times também é curiosa. Três de seus quatro títulos Brasileiros foram conquistados nos últimos dez anos, sendo que todos eles através de parcerias com grupos de investidores. Assim é fácil, vendo minha marca e torro milhões que não são meus, sem a preocupação de investimentos no próprio clube. Para se ter uma idéia, até 1994 o clube tinha em seu currículo apenas um grande título de expressão, o Brasileiro de 90. Foi com a ajuda de Excel, Hicks, Muse e MSI que o Corinthians escreveu seu nome na galeria dos times realmente vitoriosos do Brasil.
O 'case' MSI, então, é uma das maiores vergonhas do nosso esporte. Do nada, surge um iraniano que não fala português, com uma montanha de dinheiro que ninguém sabe de onde veio, e compra um monte de argentinos para o time (um deles costuma até cuspir na água do Brasil). Na verdade, comprou bem mais do que isso: os direitos sobre o departamento de futebol do clube por 10 anos. Pagou mas não levou, como é praxe por lá. Iludiram a torcida com promessas irreais, trazendo de concreto apenas um contestado Brasileiro.
Paralelo a isso, o clube foi colocado no centro das investigações sobre lavagem internacional de dinheiro. O suposto investidor nem pode pisar no Brasil pois corre o risco de ser preso.
Quando o sonho da Libertadores caiu por terra ano passado, o iraniano ídolo da Fiel viu do que essa Fiel era capaz. Pegou o primeiro avião e sumiu do mapa, levando com ele os milhões de dólares em que o Corinthians baseava todo o seu trabalho. Daí apareceu o verdadeiro Timão, que correu sério risco de ser rebaixado para a Segundona.
E mesmo com todo esse dinheiro lavado, ops, investido, a dívida do clube passa de R$ 70 milhões. Sinceramente, se eu fosse corintiano teria vergonha.
O Corinthians precisa de mudanças drásticas de ordem estrutural e estratégica, e tais mudanças só são realizadas depois de momentos de grave crise. Parcerias, ainda mais nos moldes adotados ultimamente, são paliativos. Um rebaixamento traria, a curto prazo, prejuízos e turbulências ao clube; mas se bem aproveitado, renderia bons frutos no futuro - vide o Grêmio.
São exemplos como o Corinthians que o futebol brasileiro não precisa.
A oposição vê nisso a solução para os problemas do Corinthians, mas é apenas uma das muitas ações a serem tomadas. O buraco é bem mais embaixo. E por mais que eu tente ter uma visão imparcial deste clube, não consigo. Até de meu outro grande rival de São Paulo - sobre o qual pretendo escrever amanhã - já desenvolvi uma opinião mais racional. Mas da turma do Parque São Jorge é difícil.
A solução para o Corinthians, que serviria também de lição ao futebol brasileiro, é seu rebaixamento para a Série B e anos, anos de fila. Explico.
Ao longo de 96 anos de história, a administração do clube foi incapaz de construir algo sólido e que fosse de utilidade para gerações futuras. É o único clube grande de São Paulo que não tem estádio nem centro de treinamento apropriado. Para mim essa é a maior prova de incompetência em termos de gestão esportiva, e apenas tirar o Dualib não resolveria o problema. Quem entraria no seu lugar? A estratégia tem que ser mudada, não somente as peças.
A forma de estruturar seus times também é curiosa. Três de seus quatro títulos Brasileiros foram conquistados nos últimos dez anos, sendo que todos eles através de parcerias com grupos de investidores. Assim é fácil, vendo minha marca e torro milhões que não são meus, sem a preocupação de investimentos no próprio clube. Para se ter uma idéia, até 1994 o clube tinha em seu currículo apenas um grande título de expressão, o Brasileiro de 90. Foi com a ajuda de Excel, Hicks, Muse e MSI que o Corinthians escreveu seu nome na galeria dos times realmente vitoriosos do Brasil.
O 'case' MSI, então, é uma das maiores vergonhas do nosso esporte. Do nada, surge um iraniano que não fala português, com uma montanha de dinheiro que ninguém sabe de onde veio, e compra um monte de argentinos para o time (um deles costuma até cuspir na água do Brasil). Na verdade, comprou bem mais do que isso: os direitos sobre o departamento de futebol do clube por 10 anos. Pagou mas não levou, como é praxe por lá. Iludiram a torcida com promessas irreais, trazendo de concreto apenas um contestado Brasileiro.
Paralelo a isso, o clube foi colocado no centro das investigações sobre lavagem internacional de dinheiro. O suposto investidor nem pode pisar no Brasil pois corre o risco de ser preso.
Quando o sonho da Libertadores caiu por terra ano passado, o iraniano ídolo da Fiel viu do que essa Fiel era capaz. Pegou o primeiro avião e sumiu do mapa, levando com ele os milhões de dólares em que o Corinthians baseava todo o seu trabalho. Daí apareceu o verdadeiro Timão, que correu sério risco de ser rebaixado para a Segundona.
E mesmo com todo esse dinheiro lavado, ops, investido, a dívida do clube passa de R$ 70 milhões. Sinceramente, se eu fosse corintiano teria vergonha.
O Corinthians precisa de mudanças drásticas de ordem estrutural e estratégica, e tais mudanças só são realizadas depois de momentos de grave crise. Parcerias, ainda mais nos moldes adotados ultimamente, são paliativos. Um rebaixamento traria, a curto prazo, prejuízos e turbulências ao clube; mas se bem aproveitado, renderia bons frutos no futuro - vide o Grêmio.
São exemplos como o Corinthians que o futebol brasileiro não precisa.
4 comentários:
Primeiramente parabéns pela iniciativa! Pelo pouco que já li os textos estão muito bem escritos, pode ter certeza que terá um embaixador de seu blog aqui nas Minas Gerais. Infelizmente o caso do Corithians não é isolado, o futebol é (mundialmente) um terreno fértil para lavagem de dinheiro, dentre outras práticas absolutamente incompatíveis com o esporte. Prova disso o fato que após o endurecimento da legislação dos países mais tradicionais europeus com relação à transferência de jogadores (o caso da itália eu acompanhei de perto porque lá estava estudando matérias relacionadas à lavagem) os clubes destes países passaram por crise financeira e, coincidentemente, passamos a ter noticias de transações milhonárias para países como a russia, ucrania, turquia, etc... (só mudaram o eixo). O problema é que a paixão é maior e apesar de ter plena conciência do volume de sacanagem que envolve o esporte bretão, basta uma tarde no mineirão com um vitória histórica em cima das frangas (4 x 2 com direito a penalti defendido), que esqueço tudo isso e surge uma verdade incontestável: I LOVE THIS GAME!!!
Gustavo Silva
A mesma paixão que move o futebol impede que torcedores repudiem tais práticas. Por um título, vale qualquer coisa.
O Kia foi pro time errado... devia ter ido pro Morumbi.. com estádio e com o time que tinhamos na epoca (2005) com mais uns 2 ou 3 reforços teriamos o melhor time do mundo por um bom tempo...
Bola, Parabens pelo Blog
abraços
FJ
Eu prefiro 30 anos de fila a ter como "parceiro" algo parecido com o Kia ou a MSI.
A estrutura e os títulos do SPFC foram conquistados com planejamento e força própria, o que por si só já é um grande motivo de orgulho.
Postar um comentário