Semana passada, com o início do Mundial Sub-20, as críticas foram fundamentadas. O futebol apresentado pela Seleção foi horrível, conseguindo apenas uma vitória - no sufoco - contra a Coréia do Sul, e perdendo para a Polônia e EUA. Nesta madrugada, após fazer 2x0 na Espanha, permitiu o empate e, na prorrogação, a virada. Como prêmio, a passagem de volta para casa e a pior campanha da história do Brasil nesta competição.
Já tinha dito ontem aqui que o time era mal dirigido, e no jogo contra a Espanha isso ficou muito claro. Os bons jogadores brasileiros formaram um bando, sem nenhum padrão de jogo e, até, vontade de vencer. A eliminação foi merecida e espero que a derrota culmine com a troca de treinador que não tem condição, hoje, de dirigir uma Seleção brasileira.
Dizem que os técnicos de seleções de base têm que, além de acompanhar os garotos nos campeonatos juvenis, ter um jeito especial de lidar com a molecada, ainda sem experiência profissional e sujeitos às instabilidades inerentes à juventude. Concordo com as duas colocações, e também acho que um técnico de renome dificilmente consegue acompanhar as categorias de bse ou teria interesse em assumir o cargo - tirando, claro, no caso das Olimpíadas. Porém, dois aspectos devem ser levados em conta:
1) Conhecer jogadores ainda em fase de profissionalização e saber lidar com eles não garante conhecimentos futebolísticos;
2) Atualmente, boa parte dos jogadores desta categoria já não são garotos inexperientes em busca de espaço. Leandro Lima já joga há algum tempo no profissional do São Caetano; Lucas (que foi cortado por contusão) foi o destaque do Campeonato Brasileiro de 2006; Renato Augusto é um dos principais jogadores do Flamengo; Marcelo foi contratado pelo Real Madrid; Carlos Eduardo já disputou final de Libertadores pelo Grêmio; e Alexandre Pato dispensa comentários. Todos esses jogadores já são profissionais e, mesmo jovens, estão acostumados a lidar com pressão.
As verdadeiras categorias de base hoje são a Sub-17, Sub-15 e assim por diante. A Sub-20 reúne, muitas vezes, o que o futebol brasileiro tem de melhor no momento. E esses jogadores, mais do que um "pai", precisam de um técnico. O que não vêm tendo com Nélson Rodrigues no comando, resultando na vexatória campanha no Canadá.
Cabe à CBF analisar a questão e apresentar soluções convincentes para o problema, até porque ano que vem é ano de Olimpíada, o famoso título que falta ao futebol brasileiro. Se fosse em qualquer outra circunstância não teria esperança de uma atitude inteligente por parte da confederação. Mas, em se tratando de título olímpico, há uma chance. Afinal, isso seria ótimo para o ego do genro pródigo.
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