A globalização no esporte apresentou mais uma de suas crias essa semana. Ângela Park, uma descendente de coreanos nascida em Foz do Iguaçu e radicada desde os oito anos nos EUA (hoje tem 18) foi vice-campeã do US Open de golfe, um dos mais importantes torneios da modalidade no mundo.
Para o Brasil, por mais que o feito sirva para divulgar a modalidade já em expansão, a conquista de Ângela dificilmente despertará o interesse das massas e torcidas calorosas. O golfe (ainda) é elitizado demais por aqui, e a relação da atleta com nosso país pode ser ilustrada pela já presente dificuldade que tem com a língua portuguesa. Até já temos um caso semelhante, o de Rodrigo Pessoa. Nem uma medalha de ouro olímpica foi capaz de fazer com que esse brasileiro com sotaque francês, que monta cavalos com nomes de difícil pronúncia, se transformasse em ídolo nacional. Outros já alcançaram esse status com muito menos.
Esses casos, porém, não devem ser tratados com indiferença ou desprezo. São atletas vitoriosos que devem ter suas conquistadas festejadas - mesmo que com reservas - por aqui. As próprias modalidades que praticam podem ser desenvolvidas, provocando o surgimento de campeões "mais" brasileiros.
Ângela Park nada mais é do que um exemplo da pluralidade étnica do Brasil. Capitanias hereditárias, ciclos da borracha, do ouro e do café e consequentes movimentos migratórios formaram nosso povo e permitiram que Silvas, Scherers, Hoyamas, Fittipaldis e Kuertens crescessem por aqui e trouxessem importantes glórias ao esporte brasileiro.
Na variedade de raças estão a maior característica e qualidade do nosso povo, e isso deve ser sempre celebrado.
quarta-feira, 4 de julho de 2007
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Um comentário:
Viva a variedade étnica!
Gabriel Rocha - Belo Horizonte, MG
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