Felipe Massa perdeu a corrida ontem sem ser ultrapassado na pista. Está em terceiro no campeonato, 17 pontos atrás do Hamilton. Continua com prestígio na Ferrari e com chances de ser campeão mundial. Nada mal para alguém tão jovem na F1. Mas a cada corrida que ele não vence pairam no ar dúvidas sobre a sua capacidade de ser o novo Senna.
Se ele será campeão mundial um dia eu não sei. Mas com certeza ele não será um novo Senna, assim como o próprio Ayrton não foi um novo Piquet, e o Piquet não foi um novo Fittipaldi. Cada um conquistou seu espaço do seu jeito e com a sua categoria. Tivemos também nossos Morenos, Bernoldis e Zontas, que se não se colocaram entre os maiores pilotos da história deviam ao menos ter seus talentos reconhecidos, por terem alcançado a Primeira Divisão do automobilismo mundial.
O Rubinho sofreu de perto a perda de Senna e a consequente cobrança para que seus resultados completassem a lacuna deixada pela morte do mais cultuado piloto da história da F1. De quebra, teve de dividir o espaço com o maior campeão da modalidade em todos os tempos (dividir, aqui, é um eufemismo, já que Schumacher pegou o espaço todo para ele, com justiça). Ficou taxado como perdedor.
No caso, um perdedor com 242 GPs (ano que vem deve superar Ricardo Patrese e se tornar o primeiro colocado nesse quesito), 6 anos de Ferrari e 2 vice-campeonatos.
Além de ter sido lançado no olho do furacão, com a dor causada pela morte do ídolo, Barrichello sofreu a injusta cobrança para ser o melhor. Pois parece que só assim alguém consegue o respeito e admiração por aqui. Mesmo sendo um país à margem da ordem mundial, cobramos a vitória de todos aqueles que nos representam, como se o simples fato de ser brasileiro compensasse a falta de preparação e apoio que cada atleta recebeu e recebe no decorrer da sua carreira. E como se ser brasileiro trouxesse alguma vantagem adicional, em qualquer campo de disputa esportiva, a ser alemão, argentino ou indiano.
Essa nossa cobrança excessiva causa distorções de, na vitória, nos acharmos os melhores do mundo; e na derrota, os piores. Um soco no estômago da auto-estima brasileira. Não somos nenhum nem outro, e resultados esportivos não mudarão esse fato.
Deixem o Massa ser o Massa, com tranquilidade. Saibamos aplaudí-lo e criticá-lo na dose certa, sem que ele se torne o novo Senna ou o novo Barrichello.
E garanto que, com um quinto do sucesso do primeiro ou um quinto da conta bancária do segundo, já se dará por satifeito.
Se ele será campeão mundial um dia eu não sei. Mas com certeza ele não será um novo Senna, assim como o próprio Ayrton não foi um novo Piquet, e o Piquet não foi um novo Fittipaldi. Cada um conquistou seu espaço do seu jeito e com a sua categoria. Tivemos também nossos Morenos, Bernoldis e Zontas, que se não se colocaram entre os maiores pilotos da história deviam ao menos ter seus talentos reconhecidos, por terem alcançado a Primeira Divisão do automobilismo mundial.
O Rubinho sofreu de perto a perda de Senna e a consequente cobrança para que seus resultados completassem a lacuna deixada pela morte do mais cultuado piloto da história da F1. De quebra, teve de dividir o espaço com o maior campeão da modalidade em todos os tempos (dividir, aqui, é um eufemismo, já que Schumacher pegou o espaço todo para ele, com justiça). Ficou taxado como perdedor.
No caso, um perdedor com 242 GPs (ano que vem deve superar Ricardo Patrese e se tornar o primeiro colocado nesse quesito), 6 anos de Ferrari e 2 vice-campeonatos.
Além de ter sido lançado no olho do furacão, com a dor causada pela morte do ídolo, Barrichello sofreu a injusta cobrança para ser o melhor. Pois parece que só assim alguém consegue o respeito e admiração por aqui. Mesmo sendo um país à margem da ordem mundial, cobramos a vitória de todos aqueles que nos representam, como se o simples fato de ser brasileiro compensasse a falta de preparação e apoio que cada atleta recebeu e recebe no decorrer da sua carreira. E como se ser brasileiro trouxesse alguma vantagem adicional, em qualquer campo de disputa esportiva, a ser alemão, argentino ou indiano.
Essa nossa cobrança excessiva causa distorções de, na vitória, nos acharmos os melhores do mundo; e na derrota, os piores. Um soco no estômago da auto-estima brasileira. Não somos nenhum nem outro, e resultados esportivos não mudarão esse fato.
Deixem o Massa ser o Massa, com tranquilidade. Saibamos aplaudí-lo e criticá-lo na dose certa, sem que ele se torne o novo Senna ou o novo Barrichello.
E garanto que, com um quinto do sucesso do primeiro ou um quinto da conta bancária do segundo, já se dará por satifeito.
4 comentários:
É, boa observação. Aqui no Brasil é assim mesmo, existe uma necessidade de auto-afirmação ufanista canalizada para o esporte. É o que nos torna às vezes, de forma infantil e grotesca, inimigos mortais de nações amigas, como na rivalidade existente com a Argentina no futebol. Se permanecesse apenas no âmbito esportivo, tudo certo. Mas não é exatamente isso que ocorre. Gente como o Barrichello acaba pagando o pato. Acho que, no fundo, os brasileiros levam a sério demais a questão de se ganhar ou perder no esporte.
Gabriel Rocha - Belo Horizonte, MG
E essa pressão por resultados acaba prejudicando, vide Daiane dos Santos nas Olimpíadas de Atenas. Não suportou a cobrança pelo ouro - de gente que nunca tinha visto ginástica na vida - errou e não levou nenhuma medalha.
Concordo também com as observações, mas no caso do Rubinho, há um agravante. Depois de passada a pressão pela perda do Sena e quando um milhão a mais ou a menos nao faria diferença na sua conta bancária ele entregou uma corrida para o Shumacher enconstando o carro na linha de chegada. Neste caso como brasileiro me senti ultrajado... E nao me venham com essa história de jogo de equipe, vide o próprio Massa este ano, além do Hamilton.
Gustavo BH
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