Bernardinho é a versão mais perfeita que nosso país teve de um técnico esportivo. Aliou como ninguém a compreensão e a paixão pela beleza do jogo de um Telê Santana com a motivação psicológica de um Felipão. Combinando essas características com organização e uma vontade incrível de vencer, montou a Seleção masculina e coleciona diversos títulos de clubes. Zé Roberto também não precisa provar sua competência para ninguém. Conquistou o primeiro ouro olímpico coletivo para o Brasil e quase repetiu a dose na versão feminina, mas o fim da história já foi citado aqui hoje.
Na minha opinião, o que falta ao Zé Roberto é saber lidar melhor com a instabilidade emocional feminina no âmbito do esporte. As derrotas de 2004 e de hoje são muito parecidas para serem obras do acaso. Apostaria que não traremos um bom resultado em Pequim, a não ser que um trabalho excepcional seja feito nesse sentido (a qualidade dessa geração, inferior às anteriores, é outro ponto negativo). O vôlei feminino ganhou o estigma de amarelar. Cabe a ele mesmo virar o jogo.
Porém, uma pergunta pode ser feita: se o Bernardinho é tão bom em lidar com o lado psicológico dos atletas, inclusive das mulheres, porque não conseguiu ganhar o ouro as Olimpíadas de Atlanta e Sydney?
A resposta é simples. Mesmo tendo em mãos uma geração formidável, a bi-campeã Cuba era praticamente imbatível. Puro azar histórico.
2 comentários:
A análise é interessante, mas cai no lugar comum de endeusar o Bernardinho, que é um ótimo técnico, mas tem um lobby gigantesco na mídia.
Uma análise objetiva, focada exclusivamente nos resultados diria que o trabalho de ambos se equivalem, já que atingiram resultados semelhantes com os times masculino e feminino.
Se nos adentrarmos nos meandros de cada conquista, de cada resultado, veremos que ambos tivram resultados adversos com as seleções. É só lembrar do vexame dado pelo volei masculino, sob comando do Bernardinho, no Pan anterior.
Parabéns pelo blog.
Também concordo que os dois se equivalem, e não conheço em detalhes todos os resultados de ambos à frente das Seleções. Mas considero o Bernardinho imbatível no controle da parte emocional doa atletas.
O Pan de Santo Domingo foi realmente um vexame, provavelmente um momento em que tanto o técnico como o time 'baixaram a guarda' por acharem que já estava ganho. E com certeza tiraram suas lições disso.
Se der, se identifique, é estranho falar com um Anônimo... hehe...
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